Um dos principais problemas de saúde pública no Brasil, onde cerca de 15% da população é dependente do álcool, a maioria homens jovens entre 18 e 29 anos, o alcoolismo tem, em 18 de fevereiro de cada ano, a data registrada como O Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo ou “Semana Nacional de Combate ao Alcoolismo”. Comemoração extraoficial, que aparece listada em vários sites brasileiros de dias festivos, e que tem motivado campanhas oficiais de vários órgãos públicos e entidades não-governamentais no Brasil.
Considerado pela OMS – Organização Mundial da Saúde, como uma doença, o alcoolismo é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil, onde cerca de 15% da população é dependente do álcool, a maioria homens jovens entre 18 e 29 anos. Pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde (janeiro de 2009), aponta que, entre 2000 e 2006, a taxa de óbitos ligada ao consumo de álcool teve um crescimento de 18%. No período, o índice de mortalidade por doenças associadas ao alcoolismo subiu de 10,7 para 12,6 a cada 100 mil habitantes. De acordo com a pesquisa, foram registradas nesse período 146.349 mortes ligadas ao vício, e cerca de 64% desses óbitos estavam diretamente ligados ao consumo excessivo de álcool, e poderiam ter sido evitados. Há de se avaliar ainda que a pesquisa considerou somente os casos de doenças crônicas provocadas pelo alcoolismo. Se se observar que até 30% dos homicídios e que entre 40% e 60% dos acidentes de trânsito têm relação com o vício do álcool, se pode concluir que o número de vítimas tende a ser significativamente maior!
Para conhecimento, o alcoólatra é considerado aquele em que se identifica prejuízo social e pessoal em consequência do abuso da bebida, além de sinais de abstinência e dependência do álcool. No entanto, já há algum tempo, as forças estão voltadas a tratar daqueles que possuem características de risco, ou seja, as pessoas que têm tendências a se tornarem dependentes. Especialistas já apontam para a necessidade de coibir o surgimento de novos alcoólatras, agindo com a conscientização de indivíduos que estão numa linha bem tênue entre o alcoolismo e o “beber socialmente”, termo bastante usado por bebedores em potencial. Algumas orientações já são amplamente difundidas como saída. De acordo com o NIH [Instituto Nacional de Saúde ou “National Institutes of Health”] dos Estados Unidos da América, por exemplo, quem não quer se tornar um futuro alcoólatra, deve seguir algumas regras básicas, entre elas, estipular uma dose máxima por dia (o ideal é que seja uma para mulheres e duas para homens), evitar beber em casa ou sozinho, tomar água, suco ou refrigerante para dar uma pausa no álcool…
Por fim, apesar de todos os alertas, uma dúvida muito comum ainda, é se o consumo de bebidas alcoólicas pode aumentar o risco de desenvolver um câncer. E a resposta é positiva. Segundo o Inca [Instituto Nacional de Câncer] no Brasil, a relação entre o álcool e o câncer tem sido avaliada por meio de estudos, que estabelecem uma associação epidemiológica entre a ingestão da bebida e a doença na cavidade bucal e no esôfago. Ou seja, além de ser agente causal de cirrose hepática, o alcoolismo está relacionado a 2-4% das mortes por câncer. O álcool tem ainda a capacidade de alterar o sistema nervoso central, podendo modificar o comportamento de quem faz o uso da bebida. Por ter um efeito prazeroso, induz à repetição, podendo levar a dependência. Os efeitos variam de acordo com a rapidez e a frequência com que é ingerido, com a quantidade de alimentos consumidos durante a ingestão de bebidas alcoólicas e com o peso da pessoa. Existem dois tipos de intoxicação: aguda e crônica. Esta última causa o alcoolismo. Mulheres, por terem mais massa gorda do que o homem, tendem a ter uma intoxicação aguda mais rapidamente quando consomem álcool em pequenas quantidades. Ao entrar no corpo humano, o Álcool atinge rapidamente a corrente sanguínea e provoca, mesmo que em doses pequenas, a diminuição da coordenação motora e dos reflexos, o estado de euforia e a desinibição.
