Uma ideia inovadora que já beneficiou mais de cem pacientes. Assim, podemos traduzir a iniciativa tomada pelo Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL), no início deste ano, com a criação do serviço de ortogeriatria, que surgiu de uma necessidade do serviço hospitalar em acolher vários pacientes idosos com fratura de fêmur e tratá-los de forma unificada em várias especialidades. “Reunimos a ortopedia e a geriatria do HCSL nesses casos com idosos e acolhemos esses pacientes do SUS em toda a sua complexidade com profissionais de clínica, enfermagem, assistência social, psicologia, fisioterapia, fonoaudiologia e nutrição”, explica a mentora da ideia e geriatra do HCSL, Dra. Letícia Maria Soares.
Segundo ela, a ortogeriatria é realidade em pouquíssimos hospitais no Brasil. “No início do ano, falei com o então diretor técnico do Hospital, Dr. Alexandre Hueb, que abraçou a ideia que vem de encontro com a realidade da população atendida na região, uma população que vem envelhecendo, está mais longeva e, consequentemente, aumentando suas necessidades”, conta a Dra. Letícia.
O trabalho da ortogeriatria começa pela prevenção, diminuindo os riscos de os idosos caírem ou sofrerem fraturas. “Se uma queda, uma fratura acontecer, já pensamos na reabilitação desse paciente no pós-operatório, para que ele tenha de volta a funcionalidade e sua qualidade de vida. Esse é um serviço inovador do nosso hospital. Essa união em prol dos pacientes é fantástica”, destaca a geriatra Letícia, que é egressa do curso de Medicina da Univás.
Benefícios para o paciente
Os pacientes idosos com fraturas são acolhidos no HCSL pelo serviço de emergência e a equipe de ortogeriatria já é acionada para fazer uma avaliação pré-operatória. “Dessa forma, preparamos o paciente para uma cirurgia mais segura e, posteriormente, acompanhamos no pós-operatório até a sua alta. Nosso hospital está totalmente preparado para esses casos com uma equipe grande e multidisciplinar que faz toda a diferença no cuidado ao paciente idoso”, afirma a médica.
O novo serviço melhorou o tempo cirúrgico, o tempo de internação e o prazo em que os pacientes idosos são operados e ficam no ambiente hospitalar. “Essa é uma vantagem significativa para a condição de saúde do idoso. Menor tempo dentro do ambiente hospitalar significa menor risco de lesão por pressão, menor risco de pneumonia, entre outros benefícios. Então, é um ganho incrível para o paciente e seus familiares”, avalia Letícia Maria, que atua há 20 anos na instituição e também coordena a Comissão de Residência Médica (COREME) do HCSL.
A ortogeriatria é um trabalho em conjunto, duas especialidades olhando para o mesmo foco, sendo que dezenas pacientes idosos já foram beneficiados com essa novidade no HCSL. “Existe então no HCSL a colaboração entre ortopedistas e geriatras em pacientes idosos com fraturas por fragilidade. Além disso, nosso paciente idoso com fratura recebe uma avaliação multiprofissional diante da complexidade do seu caso”, ressalta Dra. Letícia, que atua também como professora da disciplina de Semiologia e Saúde Coletiva, incluindo Ambulatório de Geriatria no curso de Medicina da Univás.
Ascom/FUVS
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