A partir de hoje, 02 de fevereiro de 2019, Dr. Inácio José do Vale. Doutor em Psicanálise Clínica pala Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea/RJ, passa a apresentar o Programa “Psicanálise Clinica – para uma mente mais saudável”. Dr. Inácio José do Vale possui cadastro no Departamento das Nações Unidas e convênio com o American College of Psychosomatic Medicine/EUA. É também membro da Ordem Nacional dos Psicanalistas/RJ -(Registro, n.1496217). Mestre em Psicanálise Educacional pelo Centro Avançado de Ensino, Educação e Cultura – FACNORTE-Sarandi/PR. Graduado e Licenciado em Teologia Pela Universidade Católica Santa Úrsula/RJ. Os interessados em fazer uma consulta podem encontrá-lo no seguinte endereço: Rua José Rezende Filho, 61 Bairro São Cristóvão – CAP – Comunidade de Ação Pastoral – Pouso Alegre – MG. Todo sábado um novo programa no ar.
Depressão e o Brasil no Ranking
No marco do Dia Mundial da Saúde de 2017, comemorado a cada 7 de abril, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deu início a uma campanha sobre depressão, transtorno que pode afetar pessoas de qualquer idade em qualquer etapa da vida. A depressão tem tratamento e o primeiro passo é conversar sobre o assunto. Essa é a proposta da Organização Mundial da Saúde (OMS).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde a depressão é uma doença que se caracteriza pela tristeza persistente, perda de interesse em atividades que normalmente eram prazerosas e incapacidade de realizar atividades diárias durante pelo menos duas semanas. A pessoa com depressão ainda apresenta sintomas como perda de energia, mudanças de apetite, excesso ou falta de sono, ansiedade, diminuição de concentração, indecisão, inquietação, sentimentos de inutilidade, culpa, desesperança, pensamentos de autoagressão e suicídio.
A depressão é uma doença que atinge 20% da população mundial. A Organização Mundial de Saúde estima que, em 2020, a depressão será a segunda no ranking de doenças dispendiosas e fatais, perdendo apenas para as doenças cardíacas.
A depressão é um transtorno mental frequente. Globalmente, estima-se que 350 milhões de pessoas de todas as idades sofrem com esse transtorno.
Depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo e contribui de forma muito importante para a carga global de doenças. Mais mulheres são afetadas pela depressão que os homens (1).
Cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio a cada ano – sendo a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos. O que equivale a um suicídio a cada quatro segundos. E a relação com a depressão é clara.
A prevalência da depressão entre jovens é acachapante. Nos últimos cinco anos, a incidência entre homens e mulheres de 12 a 25 anos teve um salto de quase 40%. Nas outras faixas etárias, o índice caiu. Foi isso que mostrou um estudo realizado com 600 000 pessoas, conduzido pela Universidade Colúmbia, nos Estados Unidos. O resultado é aplicado aos americanos, evidentemente, mas se repete em quase todo o Ocidente (2).
SheJar Saxena, diretor do departamento de saúde mental e abuso de substâncias da OMS, mencionou estudos que apontam que entre 70% e 80% das pessoas que acabam com a própria vida nos países ricos e cerca de metade das que se suicidam nos Estados pobres sofrem com transtornos mentais, principalmente depressão (3).
Para o diretor executivo e professor do Instituto Brasileiro de Psicanálise Clínica, Ciências Humanas e Sociais, João Nolasco, falar sobe depressão, conforme recomenda fortemente a própria OMS, deve ser o primeiro e mais importante passo não apenas para que fique claro que há tratamento para a doença – figura também como uma estratégia essencial para garantir o diagnóstico precoce, evitar o agravamento do quadro e, consequentemente, reduzir o número de casos crônicos do transtorno (4).
Depressão no Brasil
Já no Brasil, 5,8% da população sofre com esse problema, que afeta um total de 11,5 milhões de brasileiros. Segundo os dados da OMS, o Brasil é o país com maior prevalência de depressão da América Latina e o segundo com maior prevalência nas Américas, ficando atrás somente dos Estados Unidos, que têm 5,9% de depressivos.
