Ficar em casa é a ordem do dia por toda parte. Em Pouso Alegre um carro de som, com voz bonita de Flávio Alexandre, gravado pela Polícia Militar, nos convida a ficarmos em casa por causa do coronavírus. Uma vizinha se diz grata por viver num bairro com uma pracinha, porque assim ela pode sair para arejar o espírito. “Me sento nos bancos onde não há mais ninguém. Se vejo minhas amigas, falo para não me beijarem, nem apertarem a minha mão. Quando volto para casa, lavo as mãos e utilizo um pouco de álcool gel”, ela assegura. Ela é uma mulher do bairro, não utiliza muito os transportes públicos devido à dor nas pernas decorrente da artrite e porque caminhar é complicado para ela, com muleta.
Apesar de estar chateada com isso, ela acha correta a medida tomada pela prefeitura de fechar as portas dos centros de convivência e outras que podem por em risco a vida das pessoas. “Acho uma boa medida de precaução. Tudo que se fizer para evitar a propagação do vírus é bom. Na sexta-feira vou viajar com minha filha. Já falei que se ela não quiser que eu vá, não há problema – todos precisamos ser responsáveis”, ela assegura, concluindo: “Foi isso que nos aconteceu e temos que aceitar porém a coisa mais chata é ficar em casa sem ter o que fazer, a televisão essa velha companheira do lar, só fala em coronavírus, deixando-me mais apavorada ainda. Os meus programas preferidos agora são reprisados, Silvio Santos não vem mais aí, Raul Gil deixou de tirar o chapéu e o Faustão deixou de ser domingão”. Desabafa.
Quando o coronavírus começou a inundar a comunicação social do planeta, diz um especialista no assunto, fui um daqueles que acharam que havia algum exagero, apesar da obrigação de noticiar o que se estava a passar. Tive até algumas discussões com pessoas que eram ainda menos alarmistas do que eu, já que defendiam que não devíamos entrar nos tais histerismos que podiam ser prejudiciais. E olha que não sou “Bolsonarista!”
Pois bem, quando os novos casos de infectados com o coronavírus são mais no resto do planeta do que na China e parece estar chegando com tudo no Brasil, essas mesmas pessoas começaram a ficar alarmadas. Uma chegou mesmo a dizer-me que vai encher a dispensa de enlatados, não se vá dar o caso de sermos obrigados a trabalhar a partir de casa. Afinal, o Brasil não é uma ilha de Vera Cruz que resiste ao coronavírus e não está imune ao vírus. Mas uma das notícias mais preocupantes chega-nos, de que há pessoas contaminadas sem ter estado em lugar algum, tendo apenas participado numa caminhada com pouquíssimos amigos pelas ruas do próprio bairro onde mora, onde não há registo de infectados. Se assim é, como vai ser o futuro? Por que até onde dizem estarmos seguros em nossos lares, o vírus está entrando sem pedir licença.
Sendo o Brasil um país com tantos problemas nos hospitais, onde as pessoas esperam horas e horas para serem atendidas por um médico, em que há doentes acamados nos corredores por falta de vagas em quartos, como será se a doença se expandir mais no país? Este Governo, como muitos outros antes, tem-se preocupado em lidar com os problemas do dia-a-dia, esquecendo-se que muita coisa mudou e que as catástrofes estão aí à porta. Alguém consegue imaginar construir-se no Brasil um hospital com mil camas em 15 dias, como fizeram os chineses?
Em Pouso Alegre o prefeito e sua equipe de saúde tem se desdobrado dia e noite, para encontrar soluções para o caos que ai se arrasta, e pergunto? Até quando nosso comércio ficará de portas fechadas esperando o coronavírus passar? Até quando nossas escolas ficarão fechadas e nossos filhos presos em casa, sem terem o que fazer? E nossos velhos? Maiores vítimas desta doença, que avança silenciosamente e vai exterminando quem dela não quis dar ouvidos? Meu Deus!!!
Ouvi dizer que os músicos que trabalham no Domingão do Faustão foram surpreendidos nos últimos dias com a rescisão dos contratos de trabalho de todos. A Coluna do Léo Dias apurou com fontes, de dentro da Globo, que por conta da pandemia, a direção decidiu afastar todos que não tivessem contrato com a emissora e da mesma forma forma dispensados os artistas, os elementos que ficavam nos auditórios, os funcionários.
Segundo o melhor dos prognósticos, serão dois meses de reprise do “Domingão do Faustão”. Vale ressaltar que esta medida não é exclusiva do “Domingão”. Todos os programas ao vivo da Globo vão parar, durante este período, os funcionários terceirizados, tudo! As novelas sendo paralisadas e bota reprises nos horários! Aqui a cidade recebendo produtos químicos, pulverizando nos ruas e praças. Estamos vivendo o apocalipse, ou seja, o último livro da Bíblia.
Além da banda, as suspensões dos contratos atingiram também as produções da plateia. Mas vale ressaltar que a Globo garantiu que, quando as atividades retornarem ao normal, todos terão suas vagas garantidos. O SBT e outras emissoras tem repetido as mesmas coisas. A Band mostrou no domingo, 22 de março o filme de 1985 “De volta para o futuro I, II, III” na esperança de mostrar que futuro poderemos ter no planeta! Só confusão!
E como serão as nossas vidas? Vamos ficar em casa até quando, à espera que o vírus desapareça? Vamos afundar a economia com o comércio de portas fechadas? Sendo cristão, rezo o tempo todo, para que a doença não entre em força no país, na cidade, pois, se assim for, o melhor é mesmo ficar em casa de quarentena, vendo programas repetidos, fazer o quê! Com o saco cheio de preocupações, com medo que batam a nossa porta ou toquem a campainha. Será que é alguém trazendo o coronavírus para o meu lar doce lar?
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