O texto sobre o qual vamos refletir hoje faz parte do conhecido complexo que trata da relação entre o pastor e o seu rebanho. Busca-se, nesse capítulo, responder à questão: quais são os fundamentos da relação entre Jesus e sua comunidade. Como tantos outros, o trecho em foco, nasce do confronto entre Jesus e um grupo de fariseus. Discute-se, aqui, como se pode estabelecer uma relação autêntica e duradoura com Deus.
As minhas ovelhas conhecem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem. Conhecer e seguir: esses dois verbos indicam a profundidade da relação entre Jesus e as pessoas que em torno dele se congregam. Conhecer não é apenas algo racional e teórico, mas expressa uma relação existencial, profunda, íntima. Conhecer Jesus significa ter experimentado a presença do Deus que liberta e dá vida plena. Conhecimento baseado na experiência: é isso que dá segurança às pessoas e as impulsiona ao seguimento. Seguir a Jesus significa aderir a seus ensinamentos e suas propostas e ser cúmplice de seu projeto. Aderir a essa proposta de relação de confiança com Deus implica vivê-la. É, portanto, uma decisão pelo discipulado.
Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão e ninguém as arrebatará da minha mão. Em meio a um ambiente hostil, onde diversas vozes se levantavam para destruir a comunidade que começa a se formar, a pessoa de Jesus oferece segurança. As “ovelhas” ameaçadas pelos que querem dispersá-las podem ter a certeza de que não irão ao “matadouro”, pois Jesus já as conquistou com a sua vida para uma vida em abundância (João 10,10). Sua promessa para quem ouvir sua voz e seguir sua proposta é de vida eterna, vida plena, vida com Deus. Num ambiente hostil, a confiança e a fé tornam-se os elementos aglutinadores para os seguidores de Jesus. Fé, confiança e vida solidária dão as forças necessárias para a comunidade continuar resistindo.
Meu Pai, que me deu tudo, é maior que todos; e da mão do Pai ninguém pode arrebatar. Todas as pessoas que estão coesas e comprometidas em torno de Jesus podem ficar tranquilas e seguras, pois é ele quem nos protege contra a ameaça de cair em mãos inescrupulosas e escravizadoras. A verdadeira comunidade que segue os princípios de Cristo não poderá ser arrebatada ou destruída, porque Deus é mais forte do que tudo e todos. Outra versão também é possível: Aquilo que meu Pai me deu é maior do que tudo. Nesse caso, pensa-se normalmente na autoridade concedida pelo Pai ao filho. Mas talvez seja possível pensar também na comunidade como o maior bem que Jesus recebeu de Deus. Esse bem precioso ficará bem guardado sob a proteção de Deus.
Eu e o Pai somos um. Esta é a afirmação que causa grande escândalo entre judeus e que faz do cristianismo uma fé singular: é na humanidade de Jesus de Nazaré que encontramos Deus em sua concretude e humildade. É na vida, nos ensinamentos, nas ações, no comportamento, na paixão, na morte e na ressurreição de Jesus que Deus se revela aos seres humanos. E, através de Jesus, Deus se fez presente e se revelou a toda humanidade. Na comunhão dos que buscam uma vida que se assenta na confiança em Deus e na solidariedade entre as pessoas, ele continua a manifestar-se ainda hoje.
Neste 4º Domingo da Páscoa, Dia do Bom Pastor, proclamamos parte do Evangelho pois Jesus afirma ser o Pastor que conhece suas ovelhas e sabe que elas devem escutar a sua voz, e os que escutam o seguem. É preciso portanto entender que os que o segue precisam escutar a sua voz, que precisamos resistir a muitos desaforos e desigualdades para não nos desviarmos do caminho, da verdade que nos conduz a vida eterna. O Bom Pastor se preocupa conosco, aquele que dá a vida pelo seu povo. Porque está em união com o Pai, de quem recebe a força para cuidar da sua missão.
A Missa também é especial porque é toda dedicada ao Dia das Mães, vídeos e homenagens estão acoplados para tornar esse dia abençoado a todas aquelas que devemos ser gratos e amar incondicionalmente. Uma missa que nos leva a uma reflexão sobre Jesus e o amor que devemos dedicar à nossas mães.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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