O representante da OMS – (Organização Mundial da Saúde) na região, Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) afirmou nesta terça-feira 16 de junho que se países do continente americano deixarem de adotar medidas para conter o avanço do coronavírus ou as afrouxarem desordenadamente, a região deve enfrentar a pandemia por mais tempo do que na Europa.
Na avaliação de Espinal, “não é bom fazer comparações” entre a Europa e a América Latina, por exemplo, já que são regiões “completamente diferentes” em infraestrutura, recursos e igualdade social. Ele afirmou, no entanto, que os países latino-americanos foram rápidos para adotar medidas de distanciamento social e pediu que elas continuem na pauta dos governos locais, pois a região passa pelo momento de maior incidência de covid-19.
“Tudo indica, porém, que se as medidas de mitigação — o pacote de medidas que recomendam as organizações internacionais, como a Opas e a OMS — não forem adotadas ou não continuam se reforçando, a pandemia, pode durar muito mais tempo que na Europa.”
A Europa registrou os primeiros casos de covid-19 no fim de janeiro, um mês antes do Brasil. Mas alguns países que foram severamente afetados, como Itália e Espanha, conseguiram reduzir drasticamente a transmissibilidade após medidas rigorosas de confinamento (lockdown).
Para o diretor da Opas, “os modelos indicam que em junho e julho a região vai estar na presença de uma onda importante de casos de covid’, o que inclui também o aumento de óbitos.
“No começo, os países implementaram ações precoces que permitiram tornar mais lenta a disseminação do vírus. Mas hoje, todavia, estamos no que é o epicentro desta pandemia e definitivamente as medidas devem continuar. Ao contrário, podemos ver que isto continue por um tempo bastante importante.”
O subdiretor da organização, o brasileiro Jarbas Barbosa, ressaltou que não se pode falar em segunda onda ainda, pois nenhum país das Américas conseguiu controlar a transmissão da primeira onda.
“Nós só podemos falar de segunda onda depois que a primeira onda estiver completamente controlada. Esta é a situação que temos na Nova Zelândia, que interrompeu completamente a transmissão de covid-19. Então, se em um mês ou dois meses a Nova Zelândia experimentar uma nova onda de transmissão, esta será a segunda onda.”
Reabertura
Estados brasileiros que fecharam atividades não essenciais como forma de conter o vírus começaram a reabrir nas últimas semanas. Em São Paulo, por exemplo, mesmo com aumento de novos casos e óbitos, diversas regiões estão autorizadas a abrir shoppings e comércio de rua, ainda que em horário restrito e com menor capacidade de público.
Espinal disse que isso precisa ser feito de maneira “lenta e segura”, para garantir a testagem dos casos suspeitos e vagas no sistema de saúde.
“Definitivamente, reabrir um pouco mais cedo nos mostra que pode haver uns picos mais altos como vimos em outros países.”
Em Pouso Alegre
Com apoio da Secretaria Municipal de Saúde, uma nova pesquisa para detecção da evolução da Covid-19 será aplicada em Pouso Alegre, de 21 a 23 de junho, pelo IBOPE Inteligência, através da Universidade Federal de Pelotas (RS). Assim como as duas pesquisas realizadas anteriormente, os resultados contribuirão para a elaboração de estratégias de saúde no combate à pandemia de coronovírus em todo o Brasil.
Essa é a terceira fase da pesquisa EPICOVID19 em Pouso Alegre, que já teve 500 residências visitadas nos meses de maio e junho. Os resultados mostraram que o município teve menos de 1% de contágio da população pelo novo coronavírus, o que condiz com os números oficiais divulgados nos boletins da Saúde Municipal.
A pesquisa contará com profissionais treinados e devidamente identificados, que estarão usando equipamentos de segurança individuais para efetuar testes rápidos, por meio de coleta de sangue da ponta do dedo, com o resultado apontado em 15 minutos. As casas visitadas serão selecionadas por sorteio, seguindo critérios estatísticos.
Direto da Redação com informações da Ascom/R7/PMPA
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