O Pai Celestial escolheu Israel como seu povo, esperando que esse povo, representando todos os povos do mundo, também fosse acolhido. Mediante que cumpramos de nossa parte, seus mandamentos. A Palavra de Deus não é inacessível, porque está perto do alcance de todos os que amam o Senhor. Os mandamentos só produzirão efeito quando passarem da palavra escrita no papel para serem vividas verdadeiramente no coração.
A segunda leitura de hoje nos mostra um hino cristológico proclamando a centralidade de Cristo na ordem da criação e na redenção da humanidade. A pessoa de Jesus, sua mensagem e tudo o que praticava nos conduzem diretamente ao coração de Deus. Jesus é a autêntica imagem do Criador e o perfeito caminho que nos leva ao Pai Celestial. Seremos imagem de Deus e semelhança na medida em que nos deixarmos modelar pelas palavras e ensinamentos de seu Filho Jesus.
A Parábola do Bom Samaritano, contada por Jesus, elucida a questão fundamental da fé em Deus: esta manifesta-se, essencialmente, no amor ao próximo. Questionado pelo astuto mestre da lei que, testando e tentando Jesus, indaga “o que devo fazer para receber como herança a vida e eterna?” e “quem é meu próximo?” Nosso Senhor define com precisão a abrangência do vínculo fraterno que une toda a humanidade.
Para Ele, a condição de proximidade não se limita às razões de parentesco, amizade ou ideologia comum e, é nesta perspectiva que contrapõem a justificativa do mestre da lei perguntado depois de lhe contar uma parábola: “qual dos três foi o próximo do homem que caiu na mão dos assaltantes?”.
Precisamos entender queridos irmãos e irmãs que diante da dúvida de um mestre da lei a respeito da vida eterna, Jesus mostra lhe que a resposta está na Palavra de Deus. O centro dessa Palavra é o mandamento do amor a Deus e ao próximo. “Amarás o Senhor teu Deus de todo coração e ao seu próximo como a si mesmo.”
Percebamos que, para o Senhor, não se trata de saber quem é meu próximo, trata-se de mim mesmo diante dos demais irmãos que encontramos em nosso caminho. Eu tenho que me tornar próximo, por que o outro conte comigo como eu mesmo posso necessitar de outros. Próximo na história ilustrada por Jesus é o que está caído e necessitando de ajuda naquele momento.
O diálogo termina com a sugestão imperativa de Jesus “vai e faça a mesma coisa”, ou seja, a exemplo do samaritano, torna-te próximo dos que de ti necessitarem!
E o que significa ser próximo na visão de Jesus?
A resposta do mestre da lei auxilia-nos na compreensão. O próximo “é aquele que usou de misericórdia”, que tendo seu coração rasgado até a alma foi atingido pela dor e insuficiência do outro ali caído, foi capaz de assumir o sofrimento alheio agindo concretamente em seu favor com disposição para ajudar.
A capacidade de compadecer-se não é estranha a nós; plantada pelo criador no mais íntimo do homem, está ao nosso alcance, e é a partir de dentro que devemos aprender a sermos próximos. Colaborar, ajudar, dedicar-se em auxiliar seu próximo só lhe trazem benefícios múltiplos dos céus. Tornar o mundo melhor implica tornarmos próximos do outro; fazendo assim, viveremos em paz.
O Evangelho de hoje nos convida a uma mudança de perspectiva: em vez de quem é meu próximo, o foco deve estar em fazer-me próximo. Fez-se o próximo da vítima aquele que teve compaixão e a levantou de uma situação de abandono e desumanidade. A parábola toca nossa vida e nos revela que pessoa somos.
A parábola contada por Jesus pode ainda, também, ser comparada ao agir de Deus. Os homens da Igreja viram no percurso de Jerusalém à Jericó a imagem da história do mundo; o homem, quase morto à beira do caminho foi ignorado. É a humanidade destroçada pelo pecado e a morte; o sacerdote e levita, talvez o perfil religioso da época, fechado à graça de Deus e alienado ao legalismo, não sabem o que é o verdadeiro amor ao próximo; Por fim, passa por ali o samaritano, que vê naquele homem a imagem do Cristo rejeitado pelos judeus, que foi capaz de ver, ouvir os sofrimentos do povo e descer ao encontro de suas feridas, tratando-as e curando-as com dedicação e amor.
Atualmente a expressão foi generalizada e “Bom Samaritano” passou a designar qualquer pessoa que se preocupa com os outros, que age sempre a favor do bem, que procura ajudar em qualquer circunstância, sem falsos interesses. Não é possível amar ao próximo sem amar a Deus, porque apenas Ele ama incondicionalmente cada uma das pessoas e nôs capacita a deixar as diferenças para amarmos uns aos outros. Também é impossível não amar ao próximo e amar a Deus, uma vez que cada pessoa é a Imagem e Semelhança do Senhor.
O bom samaritano foi quem viu aquele homem prostrado e foi movido de compaixão. Compaixão não é pena nem dó, compaixão é sentir amor, sentir o que o outro está sentindo. Compaixão é colocar-se no lugar do outro, é ter um coração como o de Deus.
Deus se fez próximo de nós com o intuito de curar nossos males e, resgatados, enviou-nos aos mais pobres e necessitados para que façamos o mesmo! Portanto é meu dever e minha obrigação dizer hoje ao povo de Deus. “VÃO E FAÇAM A MESMA COISA…”
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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