Eu sempre que me deparo com está passagem de Lucas me surpreendo, e muita gente já me perguntou: como aqueles pescadores foram capazes de deixar os seus trabalhos, as suas famílias, para seguirem Jesus? («Deixaram tudo e seguiram Jesus»: Lc 5,11). Se Jesus de Nazaré nos fizesse a proposta a nós, no nosso século XXI;o Será que Teríamos a coragem daqueles homens? Seriamos capazes de perceber qual é verdadeiro lucro para segui-lo?, Deixar alguma coisa de lado para seguir Jesus não é fácil. É preciso, diz muitos, vocação, perseverança e coragem acima de tudo. Quem é que vai nesta barca com Jesus é a pergunta de hoje?
Nós cristãos acreditamos que Cristo está eternamente presente; por isso, esse Cristo que está ressuscitado pede-nos, não a Pedro, a João ou a Tiago, mas ao Francisco, ao José Manuel, a Paula, as Marias de nossa época e a todos e cada um de nós que dizemos que Ele é o Senhor. Jesus pede-nos diz o texto de Lucas que o acolhamos no barco da nossa vida, porque quer descansar junto de nós; pede-nos que O deixemos servir-se de nós, que lhe permitamos mostrar até onde orientar a nossa existência para ser fecundos no meio de uma sociedade cada vez mais distanciada e necessitada da Boa Nova. Mas quem se arrisca a ir? Avançar em águas profundas!
A proposta é atraente, só nos falta saber e querer despojar-nos dos nossos medos, dos nossos bens angariados durante a vida, das pessoas que conquistamos para formar nossa Comunidade, como abrir mão de tudo isso e criarmos uma única unidade? “O que dirão” e deixar tomar rumo a águas mais profundas, que é o mesmo que dizer, a horizontes mais distantes do que aqueles que constrangem o nosso quotidiano medíocre de perturbações e desânimos, de ciúmes e de posse, de tal forma que nos fica difícil dividir, repartir, verbos que muitas vezes pouco usamos e ficam esquecidos na hora de entrarmos na barca de Jesus. «Quem tropeça no caminho, pouco avança, mas se tiver perseverança sempre se aproxima da meta; quem corre fora dele, quanto mais corre mais se afasta da meta» nos dizia (S. Tomás de Aquino).
«Duc in altum»; «Avança mais para o fundo» (Lc 5,4): Não queremos estar nas costas de um mundo que vive olhando para o seu umbigo! A nossa navegação pelos mares da vida nos conduzirá até atracar na terra prometida, a singrar nesse Céu esperado que é o regalo do Pai Celestial, mas indivisivelmente, também trabalho do homem —teu, meu, nosso, recordo aqui algumas palavras do nosso Bispo Primaz, Dom José Fernando de Faria, presidente da Igreja Veterocatólica Missionária da qual faço parte “O que deve existir nas comunidades é respeito e amor, lembrando-nos o que disse Jesus, se amardes uns aos outros saberão que sois meus discípulos, precisamos ter consciência que no momento do que realizamos, irmãos devem se respeitar mutuamente, fazer o certo e não fazer o que pensa ser certo. A liturgia católica é praticada pela igreja antiga há séculos, ela não é minha, não é sua, não é do bispo, ela é da igreja católica apostólica, não pode ser mudada a nosso bel prazer, mesmo que tenham autoridade para isso”. — Todos irmanados de comum acordo ao serviço dos outros no barco da Igreja. Cristo conhece bem os pesqueiros, de nós depende: pois, no porto do nosso egoísmo, ou em direção aos Seus horizontes. E nosso bispo termina sua explanação assim: “Ser igreja não é viver em comunidade, é sim, viver uma comum – unidade no respeito, na observância das leis e códigos da igreja e assim vivermos verdadeiramente o evangelho. Sabemos que ninguém é perfeito, Mas somos chamados a cada dia a vivermos a santidade na prática da caridade e do amor. Só assim poderemos nos ajudar e sermos ajudados. Onde não existe união, onde não existe amor, Deus não faz morada e o povo se afasta. Unidos levaremos Deus ao povo com nossas atitudes, muitas vezes mesquinhas, são pequenos pecados que precisamos extirpar de nossas vidas. Precisamos unir povo de Deus no mesmo barco. Lembre-se os olhos de Deus está em todos os lugares”.
Temos que ter certeza e confiança que a barca de Jesus não afunda. Com ele estaremos seguros. Mas é preciso saber que Quem é que vai nesta barca com Jesus a águas mais profundas?
Na Eucaristia fazemos experiência da bondade e da santidade de Deus em nós. O Senhor continuamente nos chama e nos envia a avançar para essas águas mais profundas, a fim de lançarmos as redes em seu nome, com fé, criatividade, respeito e amor sempre renovado em busca da União que deve estabelecer entre as pessoas. Demos graças a ele, porque nos ouve e nos reúne como família a um só propósito, como família para celebrar. Venha, entrar na barca com Jesus, é muito seguro, o convite está feito.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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