Iniciamos um novo ano litúrgico. Quando começamos algo novo, com esperança ativamos nossa melhor disposição. O Advento nos convida a começar de novo, deixar para trás o que é velho e explorar algo novo em nossas existências.
Recorda-nos que as coisas mais importantes da vida requerem espera, vigilância, assombro, acolhida e que a obscuridade e a luz convivem sempre no coração da história e em nosso próprio coração.
A comunidade cristã de Tessalônica foi fundada por Paulo, Silvano e Timóteo durante a segunda viagem missionária de Paulo, pelos anos 50. Durante o pouco tempo que lá passou
Paulo desenvolveu uma intensa atividade missionária, de que resultou em uma comunidade numerosa e entusiasta, constituída na sua maioria por pagãos convertidos. No entanto, a obra de Paulo foi brutalmente interrompida pela reação da colônia judaica. Paulo teve de fugir deixando atrás de si uma comunidade em perigo, insuficientemente catequizada num contexto de perseguição e provação.
Preocupado, ele envia Timóteo à Tessalônica para saber notícias e encorajar na fé os tessalonicenses. Quando Timóteo regressa, encontra Paulo em Corinto e comunica-lhe notícias animadoras: a fé, a esperança e o amor dos tessalonicenses continuam bem vivos e até se aprofundaram com as provações.
No Evangelho Jesus se esforça dizendo aos seus seguidores: tomai cuidado para que o coração não fique insensível; não vos deixeis arrastar pelos excessos; mantenha viva a indignação; vivei com lucidez e responsabilidade; não vos canseis; mantenha sempre acesa a atenção…
Lucas enumera algumas atitudes que anulam a possibilidade de entrar em sintonia com o Deus que continuamente vem ao nosso encontro: viver o cristianismo acomodado aos critérios do mundo sem nos dar conta, ou seja, insensibilidade do coração; deixar-nos prender pelas garras do consumismo, concretizado nos atos desordenados de comer e beber; as preocupações que esvaziam a vida e nos deslocam do essencial. À luz do texto podemos dizer que em nós existem a angústia, o medo e o espanto, não causados pelos “sinais no sol, na lua e nas estrelas”.
Pelo contrário, nossas preocupações e angústias são causadas pelas crises econômicas, pelos conflitos sociais, pelo abuso de poder, pela arrogância e ignorância de muitos, pela falta de pão e trabalho, pela cultura do ódio e da indiferença, e de tantas estruturas injustas, que só poderão ser removidas pela presença do amor de Deus e sua justiça no coração de todos nós.
Deus, com sua vinda permanente ao mundo, marcou um caminho de esperança para os descartados da sociedade. O Advento é tempo de espera, tempo para recordar que ninguém fica “fora da foto”, que todos somos protagonistas e convidados a sair das sombras que nos rodeiam. Nossa esperança é saber que Deus “olhou a humildade de seus servos e servas”, e nos instiga a levantar o nosso olhar para ver os rostos daqueles que arrastam suas vidas na sombra da exclusão e da dor. Sejamos “peregrinos de esperança” na vida dos irmãos e irmãs marginalizados, esquecidos e sofridos. Aqueles que vieram até nós cansados e oprimidos em busca de libertação e da Verdade. Que o Senhor venha, para salvar esse povo
Direto da Santa Missa em seu lar
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