No dia seguinte à Festa da Exaltação da Santa Cruz, no dia 15 de setembro, anualmente, em quase todos os rincões do Brasil, se celebra, com grande devoção, a Festa de Nossa Senhora das Dores, tão querida e tão intimamente ligada às tradições religiosas brasileiras. Essa memória tem outros nomes, como também o de Nossa Senhora da Piedade. Em Pouso Alegre a Igreja Católica Anglicana Unificada, realizou uma Santa Missa em seu Lar, homenageando-a.
No dia 16 de setembro, em Machado/MG o Bispo Ronaldo Melo durante sua celebração de cura e libertação, também faz menção honrosa a Nossa Senhora das Dores da paróquia de Pouso Alegre que tem o Reverendo Neilo Machado como seu convidado especial. A missa será realizada na Igreja Anglicana de Machado as 19:00horas. Veja o Vídeo.
Narra o discípulo amado: “Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe, a irmã de sua mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Quando Jesus viu sua mãe e perto dela o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E dessa hora em diante o discípulo a levou para a sua casa” ( Jo 19,25-27).
Junto de Maria Santíssima e de São João estavam Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e José e Salomé.
Hoje, ao celebrarmos a memória de Nossa Senhora das Dores, contemplamos Maria, que partilha a compaixão do Filho pelos pecadores. Como afirmava São Bernardo, a Mãe de Cristo entrou na Paixão do Filho através da sua compaixão.
Ao pé da Cruz cumpre-se a profecia de Simeão: o seu coração de Mãe é trespassado (Lc 2, 35) pelo suplício infligido ao Inocente, nascido da sua carne. Tal como Jesus chorou (Jo 11, 35), também Maria terá certamente chorado diante do corpo torturado do Filho.
Todavia, a sua discrição impede-nos de medir o abismo da sua dor; a profundidade desta aflição é apenas sugerida pelo tradicional símbolo das sete espadas. Como sucedeu com seu Filho Jesus, é possível afirmar que este sofrimento levou-A também a Ela à perfeição (Heb 2, 10), de modo a torná-la capaz de acolher a nova missão espiritual que o Filho Lhe confia imediatamente antes de “entregar o espírito” (Jo 19, 30): tornar-Se a Mãe de Cristo nos seus membros. Naquela hora, através da figura do discípulo amado, Jesus apresenta cada um dos seus discípulos à Mãe, dizendo-Lhe: “Eis o teu filho” (Jo 19, 26-27). Cabe a nós, caminhando pelas nossas cidades com a imagem da Virgem das Dores, refletir sobre a simbologia da imagem da Dolorosa.
Maria sofredora. Nossa Senhora é a “Mater Dolorosa”. A morte de Jesus, sempre unida à ressurreição, significa a passagem para o Pai, o julgamento definitivo de Jesus sobre o mundo e suas forças destruidoras, o instante da glorificação plena de Jesus.
Maria, mãe dos cristãos, em que fala da maternidade espiritual de Maria. Na Cruz, Jesus a entrega como mãe de todos os cristãos e mãe da Igreja. Maria, modelo de fé: Nossa Senhora é inquebrantável e modelar por sua fidelidade. Se sua adesão a Jesus se manifesta no sinal prototípico de Caná, ela encontra seu ápice no momento da cruz, quando desaparece todo sinal.
Maria é mãe dos Viventes: Maria, a mulher nova, marcada pela obediência radical até o sofrimento na cruz, resgata a desobediência de Eva. Nossa Senhora representa a nova Eva, mãe da nova humanidade redimida, correlata a Cristo, o novo Adão.
Maria é discípula mãe e imagem do povo de Deus: ao pé da Cruz, Maria representa o povo messiânico que dá à luz os seus filhos, a comunidade do discípulo amado que continua a missão de Jesus. Maria simboliza a Igreja que gera novos filhos na fé. No quarto Evangelho, Maria seria simultaneamente personagem histórica, que representa toda a comunidade.
