Meus queridos irmãos e queridas irmãs em Cristo Jesus. O que diferencia a proposta de amor de Jesus e dos seus seguidores de outras propostas é o que nos ensina o Evangelho de Hoje. O mundo do tempo de Jesus, tanto na sociedade pagã como judaica, conhecia propostas de amor mútuo. O mandamento de Jesus é novo, em primeiro lugar, porque ele se impõe como exigência essencial para entrar na comunidade “escatológica”. Essa é a comunidade que já experimenta a presença do Reino de Deus, mesmo que ainda espere a sua plena realização. Ou seja, é uma comunidade que experimenta a salvação já realizada em Jesus.
O mandamento também é novo, porque não se fundamenta nas leis da tradição judaica sobre o amor, onde se propõe amar o próximo como a si mesmo. Assim, o mandamento é assumido nos demais evangelhos. Em João, no entanto, o mandamento é novo porque requer um amor mais radical, de entrega de si mesmo, como Jesus fez.
O modelo deste amor é o exemplo do próprio Jesus “assim como eu vos amei!”. E como ele nos amou? Entregando-se até a morte, para que todos pudessem “ter a vida e vivê-la plenamente”. Este amor não é sinônimo de simpatia ou sentimento de atração. Exige humildade e disposição para o serviço que leva a morrer pelos outros.
Este “morrer” normalmente não se expressa através duma morte literal, mas morrendo diariamente ao egoísmo e à busca do poder dominador, para que sejamos servidores, especialmente dos mais humildes, a exemplo do Mestre que “não veio para ser servido, mas para servir” (cf. Marcos 10,45).
Este amor foi tão fundamental para os discípulos de Jesus que deve tornar-se para nós um sinal característico de comportamento: “assim todos reconhecerão que vocês são meus discípulos”. Mais do que uma lista de doutrinas, mais do que práticas litúrgicas ou rituais, precisamos alcançar o povo com o evangelho pregado por Jesus, embora devemos reconhecer que essas tenham o seu lugar e a sua importância no seio da Igreja, é o amor mútuo e concreto que deve distinguir os discípulos de Jesus. É o amor concreto e mutuo que nos distingue como povo de Deus.
Atos dos Apóstolos lembra-nos que “foi em Antioquia que os discípulos receberam, pela primeira vez, o nome de cristãos” (Atos 11,26). Receberam uma nova designação, porque a sua maneira de viver era marcada diferente das outras comunidades religiosas da cidade – era marcada pelo amor mútuo.
Voltando ao Evangelho de hoje ele aconteceu após o lava-pés. Jesus reconhece que seu fim chegou, e deixa um recado aos seus seguidores: o novo mandamento do amor. A novidade desse mandamento é “como Jesus amou” – com a doação da própria vida em favor da humanidade e de igual modo o amor de Deus pela humanidade.
O mandamento de Jesus é novo também porque renova! Ele é, de tal modo, que muda a face da Terra, transforma as relações humanas, como aquele fermento do qual fala Jesus, que, introduzido na massa, a faz fermentar toda, levantando-a de sua inércia. A novidade está na medida desse amor: “COMO EU vos tenho amado…”
O amor de que Jesus fala é o amor que acolhe, que se faz serviço, que respeita a dignidade e a liberdade do outro, que se faz dom total (até a morte) para que o outro tenha mais vida.
A proposta cristã resume-se no amor. O amor é o distintivo, que nos identifica… Que em nossos gestos as pessoas possam descobrir a presença do Amor de Deus no mundo!
O Evangelho de hoje convida-nos para que, honestamente, examinemos a nós mesmos, a fim de verificar se este amor serviço ainda é a nossa marca característica, discípulos/as de Jesus, na nossa vida pessoal e comunitária!
Jesus continuará no meio de seus discípulos e no meio do povo pelo amor com que os amou e que lhes deixa como herança para que vivam nele e o realizem sempre nas suas relações mútuas. “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros”. O amor recíproco, ajustado ao amor do Mestre, ou melhor, nascido dele, garante, à comunidade cristã a presença de Jesus, da qual é autêntico sinal. Ao mesmo tempo, é o distintivo dos verdadeiros cristãos: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros”. Deste modo, a vida da Igreja começou amparada numa força de coesão e de expansão totalmente nova e dotada de um poder extraordinário porque fundamentada, não no amor humano que é sempre frágil e falível, mas no amor divino: o amor de Cristo revivido nas mútuas relações dos que creem e respeitam seus semelhantes. Portanto irmãos a lei de Deus é simples: Amai-vos uns aos outros!
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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