A Igreja recorda os sofrimentos de Maria, Nossa Senhora das Dores. Há séculos que existe esta veneração do povo de Deus. Foram escritos hinos em honra de Nossa Senhora das Dores: ela estava aos pés da cruz e contemplam-na ali, sofredora. A piedade cristã recolheu os padecimentos de Nossa Senhora e fala das “sete dores”.
A primeira, só 40 dias depois o nascimento de Jesus, a profecia de Simeão fala de uma espada que lhe trespassará o coração. A segunda dor, a fuga para o Egito para salvar a vida do Filho. A terceira dor, aqueles três dias de angústia quando o jovem Jesus permaneceu no templo e foi encontrado entre os doutores. A quarta dor, quando Nossa Senhora se encontra com Jesus no caminho do Calvário. A quinta dor de Nossa Senhora é a morte de Jesus, ao ver ali o seu Filho, crucificado, nu, a morrer. A sexta dor é a descida de Jesus da cruz, morto, e ela pega ele no colo como o havia feito há mais de 30 anos em Belém. A sétima dor é o sepultamento de Jesus.
E assim, a piedade cristã percorre este caminho de Nossa Senhora que acompanha Jesus. Faz-me bem, no final da tarde, quando recitamos o Angelus, rezar estas sete dores como uma lembrança da Mãe da Igreja, como a Mãe desta Prelazia que com tanta dor deu à luz todos nós.
Nossa Senhora nunca pediu nada para si, nunca. Para os outros, sim: pensemos em Canã, quando fala com Jesus. Ela nunca disse: «Eu sou a mãe, olhai para mim: serei a rainha-mãe”. Nunca disse isso. Nunca pediu nada importante para si no colégio apostólico. Aceita apenas ser mãe. Ela acompanhou Jesus como discípula, pois o Evangelho mostra que ela seguiu Jesus: com as suas amigas, mulheres piedosas, ela seguiu Jesus, ouviu Jesus. Certa vez alguém a reconheceu: “Ah, aqui está a mãe”, “A tua mãe está aqui”… Ela seguia Jesus. Até ao Calvário. E ali, em pé… as pessoas certamente disseram: “Mas, pobre mulher, como deve sofrer”, e os malvados certamente disseram: “Mas, a culpa também é dela, porque se ela o tivesse educado bem, isto não teria acabado assim”. Ali estava ela, com o Filho, com a humilhação do Filho.
Honrar Nossa Senhora e dizer: “Esta é minha Mãe”, porque ela é Mãe. E este é o título que ela recebeu de Jesus, ali mesmo, no momento da Cruz. Os teus filhos, tu és mãe. Ele não a nomeou primeira-ministra nem lhe atribuiu títulos de “funcionalidade”. Apenas “Mãe”. E depois, os Atos dos Apóstolos mostram-na em oração com os Apóstolos como.
Nossa Senhora não quis tirar nenhum título a Jesus; recebeu o dom de ser sua Mãe e o dever de nos acompanhar como Mãe, de ser nossa Mãe. Ela não pediu para ser uma quase-redentora ou uma co-redentora: não. O Redentor é um só e este título não se duplica. Apenas discípula e mãe. E por isso, como Mãe, devemos pensar nela, procurá-la, rezar a ela. Ela é a Mãe. Nesta Prelazia Mãe. Na maternidade de Nossa Senhora vemos a maternidade da Igreja que recebe a todos, bons e maus: todos.
Hoje rendemos lhe esta homenagem, parar um pouco e pensar na dor e nos sofrimentos de Nossa Senhora Mãe Dolorosa. Ela é a nossa Mãe. E como os carregou, como os suportou bem, com força, com choro: não era um choro falso, era precisamente o seu coração destruído pela dor. Homenageá-la faz nos bem e dizer com sinceridade a Nossa Senhora: “Obrigado por ter aceito ser Mãe quando o Anjo te deu o anúncio, e obrigado por teres aceitado ser a Mãe Deus quando ele resolveu estar no meio de nós”.
Direto da Santa Missa em seu Lar
Participação especial Diácono Vinicius Domingos
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