Sobre a Veneração de Nossa Senhora, ensina o Concílio Ecumênico que: “Exaltada por graça do Senhor e colocada logo a seguir a seu Filho, acima de todos os anjos e homens, Maria que, como mãe santíssima de Deus, tomou parte nos mistérios de Cristo, é com razão venerada pela Igreja Anglicana com culto especial. E, na verdade, a Santíssima Virgem é, desde os tempos mais antigos, honrada com o título de «Mãe de Deus», e sob a sua proteção se acolhem os fiéis, em todos os perigos e necessidades.
O culto do Povo de Deus para com Maria cresceu admiravelmente, na veneração e no amor, na invocação e na imitação, segundo as suas proféticas palavras: «Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada, porque realizou em mim grandes coisas Aquele que é poderoso» (Lc.1,48). Este culto, tal como sempre existiu na Igreja, embora inteiramente singular, difere essencialmente do culto de adoração, que se presta por igual ao Verbo encarnado, ao Pai e ao Espírito Santo, e favorece-o poderosamente.
Na verdade, as várias formas de piedade para com a Mãe de Deus, aprovadas pela Igreja, dentro dos limites de sã e reta doutrina, segundo os diversos tempos e lugares e de acordo com a índole e modo de ser dos fiéis, têm a virtude de fazer com que, honrando a mãe, melhor se conheça, ame e glória fique o Filho, por quem tudo existe (Col. 1, 15-16) e no qual «aprouve a Deus que residisse toda a plenitude» (Col. 1,19), e também melhor se cumpram os seus mandamentos”.
O dia 15 de setembro torna-se cândida quadra em que nossos olhares se voltam para a Virgem das Dores, transformando-se em ocasião propícia para se reviver um momento decisivo da história da Salvação, e para venerar, juntamente com o Filho “exaltado na cruz, a Mãe que com Ele compartilha o sofrimento”.
Neste Ano Santo procuremos contemplar nas dores de Maria Santíssima o que Seu Amado Filho Jesus sempre fez, que deve ser parte da nossa vida diária: se comover com os pobres e necessitados, como a viúva de Naim, acolher os doentes, como os dez leprosos e o cego, todas estas pessoas que Jesus teve compaixão. Jesus, no sermão da planície, pede que os discípulos sejam misericordiosos como o Pai (Lc 6,36). Nisso reside a perfeição dos discípulos de Jesus. A bondade absoluta do Pai, que na parábola do bom samaritano, o protagonista move-se de compaixão (Lc 10,33) pelo homem ferido na estrada. Ele se fez próximo dele, porque “usa de misericórdia” (Lc 10,37). Hoje é dia de pedirmos clemencia pelas nossas dores, pelos nossos problemas que muitas vezes nos aflinge e nos leva as lágrimas, é a pandemia que parece não ter fim. São problemas com filhos, muitas vezes drogados, desempregos, saúde abalada, recorramos a misericórdia de Cristo através de sua mãe dolorosa.
Toda a misericórdia deve vir acompanhada da conversão, que provém da bondade radical de Deus. Se Jesus é cheio de amor para com o perdido, o fraco, o pobre, o necessitado, seu amor recria, perdoando e dando nova vida, como Jesus faz com tantos homens e mulheres, como a pecadora (Lc 7,36-50) e o paralítico (Lc 5,17-25). O perdão e a remissão dos pecados, incondicional da parte de Deus, tem seu reverso no pedido de conversão: “Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores, à conversão” (Lc 5,32).
Peçamos hoje a Virgem Maria, Mater Dolorosa, que sejamos anunciadores da Misericórdia Divina e que, mesmo no sofrimento, encontremos a luz de Cristo para caminharmos na concórdia e na caridade! Confiemos este Ano da Misericórdia à Bem-Aventurada Virgem das Dores, rezando, acreditando na sua força como intercessora.
