A celebração deste domingo , celebramos a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. As leituras falam-nos do Reino de Deus. Apresentam-no como uma realidade que Jesus semeou, que os discípulos são chamados a edificar na história (através do amor) e que terá o seu tempo definitivo no mundo que há-de vir. A primeira leitura utiliza a imagem do Bom Pastor para apresentar Deus e para definir a sua relação com os homens.
A imagem sublinha, por um lado, a autoridade de Deus e o seu papel na condução do seu Povo pelos caminhos da história; e sublinha, por outro lado, a preocupação, o carinho, o cuidado, o amor de Deus pelo seu Povo. O Evangelho apresenta-nos, num quadro dramático, o “rei” Jesus a interpelar os seus discípulos acerca do amor que partilharam com os irmãos, sobretudo com os pobres, os débeis, os desprotegidos.
A questão é esta: o egoísmo, o fechamento em si próprio, a indiferença para com o irmão que sofre, não têm lugar no Reino de Deus. Quem insistir em conduzir a sua vida por esses critérios ficará à margem do Reino.
Na segunda leitura, Paulo lembra aos cristãos que o fim último da caminhada é a participação nesse “Reino de Deus” de vida plena, para o qual Cristo nos conduz. Nesse Reino definitivo, Deus manifestar-Se-á em tudo e atuará como Senhor de todas as coisas
Ezequiel é conhecido como “o profeta da esperança”. Ele procura alimentar a esperança e transmite ao Povo a certeza de que o Deus salvador e libertador.
O texto que nos é hoje proposto pertence, provavelmente, à segunda fase do ministério de Ezequiel. Depois de denunciar os “maus pastores” que exploraram e abusaram do Povo e o conduziram por caminhos de morte e de desgraça, até à catástrofe final de Jerusalém ao Exílio ), o profeta anuncia a chegada de um tempo novo em que o próprio Deus vai conduzir o seu Povo e apascentar as suas ovelhas. É um oráculo de esperança, que abre uma nova história e propõe um novo futuro ao Povo de Deus.
Por meio deste profeta , o |Senhor crítica as lideranças políticas e religiosas que não se preocupam com a realidade sofrida do povo e se esquecem da prática da justiça em favor do povo de Deus. O próprio Senhor assumirá a direção do povo abandonado. O bom pastor não descansa até que todas as ovelhas sejam resgatadas – não deixando fora nenhuma sequer.
Paulo mostra que a salvação não cai do alto pronta, mas Deus nos salva na história, mediante a nossa participação na prática de Cristo, para que Deus seja tudo em todos. No Evangelho Mateus relata uma das poucas parábolas que fazem menção ao julgamento final.
O juízo do rei pastor não levará em conta obras excepcionais, e sim as obras de misericórdia em favor dos empobrecidos. O critério fundamental a ser levado em conta no julgamento a que todos serão submetidos no final será o reconhecimento da presença de Jesus nas pessoas destituídas de dignidade. A parábola é clara: o que nos fará sentar ao lado de Cristo, no reino universal, será a caridade praticada em favor do necessitado.
Direto da Redação com imagens e edição de Vinicius Domingos
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