O convite da liturgia deste 22º Domingo do Tempo Comum é para vencermos a tentação da soberba, aquele orgulho que muitas vezes toma conta do nosso coração e é parceiro da arrogância.
Uma atitude que não nos permite um saudável convívio fraterno, que mina todo esforço por unidade e comunhão. Somente à luz da Palavra de Deus podemos encontrar um caminho seguro de conversão desse pecado que muitas vezes nos ronda e ataca sem que estejamos atentos.
No Evangelho, Jesus é enfático: “quem se eleva será humilhado e quem se humilha, será exaltado”. A vanglória é um mal a se combater, pois nos cega a ponto de não reconhecer no outro um irmão. Ainda mais quando vem acompanhada de alguma forma de poder ou prestígio. Pode se tornar insensibilidade, desprezo, e até mesmo repulsa. Rompe com a fraternidade, nos fecha em nós mesmos, em torno do “nosso próprio umbigo”.
Achando que somos o centro das atenções, deixamos o outro “de escanteio”, sem a devida consideração, na maioria das vezes faltando com a compaixão tão necessária quando lá de cima nos solicitam socorro, para agirmos em prol dos nossos semelhantes.
Quantas pessoas conhecemos que agem assim? Quantas vezes nós mesmos agimos desse modo? Desprezando uma ajuda, uma colaboração necessária para o bem do nosso próximo!
Jesus apresenta um remédio para esse mal: a humildade.
Não se deixar levar pela vaidade ou pelo fetiche da glória e da honra. Ocupar o último lugar não pode se confundir com falsa modéstia, mas deve ser o autêntico reconhecimento do outro, que leva a promover e integrar a todos, sem distinção, pois se reconhece em cada pessoa a sua dignidade de filho amado de Deus.
Na comunidade de fé, essa deve ser a atitude fundamental. O orgulho apenas gera divisão e alastra o mal. Não existe beneficio maior do que ser útil a quem de nós necessita de um simples gesto de amor, carinho e dedicação.
Uma justa estima de si mesmo traz aquela lucidez necessária para valorizar cada pessoa em sua singularidade. Sem questionamento, peguemos nossa cruz e corajosamente seguimos Jesus. Cada pessoa é única e irrepetível. Ninguém é igual a ninguém, mas ninguém é melhor que ninguém. Reconhecer isso já é um grande passo. Se somos todos irmãos, precisamos nos dedicar com atenção, carinho e principalmente de humildade uns para com os outros, zelando pelo bem do próximo e pela harmonia do todo.
A humildade é o caminho da perfeição no amor. É como ensina aquele famoso livrinho, A Imitação de Cristo: “Não há melhor e mais útil estudo que conhecer-se perfeitamente e desprezar-se a si mesmo. Ter-se por nada e pensar sempre bem e favoravelmente dos outros, prova é de grande sabedoria e perfeição”. Reza o Livrinho Imitação de Cristo.
A humildade queridos irmãos abre as portas da mansidão, da generosidade, da graça de Deus. Os santos e santas viram na humildade a mais importante escola de sabedoria para aprender o significado de ser humano e ser de Deus.
A vocação cristã que este mês estamos promovendo é, em última instância, lição de vocação à humildade ao aceitar o chamado de Deus para sua messe. Na intimidade com o Senhor, que se busca e se aprofunda na oração pessoal e comunitária, na leitura e escuta da Palavra, na vivência do Batismo e da Crisma, na participação da Eucaristia, no serviço aos irmãos e irmãs, na comunidade de fé, vamos assumindo o jeito de ser de Jesus, Mestre da Humildade e do Serviço.
Nos últimos 30 anos procurei formas para Evangelizar, o que significa comunicar essa novidade de amor que não exclui nem projetou ninguém, mas se abriu como doação de amor para todas as pessoas da qual tivemos algum contato seja através do catequismo, da primeira comunhão, da unção espiritualista, dos batismos e casamentos realizados, tudo em nome e louvor ao Senhor.
Essa é a vocação do Evangelizador, que celebramos neste último domingo de agosto!
A crise ecológica é um reflexo da crise da humanidade. Se não assumirmos a nossa responsabilidade em cultivar e guardar a Criação (Gn 2,15), entraremos, com certeza, em uma crise ainda mais grave e profunda, que bom que ouvi o chamado e aqui me encontro a serviço do Senhor por amor ao próximo.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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