Nesta semana, o Rotary Club Pouso Alegre das Geraes promoveu a lavagem da estátua do Bandeirante Fernão Dias Paes Leme no trevo de entroncamento da BR 381 com a BR 459. Com o apoio da concessionária da Auto Pista Fernão Dias (Arteris), Grupo THV e Hotel Central Parque, a estátua tombada como patrimônio histórico do município de Pouso Alegre/MG recebeu manutenção e lavagem completa após longos anos da ação do tempo.
O Rotary Club Pouso Alegre das Geraes, através de seu presidente Rafael Maurício Reis Teixeira, aproveitou esta ação para divulgar o projeto mundial da Pólio Plus, que visa erradicar a poliomielite no mundo. Associados do Rotary também prestigiaram a ação. Recebam da equipe do Jornal da Cidade os parabéns por tão brilhante iniciativa, que orgulha muito pousoalegrenses e os que aqui escolheram para morar. A estatua do Bandeirante Fernão Dias é apreciada por milhares de viajantes que trafegam pela rodovia e que tem destacado a cidade, como morada eterna do descobridor das Minas Gerais. Acompanhe um pouco a história de Fernão Dias que em busca de esmeraldas, deu origem ao nosso Estado.
A ORIGEM DO NOVO ESTADO
A multidão se aglomerou no largo do Mosteiro de São Bento, na Vila de Piratininga, para desejar sorte ao abastado Senhor de 66 anos que guiaria 40 homens brancos e 600 mamelucos e índios em busca da lendária Sabarabuçu, a reluzente serra de esmeraldas, e da desejada Vupabuçu, a lagoa abarrotada da mesma pedra preciosa. Era manhã de 21 de julho de 1674, o sábado que entrou para a história como o dia em que a bandeira de Fernão Dias Pais Lemes (1608-1681) partiu da hoje São Paulo para iniciar a formação de Minas Gerais e ligar economicamente o Norte e o Sul do Brasil.
Foram sete anos desbravando o inóspito sertão do atual território mineiro e penando com doenças. O bandeirante morreu de febre amarela, em 1681, sem retornar vivo à vila natal – o corpo está sepultado no Mosteiro de São Bento. Apesar da longa jornada, ele não encontrou sequer uma pepita de esmeralda. Mas a expedição deixou um legado econômico para Minas e o Brasil. A bandeira fundou povoados que deram origem a cidades de diferentes portes. A primeira é Ibituruna, no Sul do estado. Na hoje Grande Belo Horizonte surgiram Piedade do Paraopeba, bucólico distrito de Brumadinho; Roça Grande, o berço de Sabará; e Sumidouro, em Pedro Leopoldo.
Já no Vale do Jequitinhonha, a expedição contribuiu para a formação de Itacarambira e Itamarandiba. As picadas abertas pela expedição inspiraram o traçado de corredores viários, como o trecho da BR-381 que liga BH a São Paulo. A certidão da estrada reconhece a importância da coluna: Rodovia Fernão Dias. Na pegada das picadas e pousos abertos pela expedição, outras bandeiras partiram de São Paulo. Surgiram mais cidades e, em 1720, diante da proliferação de vilas e povoados, a Coroa portuguesa decidiu criar a Capitania de Minas Gerais.
“Graças à quimera da serra das esmeraldas, da lagoa dourada e de outros mitos, a epopeia de Fernão Dias desencadeou, com os consequentes desdobramentos, a criação de Minas Gerais”, concluiu o historiador Raimundo da Silva Rabello.
CAMINHO
A tropa saiu de Piratininga, cruzou a Serra da Mantiqueira pela garganta do Embaú e montou o primeiro povoado mineiro. Ibituruna tem, hoje, cerca de 3 mil habitantes. Atrás da Capela do Rosário, uma placa de bronze instalada em 1974 pelo então governador do estado Rondon Pacheco homenageia a data. