As Bem-aventuranças são os anseios por um mundo novo. Numa sociedade consumista e egoísta, Jesus proclama a felicidade daqueles que sentem, hoje, a dor da injustiça e os chama para o seu Reino. Não podemos nos conformar com esse mundo violento e materialista onde o poder está acima da vontade do povo. Desejamos um mundo novo: novos Céus e nova Terra.
Na primeira leitura: O profeta inicia-se com um apelo à conversão: abrir-se para Deus e buscar a justiça e a humanidade, sempre baseando-se na verdade, porque só a verdade tem o poder de nos libertar definitivamente das opressões sofridas. Deus sempre intervém, propondo a transformação a partir de um povo pobre e fraco. Um povo comprometido com Deus tem condições de eliminar as iniquidades que nos assolam, as mentiras e os enganos.
Precisamos entender que vivemos em busca de sermos felizes, mas como ser feliz? Talvez conquistar a felicidade seja algo fácil, e Jesus nos dá a receita das bem aventuranças para sermos felizes: “Ser pobre no coração, é buscar a santidade. Jesus viveu e deu nos exemplo de que é possível buscarmos a santidade. Reagir com humildade e mansidão, diante dos adversários pode parecer difícil, e penso como nos enganamos com certas pessoas, com quem convivemos, muitas são venenosas, se apresentam vestidas de cordeiro, mas são lobos querendo nos destruir. Saber chorar com os outros: é buscar a santidade. Jesus viveu assim. Buscou a justiça com fome e sede e soube com amor saciar a todos que foram até ele: Olhou e agiu com misericórdia: Se quisermos manter o nosso coração limpo de tudo o que mancha o amor: precisamos procurar a santidade e olhar nossos irmãos com amor como nos pediu Jesus. Viver como Jesus viveu. Semear a paz ao nosso redor e não a discórdia: Abraçar diariamente o caminho do Evangelho mesmo que nos acarrete problemas: isto é santidade”. Pois felizes são aqueles que buscam a complacência e sabem perdoar seus irmãos e oferecer a eles novas oportunidades.
Não foram ideias nem conceitos que moveram Jesus; foram os rostos, as pessoas com quem ele convivia, foi a confiança neles depositados, Jesus não via os defeitos, mas as qualidades de cada um, como eles podiam lhe servir. Eram um grupo de união e respeito, e mesmo após sua morte e ressurreição foram lhe fieis até o fim de suas vidas. É a vida que clama pela Vida, que o Pai nos quer transmitir no Evangelho de hoje para sermos felizes.
As Bem-aventuranças nascem do coração compassivo de Jesus, que se encontra com o coração de homens e mulheres que desejam e anseiam por uma vida feliz; de homens e mulheres que conhecem o sofrimento, que conhecem a frustração e a angústia geradas quando “o chão lhes treme debaixo dos pés” ou “os sonhos acabam submersos” e se arruína o trabalho duma vida inteira; consideradas pessoas não gratas, e tememos conviver com elas e muitas vezes nos enganamos, porque também podem ser pessoas que têm garra e coragem para continuar a luta, reconstruir e recomeçar se dermos a ela uma nova oportunidade de Voltar aos braços do Pai e reconhecer que errou, e que pretende aprender e se entre os demais o mais humilde para continuar trabalhando como servo ao seu lado buscando o Reino de Deus.
Esse texto do Evangelho não nos permite ficar em uma atitude passiva perante a realidade, cada qual ter suas particularidades, temos que gostar das pessoas como elas são, não como gostaríamos que elas fossem, nem podemos ser um espectador que se limita a olhar e analisar as estatísticas e números do que acontece ou sucedeu, todos tem o direito de recomeçar, se alguém não nascer de novo, não poderá ver o Reino dos Céus. Não somos profetas de desgraças, que semeiam decepções, temos que tentar ser profetas desejando a santidade nossa e de quem convivemos. Precisamos agir como Jesus agiu e falar como Jesus falou. Aprender com seus ensinamentos verdadeiramente sem descriminações.
Quando Jesus diz bem-aventurado ou felizes: “o pobre, o que chorou, o aflito, o que sofre, o que perdoou, o que errou”, vem extirpar a imobilidade paralisadora de quem pensa que as coisas não podem mudar, de quem deixou de crer no poder transformador de Deus Pai e nos seus irmãos, especialmente naqueles mais frágeis, nos seus irmãos descartados de alguma forma que buscaram em outros apriscos quem os podiam aceitar. Mas o próprio Jesus possui outros apriscos e deixa as que estão reunidas, para buscar a que está perdida.
Jesus, quando proclama as Bem-aventuranças, vem sacudir aquela prostração negativa chamada resignação que nos faz crer que se pode viver melhor, se evitarmos os problemas, se fugirmos dos outros, se nos escondermos ou fecharmos nas nossas comodidades, se nos adormecermos num consumismo tranquilizador, se não nos abrirmos muito na confiança de quem conhecemos pouco.
Aquela resignação que nos leva a isolar-nos de todos, a dividir-nos, a separar-nos, a fazer-nos cegos perante a vida e o sofrimento dos outros, muitas vezes parece ser o melhor caminho, reza um ditado que de boca fechada não se entra moscas. Devemos juntar para não se espalhar.
Na segunda leitura Paulo se dirige a uma comunidade pobre em Corinto. Tem a convicção de que Deus escolheu preferencialmente os pobres, simples e os marginalizados. Diante desta comparação, revela a contradição entre o projeto divino e os planos humanos. Deus escolhe os fracos para confundir os fortes. E nesta escolha precisamos compreender o amor de Deus.
– A nossa felicidade consiste no fato de termos conhecido o Senhor Jesus. Aí está o verdadeiro motivo de nossa alegria e de nossa paz. Humanamente, somos levados a pensar de outra forma: Nem todas as pessoas conseguem ver a grandeza de nossos corações quando buscamos a santidade; Eu pergunto: é feliz quem é rico, quem é saciado de bens, quem recebe aplausos e é invejado por muitos, quem tem todas as seguranças e pensa ter o poder absoluto em suas mãos? Eu acredito sinceramente que este é um pensamento mundano, não é pensamento das Bem-aventuranças e não pode se sentir uma pessoa totalmente feliz. Jesus, ao contrário, declara um fracasso o sucesso mundano, se cruzamos os braços e nada fazermos, pois se baseia em um egoísmo que infla e depois deixa o vazio no coração esquecendo que Cristo morreu de braços abertos.
O reino de Deus começa a viver já aqui e agora, o desejo que conta é o da justiça sempre, e o caminho para a Justiça de Deus está na misericórdia, na pureza de coração e na promoção da paz entre os homens de boa vontade. Com a graça de Deus, tomemos plena e eterna felicidade por tudo que aqui tivermos vivido como bons missionários da palavra amando uns aos outros, como pessoas humildes que se deixam guiar pelo Santo Espírito e sermos de fato felizes e bem-aventurados.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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