A primeira leitura é uma oportunidade para falarmos da revelação. A nossa mente não consegue alcançar todas as coisas, muito menos as coisas celestiais ou divinas. Essas devem ser reveladas por Deus mesmo. Por isso, a leitura da Bíblia e a escuta atenta do Magistério da Igreja são importantes para que a nossa fé seja autêntica e verdadeira. Não dá para caminhar com cada um seguindo seu próprio pensamento. É preciso se apoiar na Palavra da verdade e na pregação.
A primeira leitura é a conclusão da oração que o autor faz para pedir a Deus a sabedoria. O autor reconhece a fragilidade dos pensamentos e das reflexões dos mortais e a necessidade da sabedoria divina, a fim de conhecer e discernir os desígnios do Senhor. Iluminados pela sabedoria de Deus, saberemos o que ele deseja de cada um de nós.
Todos nós conhecemos a perspectiva do apóstolo Paulo sobre o Batismo. Para ele, o Batismo nos torna irmãos, sem diferença de raça, condição social ou gênero. Somos membros de um só Corpo, o Corpo de Cristo que é a Igreja. Com essa convicção, ele escreve a Filêmon, o patrão, pedindo que aceite Onésimo, seu escravo, como um irmão em Cristo. Este pedido de Paulo é algo forte e exigente, pois interfere nas relações humanas para viver a vida nova em Cristo. Trata-se de um belo exemplo de ação social da Igreja, a segunda leitura, que nos mostra o dever de denunciar e contestar todo tipo de escravidão, lembrando que todos somos irmãos em Cristo Jesus.
No Evangelho, vemos que Jesus é seguido por grandes multidões e lhes dá a conhecer algumas exigências para serem bons seguidores: desapegar-se dos familiares – sem os desprezar ou desvalorizar – e de si mesmos tomar a própria cruz; calcular as condições. O Mestre não pede o impossível, mas a pessoa precisa estar preparada e disponível para tudo o que for possível. Não adianta dizer que é Cristã e seguidora de Jesus se não consegue renunciar àquilo que não contribui para a instauração do Reino de Deus.
Perguntemo-nos: Eu tenho sido instrumento de reconciliação na minha família e no meu grupo de amigos? O que eu tenho feito para tornar a minha Comunidade um lugar onde se vive o amor, cooperação, respeito e paz? A exemplo de Paulo, sou movido pelo desejo de viver a unidade, comunhão e o respeito superando os preconceitos?
Ali entre a multidão que o seguia Jesus começa uma conversa bastante séria: quem não o coloca acima de tudo, não é verdadeiramente discípulo dele. Somente quando colocamos Cristo em primeiro lugar é que aprendemos a viver o amor e a fraternidade. Aí você entende quando falamos que a Eucaristia é um verdadeiro encontro com Jesus e os irmãos. Nossas celebrações dominicais da Palavra também o são. Bem aventurados aqueles que recebem nossas celebrações e as colocam em prática.
Ao afirmarmos a importância de Deus em nossa vida, precisamos revelá-lo em nossas ações, palavras e relações fraternas. A nossa fé em Cristo exige de nós uma renúncia verdadeira para a vivência do Reino. O egoísmo, autossuficiência e preconceitos roubam e destroem nossa dignidade de filhos de Deus. Escolhamos seguir Jesus vivendo o amor, a fraternidade, a justiça e a paz no dia a dia. Procure pelo menos ser útil aos seus semelhantes e já dará um gigantesco passo para conquistar esse reino.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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