O Evangelho De hoje, nos apresenta um homem excessivamente procurado pelas pessoas a ponto de não ter tempo para se alimentar e ser tido como louco por seus próprios parentes. Os doutores da Lei, ou seja, a elite religiosa e intelectual, o tinham como possuído pelo demônio.
Nisso chegam sua mãe e seus irmãos, mas não conseguem entrar na casa onde ele está devido a multidão que ali se aglomeravam. Aproveitando essa situação, o Senhor resolve dar uma dimensão transcendental à sua relação consanguíneo com Maria e os primos considerados aqui seus irmãos.
O Messias anunciado ultrapassou as uniões familiares, consanguíneos e estabeleceu a mais forte e eterna que é ser, de fato, o Homem que faz a vontade do Pai, como Ele fez, e não o HOMEM ADÂMICO, que fez sua própria vontade e, com isso, nos trouxe a morte. Jesus Cristo, o verdadeiro Homem, o Messias, o Redentor, nos trouxe a vida eterna fazendo a vontade do Pai.
Maria está no meio do povo, entre aqueles que chegam e pedem para falar com Jesus e de alguma forma são impedidos de chegarem até Jesus. Maria certamente não pensava que o seu filho estivesse fora de si, mas possivelmente queria lhe dar algum conselho de prudência, como tantas vezes fizera anteriormente como mãe amorosa.
No fim do evangelho Jesus toma uma posição surpreendente: agora é a hora da Palavra de Deus. Quem a escuta e acredita entra a fazer parte da “minha” família, da nova família de Deus.
Estes são agora meus irmãos, minhas irmãs, minha mãe.
Maria entende o recado de Jesus, e sabemos que fica com Jesus até o final daquela reunião. Mas há também outra reação: a dos escribas e fariseus. Eles também se preocupam. Não gostam que Jesus seja um mestre independente, não gostam que o povo vá atrás dele, e procuram desmoralizá-lo: se ele expulsa os demônios é porque está de acordo com o demônio. Estão combinados para enganar a gente, e o que fazem é querer persuadir, enganar o povo.
Jesus responde: se o demônio expulsa a si mesmo, está condenado ao fracasso. Mas Jesus vai mais longe: qualquer pecado pode ser perdoado, menos o pecado e a blasfêmia contra o Espírito Santo. Este é um pecado eterno. Essas palavras são inquietantes.
Contudo as palavras de Jesus não são ditas apenas para os fariseus: nós também deveríamos nos perguntar se muitas vezes não preferimos a mentira ou a meia verdade que nos interessa e agrada, à plena luz da verdade que nos incomoda. Pecar contra o Espírito Santo é pecar contra a verdade de Deus. Amar a verdade mais que a nós mesmos é a condição para encontrar a verdade plena, para encontrar o Deus verdadeiro.
O homem exterior pode se deteriorar, mas o interior se renova em Cristo. Portanto no Evangelho a revelação mostra nos quem é Jesus e de onde lhe vem seu poder. Segundo os adversários, Jesus é um endemoniado e sua autoridade vem do demônio. O mestre esclarece quem realmente ele é: ele é mais forte (seu poder vem de Deus) por isso ele vence. Jesus ao afirmar: Toda autoridade me foi dada no céu e na terra, torna muito bem claro que Ele não é somente o Filho de Deus, como algumas pessoas acreditam, mas sim, o próprio Deus descido do Céu, consubstancial ao Pai, isto é, da mesma natureza que o Pai, com os mesmos poderes do Pai, porque quem o viu, viu o Pai.
Ao enviar ordenadamente os seus discípulos: Ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ele está nos confirmando que Deus é uno e trino, pois é composto de três pessoas distintas, muito embora não entendamos isso com a nossa razão nem com a nossa inteligência, mas sim com os olhos da fé.
Quando Jesus nos garante: Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo. É para a gente confiar mesmo, ter coragem e a decisão inabalável de continuar o nosso trabalho de multiplicação de cristãos, de catequistas, de padres, reverendos, frades, através do nosso trabalho missionário, sem nenhum ciúme entre nós irmãos de outras igrejas, pois que Deus é o mesmo para todos.
A missão de Jesus começou com o seu batismo no Rio Jordão. Não ofereçamos resistência à sua voz. Respondamos sim ao seu chamado e esse chamado vai nos unido, unido nos à Santíssima Trindade: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo para que possamos ser de fato pertencentes a família de Jesus.
Por fim. Não devemos nos admirar da expressão que Jesus usou quando se referiu à Sua Mãe e aos Seus irmãos: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” A Mãe de Jesus é chamada de co-Redentora porque em tudo fez a vontade do Pai desde a encarnação até a Sua morte e ressurreição, contribuindo, pois, para que o Projeto de Salvação se realizasse.
Por isso, Jesus nos conscientiza de que todos nós somos chamados a fazer parte da Sua família, a exemplo da sua Mãe. Fazer a vontade de Deus é, portanto, a condição que Jesus nos apresenta para que sejamos considerados membros da Sua família. Podemos afirmar que somos escolhidos por Jesus Cristo para participar da Sua família, quando buscamos fazer em tudo a vontade do Pai que está no céu.
Ele mesmo o diz e aponta para nós, como fez quando distinguiu os Seus discípulos: “eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. E a vontade do Pai é que todos nós, pela Fé em Jesus Cristo, alcancemos a salvação e a vida eterna.
Assim como estendeu a mão para os Seus discípulos e os considerou na mesma condição de mãe e de irmãos seus, Jesus nos aponta a Sua mão e nos acolhe como membros da sua família, se, estivermos dispostos a fazer a vontade de Deus expressada na Sua Palavra. É na Palavra de Deus que conseguimos descobrir qual é a Sua vontade para nossa vida.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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