A profecia de Isaías destaca sua denúncia daqueles que exploram o povo, principalmente aqueles que nada têm. Enquanto alguns vivem num mundo cheio de riquezas, outros precisam sobreviver à custa de quase nada. O orgulho do ser humano leva o mesmo a realizar coisas absurdas, ostentando assim um egocentrismo incapaz de gerar justiça. Enquanto alguns se fecham, outros exercem suas tarefas com zelo, obediência e amor, segundo os princípios de Deus.
O verdadeiro poder que deve ser exercido por aqueles que seguem a Deus é o servir. O texto do profeta está inserido num ambiente de responsabilidade para com o povo confiado a quem lidera os mesmos. Seja onde for, o cristão precisa responder aos anseios de Deus. Historicamente, o coração humano, caído na corrupção do pecado, foi tendencioso a se preocupar com interesses próprios e não se abrir à graça divina.
A Carta de São Paulo aos Romanos faz menção a um contexto de rejeição da parte de Israel para com Jesus. Negaram aquilo que fora proposto por Ele. Cristo quis reunir este povo, mas ele o ignorou. Paulo conclui esta carta com uma louvação, indicando assim o que Deus realizou por toda a humanidade.
De fato, a riqueza, sabedoria e ciência de Deus ultrapassam todos os horizontes possíveis. A ação divina será sempre um mistério, fugindo da compreensão humana. Caberá ao sujeito de hoje confiar em Deus. Talvez seja uma das realidades mais adversas confiar naquilo que se apresenta de forma desconhecida.
Criar uma imagem divina muito pessoal, que atende aos “gostos próprios” é reduzir seu amor a um objeto manipulável por cada um. Ele vai além e apesar das nossas muitas incompreensões frente aos absurdos do mundo, somos chamados a não nos fechar em nossa mesquinhez e orgulho, mas se abrir a essa graça que faz novas todas as situações.
O Evangelho de hoje direciona a mensagem de Mateus para o caminho da cruz e assim, caberá aos discípulos entenderem quem é Jesus e qual a sua missão com todo esse povo. De numerosas multidões a seguirem Jesus, as ameaças aparecem e seus seguidores diminuem. A lógica da cruz questiona aos seguidores do Mestre e causa muitas reflexões. Jesus é o Filho de Deus e a Pedro é confiada uma missão bem específica.
O povo ainda permanece com ideias do passado, imaginando que este “novo profeta” é mais um que surgiu. Jesus é o “Cristo, o Filho do Deus vivo!” A expressão dada no Evangelho de hoje realça essa condição particular para com Deus, algo bem íntimo que Jesus apresenta por estabelecer tal relação.
Portanto, o reino chegou, o povo agora tem motivos para celebrar a vida. Deus se manifesta aos pobres, aos pequenos, aos humildes. A tarefa de Pedro se fundamenta no dom da fé que o abre para Deus e nós devemos imitá-lo.
Refletir a figura de Pedro é perceber que a comunidade reunida ao seu redor aprende que é preciso servir. Jesus dá esta missão a este discípulo, que para além de honras e privilégios, aprenderá que doar a própria vida é a maior prova de amor que há. Dizer quem é Jesus deve ressoar como algo fundamental na vida daquele que deixou tudo para segui-Lo.
A Igreja de Cristo não se reduz a uma mera espera do fim, causando assim um comodismo comunitário. A autoridade confiada à comunidade é para o serviço. O cristão deverá colocar os ensinamentos divinos em prática e realizar a vontade de Deus sempre. A confissão de fé de Pedro deve ser sempre a nossa. Quando essa fé nasce em nossos corações, a confiança no amor a Deus só aumenta e assim, a obra em nossas vidas começada por Ele se completará definitivamente. Não duvidemos da ação divina! Deus agirá no tempo oportuno, segundo a sua inatingível sabedoria e amor para com todos nós.
Direto da Santa Missa em seu Lar
DEIXE SEU COMENTÁRIO | Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site.