O propósito divino manifestado no dia da Transfiguração de Jesus talvez seja muito difícil para a mente humana captar seu real significado pela sua descrição como nos é apresentada. Uma concepção plena do esplendor de Deus Pai; Entretanto, alguns aspectos dos resultados obtidos são evidentes. Para Cristo, a manifestação foi fortalecedora. Infelizmente O que realmente se passou, na entrevista de Jesus com Moisés e Elias, não está registrado em sua plenitude nos evangelhos do Novo Testamento. A voz de Seu Pai, de quem fora o Primogênito significou uma garantia suprema; Aquela voz foi dirigida aos três apóstolos e não a Jesus, que já recebera o reconhecimento e confirmação do Pai na época de Seu batismo.
A versão mais completa das palavras do Pai a Pedro, Tiago e João é a apresentada por Mateus: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo: escutai-o.” Além de constituir uma proclamação da natureza divina do Filho, as palavras do Pai foram também decisivas para aquele momento único. Moisés, o promulgador da lei, e Elias, o representante dos profetas distinguindo-se especialmente entre eles como os que não morreram, foram vistos administrando a Jesus e sendo Lhe submissos. O cumprimento da lei e a substituição dos profetas pelo Messias foram testificados com a ordem — “Escutai-o”.
Uma nova dispensação fora estabelecida a partir daquele momento — a do Evangelho — para a qual a lei e os profetas haviam sido apenas preparados. Os apóstolos não deviam ser guiados doravante por Moisés nem por Elias, que era a lei religiosa daquela época em que Cristo vivia entre eles, mas por Ele, seu Senhor, Jesus, o Cristo, viveriam para Cristo, por Cristo, e em Cristo toda honra e toda glória deveria ser para sempre. “Ninguém vai ao Pai se não por mim”, deixou claro o Mestre dos mestres.
Tanto Mateus, quanto Marcos, afirmam que a Transfiguração ocorreu” seis dias depois” da grande confissão de Pedro de que Jesus era o Cristo o filho de Deus vivo, ao passo que Lucas menciona um intervalo de “cerca de oito dias”. É provável que o período de seis dias inclua somente o tempo decorrido entre o dia da confissão e o dia em que Jesus e os três apóstolos se retiraram para a montanha, e que os “oito dias” de Lucas incluam os dois dias em que esses eventos se passaram. Não há aqui terreno para uma alegação de discrepância.
– A verdade é que Pedro, Tiago e João, foram selecionados dentre os Doze como as únicas testemunhas terrenas da transfiguração de Cristo, haviam igualmente sido escolhidos como testemunhas também de outras manifestações especiais, ou seja, o reavivamento da filha de Jairo; e mais tarde, os mesmos três foram as únicas testemunhas da noite de agonia que nosso Senhor passou em Getsêmani. Portanto a Transfiguração de Jesus é uma antecipação do esplendor, que encherá a noite da Páscoa celebrada depois com todos eles reunidos num grande encontro. A Transfiguração introduz o elo entre o calvário e a ressurreição, situada antes da paixão e da morte, prepara-os para a compreensão deste mistério.
– Naquele dia, Deus testemunhou que Jesus – humano/divino – era de fato o Messias, o enviado do Pai para redimir os homens de todos os pecados e nos oferecer a Salvação. Assim como no dia de seu batismo, também no Tabor a voz de Deus testemunha a divindade de Jesus: “Este é meu Filho amado, escutai-o”.
-A Transfiguração constitui uma passagem de ânimo para os discípulos e para todos os cristãos, pois nela manifesta-se a glória de Jesus e atesta que Ele é, apesar da cruz que se aproxima, o Filho amado de Deus. Os discípulos recebem, assim, a certeza de que o projeto que Jesus apresenta é um projeto que vem de Deus, um projeto de esperança.
Deus nos concede pequenos “tabores” ao longo de nossa vida, pequenos momentos de consolação, para suportarmos os grandes momentos de desolação e de tristeza que a vida nos apresenta, muitas vezes não temos de imediato aquilo que suplicamos em oração. Os Apóstolos, que viram Jesus na Sua condição de Servo, não poderão esquecer a Sua condição divina e aprenderam a saber esperar o tempo de Deus.
A transfiguração de Jesus anunciada do alto daquele monte pede, não desanimeis, pois, a lógica de Deus não conduz ao fracasso, mas à Ressurreição, à vida definitiva, à felicidade. Por fim, pelas palavras de Pedro, os três discípulos, testemunhas da transfiguração, parecem não querer “descer” e enfrentar o mundo e os problemas dos homens e mulheres. Jesus não responde a Pedro, pois, sabe muito bem que é preciso descer à realidade concreta do mundo e fazer algo para transformá-lo. Jesus deixa claro que para segui-lo é preciso assumir os mesmos compromissos que o Pai Lhe confiou. Ser cristão é assumir um compromisso com Deus, que se faz compromisso de amor com o mundo e com os homens. A Palavra de Deus nunca nos falta, a Palavra divina “Escutai o que Ele diz”, espera de nós uma escuta atenta e resposta decisiva de compreensão mutua, para entendermos como poderemos nos aproximar do Reino dos Céus.
Direto da Santa Missa em seu Lar / FCVM
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