O dia 1 º de outubro, quando celebramos o Dia Nacional do Idoso e o Dia Internacional da Pessoa Idosa, é ocasião oportuna para reforçar uma afirmação: o Brasil é uma nação em franco processo de envelhecimento e vive ao longo dos anos uma significativa mudança em sua pirâmide populacional.
Mas a constatação, por si só, não é suficiente. Não basta saber que nossa população está envelhecendo. É preciso estimular a reflexão sobre o que temos feito, enquanto cidadãos, sociedade, empresas, entidades e governos – cada um dentro das suas possibilidades e atribuições – para garantir que esse idoso não apenas viva mais como também viva melhor.
E o primeiro ponto a ser considerado é exatamente o fato de que proporcionar à população condições de bem envelhecer é desafio dos grandes e exige união de esforços e de agentes.
Não basta uma decisão individual, um único projeto ou uma iniciativa isolada – apesar de todo esforço ser válido e legítimo. Precisamos construir, juntos, um ecossistema que viabilize o bem envelhecer em todas as suas dimensões.
Dimensões essas que, obviamente, incluem questões de saúde e qualidade de vida – focadas especialmente no acesso à medicina preventiva – , mas envolvem outros temas como aposentadoria, finanças, convivência social, lazer, cultura, mobilidade.
E é esse o esforço que temos feito enquanto empresa que tem a terceira idade como público. Na área de saúde, estamos certos de que não há outro caminho além da prevenção para garantir, ao mesmo tempo, uma vida mais longa, plena e autônoma para o idoso, sem desequilibrar sua própria vida financeira ou sem comprometer as contas do ente prestador de serviços, seja ele público ou privado.
Mas há muitas outras demandas e também temos trabalhado nesse sentido, atuando como mantenedores da Abstaturps, entidade que reúne mais de 14 mil startups no Brasil, e ajudando a mapear as startups brasileiras focadas em atividades ou iniciativas que se encaixem dentro do conceito de bem envelhecer.
Porque, nesta nova configuração populacional, estão diante de nós questões enormes como os rumos da previdência, a desigualdade social e o acesso à saúde, mas também coisas aparentemente simples que podem trazer ganhos no dia a dia como letras maiores nos rótulos de produtos, telefones com teclas maiores e sistemas mais amigáveis, só para citar exemplos.
Fica a certeza de que a colaboração é o único caminho que temos. E se o provérbio africano já nos dizia que é preciso uma aldeia para educar uma criança, ouso utilizá-lo para também concluir que, para garantir uma vida plena e feliz ao idoso, é preciso uma sociedade inteira envolvida e mobilizada. Sigamos.
Maely Coelho é presidente da MedSênior
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