O Brasil é recordista mundial em prevalência de transtornos de ansiedade: 9,3% da população sofre com o problema. Ao todo, são 18,6 milhões de pessoas (5).
Hoje sabemos que o suicídio no Brasil é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, só perdendo para mortes por acidentes e outras violências (6).
Vários fatores podem levar à depressão, como questões sociais, psicológicas e biológicas. Estudos mostram, por exemplo, que uma em cada cinco mulheres que dão à luz acaba sofrendo de depressão pós-parto(7). A depressão pode ser de longa duração ou recorrente. Na sua forma mais grave, pode levar ao suicídio. Mas o atendimento especializado é considerado fundamental. Quanto mais cedo começa o tratamento, melhores são os resultados.
Diversos autores apontam para o alto número de adolescentes com ideias suicidas. O Centro Latino-Americano de Estudos de Violência e Saúde, ligado à Fundação Oswaldo Cruz, revelou um aumento de 26% na taxa de suicídio de jovens entre 15 e 24 anos em nove capitais brasileiras.
“Muitos estudos demonstram um elevado risco de depressão e suicídio entre adolescentes gestantes”.
Como seria de se esperar, geralmente a gestação nessa fase da vida também é considerada um momento de crise, pelas mudanças físicas, sociais, econômicas e emocionais associadas à adolescência, intensificando os não poucos conflitos já existentes nesse período.
“Um ponto importante que não podemos deixar passar é o de fazermos uma triagem psiquiátrica nas jovens grávidas, colhendo uma história detalhada da gestante. Problemas como o transtorno de humor bipolar e o transtorno de déficit de atenção e hiperatividade sabidamente cursam com um número maior de gestações precoces, uma vez que levam a comportamentos impulsivos. Trabalhos educativos na população sobre o significado da maternidade na adolescência e todo o ônus a ser arcado pelas famílias, devem ser amplamente divulgados em nosso país”, diz a médica Dra. Evelyn Vinocur, especialista em psiquiatra de Saúde Mental da Família (8).
Conclusão
O país do carnaval, do futebol, das belas praias, das novelas e da floresta amazônica está no ranking dessas patologias! “As aparências enganam” e “nem tudo que parece é”. Por detrás de muitas espetacularizações se ocultam terríveis enfermidades e por trás das máscaras as dolorosas doenças da alma. Se no interior não estiver resolvido, nada adiante os gastos em prol da beleza exterior e investimentos na aparente felicidade. Fugir de si, não solucionar a carência afetiva, não buscar a cura interior via a terapia é se afundar cada vez mais no poço. O maior investimento que a pessoa pode fazer é pela sua qualidade de vida, ou seja, saúde física, emocional e espiritual.
Dr. Inácio José do Vale
Fontes:
(1)http://www.acm.org.br/depressao-e-tema-de-campanha-da-oms-para-o-dia-mundial-da-saude-de-2017/
(2)https://veja.abril.com.br/saude/depressao-entre-jovens-as-dores-do-crescimento/
(3)https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2017/03/30/interna_internacional,858438/oms-casos-de-depressao-aumentam-quase-20-en-10-anos.shtml
(4)https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2017/04/07/noticias-saude,204769/no-dia-mundial-da-saude-oms-alerta-sobre-depressao.shtml
(5)https://g1.globo.com/bemestar/noticia/depressao-cresce-no-mundo-segundo-oms-brasil-tem-maior-prevalencia-da-america-latina.ghtml
(6)http://emais.estadao.com.br/blogs/joel-renno/depressao-e-a-doenca-mais-incapacitante-do-mundo/
(7) http://www.canal.fiocruz.br/destaque/index.php?id=722
(8)http://www.minhavida.com.br/saude/materias/12058-gravidez-na-adolescencia-tem-maior-risco-de-depressao
Direção: Neilo Machado – Produção e Imagens: Anderson Campos
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