De acordo com o Inca, o conselho para as pessoas que optarem por ingerir a bebida é que limitem o consumo para menos de dois drinques por dia para homens e menos de um para mulheres. Mulheres grávidas, crianças e adolescentes não devem ingerir bebida alcoólica. A forma exata de como o álcool aumenta o risco de câncer ainda não é totalmente conhecida. Pesquisas mostram que, na verdade, podem existir várias maneiras diferentes que levam a isso. O álcool pode atuar como um irritante, danificando tecidos especialmente na boca e na garganta. As células prejudicadas podem tentar se reparar, o que pode levar a alterações de DNA delas, podendo, eventualmente, terminar no desenvolvimento de um câncer, devido à produção desordenada de células. O álcool e seus derivados podem também danificar o fígado, levando a inflamação, reparação e cicatrização. Ao tentar se reparar, as células do fígado podem adquirir erros em seu código genético. Além disso, o consumo de bebida alcoólica pode levar a diminuição dos níveis de ácido fólico, uma vitamina necessária para que as células do corpo se mantenham saudáveis. O álcool pode levar o organismo a não conseguir absorver a quantidade exata de ácido fólico dos alimentos.
Uma pessoa que é alcoólatra tem uma grande dificuldade de reconhecer que é doente. A dependência psicológica é mais grave do que a orgânica, pois o organismo tem mais capacidade de se regenerar do que o cérebro. Quanto ao tratamento para o alcoolismo, as experiências mostram que, um tratamento eficaz contra o alcoolismo pode fazer com que o paciente nunca mais volte a beber. O doente precisa de um tratamento desintoxicante e também psicológico, para que os comportamentos mentais que o fizeram beber não se repitam. A abordagem do tratamento deve contemplar a parte física e psicológica. A hereditariedade não é um fator de risco para o alcoolismo. Hoje em dia, os hábitos de vida são fatores mais fortes para desenvolver uma doença. O ambiente, sim, pode estimular o hábito de beber. Se uma criança cresce em um ambiente onde os familiares bebem em excesso, ela pode ser sugestionada a beber pela observação e pelo comportamento daqueles à sua volta.
Fisicamente, o álcool afeta o cérebro, o fígado, o estômago, o intestino, os músculos e o coração. Ele tem 4 mecanismos de lesar uma pessoa: “a lesão direta pela intoxicação alcoólica, a lesão por aldeído, uma substância que vem do processo de desintoxicação do fígado, e que também é tóxica. O álcool [também] gera desidratação e desnutrição”, explica o médico homeopata e especialista brasileiro em medicina ortomolecular, Ícaro Alcântara, logo, o álcool afeta todas as células do corpo. O tratamento ortomolecular tem quarto pilares básicos: desintoxicação, combater o excesso de radicais livres, repor nutrientes e melhorar os hábitos de vida dos pacientes. Com esse tratamento, o organismo funciona melhor e repara-se das agressões sofridas. O tratamento busca melhor, prioritariamente, a mudança dos hábitos de vida do paciente, fazendo com que, aos poucos, deixe de beber. Dependendo do grau de dependência, é preciso o uso de medicamentos.
Em que pese todos os alertas sobre a tendência de alguns organismos para o vício, há correntes que defendem a ideia de que, pessoas que têm hábitos de vida saudáveis geralmente não caem na armadilha do vício. Segundo tais correntes, uma alimentação adequada, a ingestão de água, dormir bem e praticar exercícios físicos, são fundamentais para uma boa saúde. Então acredita-se que, aquelas pessoas que tenham hábitos saudáveis de vida e, eventualmente, tomem uma cerveja ou um vinho vez por outra, ao invés de ficarem viciados, provavelmente vão apenas colher os benefícios que essas bebidas têm a oferecer ao ser humano. A cerveja, por exemplo, é boa para o colesterol, para os rins e melhora a digestão. Já o vinho tem benefícios científicos como: melhora a circulação, combate o estresse e a acne.
Fonte: Unesco/JC
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