O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), desde o início da pandemia, sempre se manteve distante dos demais governadores nas críticas como Jair Bolsonaro vinha conduzindo a pandemia de Covid-19 no Brasil.
Nesta semana em que Minas se tornou o novo epicentro da pandemia de Covid-19 junto com São Paulo, Romeu Zema saiu do muro e se somou às vozes das autoridades estaduais de que o país só chegou a este momento crítico por falta de coordenação nacional e pela lentidão na compra de vacinas.
“Só chegamos a esse ponto devido à falta de coordenação central desde o início da pandemia, um tratamento único para todo o Brasil, com linguagem e posição única à população. Uma comunicação mais esclarecedora e não ‘confundidora’, como aconteceu”, disse o governador de Minas. Ele se referia à grande resistência da população em respeitar o isolamento social para frear o contágio do vírus. A partir de quarta-feira, dia 17 de março, todas as regiões de Minas entraram na “onda roxa”, que permite o funcionamento apenas dos serviços considerados essenciais e estabelece toque de recolher entre 20:00hs até as 5:00hs por um período de quinze dias. “No ponto que estamos agora, não há muito o que fazer, a não ser nos unirmos”, acrescentou.
Zema também celebrou o fato do novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ter diploma de médico, o que não era o caso do general da ativa Eduardo Pazuello. “É muito bem vindo um ministro que tenha origem na área da saúde, não desmerecendo um outro ministro. Mas é mais adequado. Eu até gostaria que tivesse uma lei que obrigasse o ministro da Saúde a ser médico”.
O governo mineiro disse ainda esperar que o novo ministro, que ainda precisa ser formalizado no posto, “agilize” a vacinação no país – a “solução mais efetiva”, segundo ele. “Durante o ano de 2020, por falta de planejamento, o ministério da saúde não adquiriu contratos com desenvolvedores de vacina numa quantidade adequada ao país. O processo lento de vacinação, que por si só já seria ruim, ainda criou como efeito colateral um meio ambiente propício a novas variantes”, criticou Zema.
No anúncio, na última terça-feira, Zema, que costuma ser contido nas palavras, elevou o tom para apelar à população sobre a necessidade das medidas preventivas. “Se não adotarmos essas medidas, esse número só tende a aumentar. É uma questão humanitária. Quem sai na rua desnecessariamente, quem faz aglomeração, na minha opinião, pode ser tachado de assassino”, disse ele.
A Revista VEJA, o governador afirmou que Minas enfrenta hoje uma situação de “colapso”, que “não há médicos no mercado” e que começou a receber avisos de falta de insumos básicos, incluindo oxigênio, de algumas cidades do interior do Estado.”Eu posso dizer que tudo que era factível para manter o sistema de Saúde foi feito. Mas, com esse novo vírus, não há sistema que comporte”, desabafou.
Fonte: EM/Veja/ANN/JC
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