“De pé, a mãe dolorosa junto da cruz, lacrimosa, via o filho que pendia. Na sua alma agoniada enterrou-se a dura espada de uma antiga profecia. Oh! Quão triste e quão aflita entre todas, Mãe bendita, que só tinha aquele Filho. Quanta angústia não sentia, Mãe piedosa quando via as penas do Filho seu! Quem não chora vendo isso: contemplando a Mãe de Cristo num suplício tão enorme? Quem haverá que resista se a Mãe assim se contrista padecendo com seu Filho?
Por culpa de sua gente Viu Jesus inocente ao flagelo submetido: Vê agora o seu amado filho, pelo Pai abandonado, entregando seu espírito. Faze, ó Mãe, fonte de amor que eu sinta o espinho da dor para contigo chorar: Faze arder meu coração do Cristo Deus na paixão para que O possa agradar. Ó Santa Mãe, dá-nos isto, trazer as chagas de Cristo gravadas no coração: Do teu filho que por mim, por você, entrega-se a morte, divide as penas comigo, para que eu possa me livrar de todos os sofrimentos e angustias.
Oh! Dá-me enquanto viver com Cristo compadecer chorando sempre contigo. Junto à cruz eu quero estar quero o meu pranto juntar Às lágrimas que derramas. Virgem, que sejas comigo deixa me contigo chorar. Traga em mim o Cristo da morte, da Paixão, da Ressurreição seja consorte, suas chagas celebrando, curando, intercedendo por nós em todos os piores momentos. Por elas seja eu rasgado, pela cruz inebriado, pelo sangue de teu Filho, perdoado, e pela sua graça divina de mãe sofredora, eu seja curado!
Quando do mundo eu partir dai-me, ó Cristo, conseguir, por vossa Mãe a vitória. Quando meu corpo morrer possa a alma merecer do Reino Celeste, a glória”. E que neste momento eu seja consolado, e que meu pranto tenha um final feliz. Amém.
História de Nossa Senhora das Dores
No Brasil, Nossa Senhora das Dores é considerada a padroeira de diversas cidades, como Caldas Novas (Goiás), Miracatu (São Paulo), Tubarão (Santa Catarina), entre várias outras. Inclusive, há município em Sergipe que leva o nome de Nossa Senhora das Dores. Em Pouso Alegre Sul de Minas a Igreja Católica Anglicana Unificada do Brasil tem sua paróquia dedicada a Nossa Senhora das Dores.
As celebrações em homenagem à Nossa Senhora das Dores começaram durante o século XIII, na região da Germânia. Porém, em meados deste mesmo século o seu culto passou a ser mais intenso na Península Itálica.
As Sete Dores de Nossa Senhora
Na iconografia de Nossa Senhora das Dores, ela é representada por sete espadas encravadas no seu coração, representando as Sete Dores de Maria durante a sua vida terrena.
- A profecia de Simeão
- Fuga da Sagrada Família para o Egito
- O desaparecimento de Jesus no Templo
- Assistir Jesus carregando a cruz
- Presenciar a crucificação de Jesus
- Maria recebendo o corpo do Filho quando é retirado da cruz
- O enterro e sepulcro de Jesus Cristo
Igualmente, è comum que ela apareça chorando, com um manto escuro e com o rosto triste.
Oração à Nossa Senhora das Dores
“Virgem Dolorosíssima, seríamos ingratos se não nos esforçássemos em promover a memória e o culto de vossas Dores particulares, graças para uma sincera penitência, oportunos auxílios e socorros em todas as necessidades e perigos. Alcançai-nos Senhora, de Vosso Divino Filho, pelos mérito de Vossas Dores e lágrimas, a graça…(pedir a graça). Amém”
De acordo com o costume católico, após esta oração reza-se o Terço das Dores, associando cada uma das sete dores de Maria a um pai-nosso e 7 ave-marias.
Direto da Santa Missa em seu Lar
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