Depois de muita luta e trabalho, o Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL) fez um procedimento inédito na região: o transplante ósseo conhecido como aloenxerto. Nesse tipo de transplante, o cirurgião pega o osso do cadáver, que fica armazenado em um banco de ossos dentro do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO) no Rio de Janeiro.
O osso usado na cirurgia foi transportado via aérea para Pouso Alegre, por meio dos serviços da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTT). “Fizemos aqui no Hospital, de forma pioneira na região, a ressecção do tumor tirando um seguimento da diáfase do úmero e colocando esse enxerto de osso trazido do Rio de Janeiro”, explica o médico ortopedista oncológico do HCSL, Eugênio César Mendes.
Quanto à origem, os enxertos podem ser classificados como autoenxertos, quando são colhidos do corpo do próprio indivíduo, ou aloenxertos, quando são colhidos de outro indivíduo. “Fizemos nosso credenciamento no banco de Osso para podermos realizar esse enxerto. Foi realizado um trabalho muito rigoroso aqui na CIHDOTT para que pudéssemos obter esse credenciamento. Agradeço o trabalho sério e sistemático da enfermeira Sônia, que me ajudou no credenciamento do HCSL, e também a enfermeira Laísa, que fez toda essa conexão entre os dois hospitais”, afirma Dr. Eugênio, elogiando toda a equipe pelo esforço para que o procedimento inédito fosse realizado com êxito no HCSL.
O paciente Diego Henrique Braga, que passou pela cirurgia pioneira no Sul de Minas trabalha como operador de extrusora. “O atendimento aqui no Hospital superou as expectativas. Fui tratado muito bem. A cirurgia correu muito bem, estou me recuperando muito bem. Agradeço a todos que me ajudaram nesse hospital”, disse.
Segundo o Dr. Eugênio Mendes, a recuperação deve seguir de forma tranquila e rápida. “Esperamos uma excelente recuperação para o paciente, que ficará com uma tipoia por algumas semanas e em quinze dias serão tirados os pontos. Assim que o enxerto consolidar ao osso do receptor, ele será liberado para o início das fisioterapias”, conta.
O HCSL está preparado para esse tipo de cirurgia que passa a ser mais um diferencial do trabalho desenvolvido na instituição.
Frozen Bone (osso congelado)
Em 2017, O Hospital das Clínicas Samuel Libânio realizou outra cirurgia inédita na região na mesma área. Chamada de Frozen Bone (osso congelado), o procedimento usa uma técnica de congelamento para tratar câncer nos ossos. A cirurgia foi realizada também pelo médico Eugênio César Mendes, especializado em ortopedia oncológica. “Primeiro, eu cortei o osso doente, depois descasquei o tumor que estava no osso que ficou totalmente limpo. Depois, mergulhei ele no nitrogênio líquido com menos 174º C. Logo após vinte minutos, o osso foi colocado em temperatura ambiente onde ficou por mais quinze minutos. O osso ainda foi mergulhado em água destilada, também em temperatura ambiente, onde permaneceu por mais dez minutos. Depois de descongelado reimplantei o osso na paciente, com placa e parafuso como no caso de uma fratura normal. O procedimento inovador usou o osso do próprio paciente, com encaixe perfeito.
Ascom FUVS
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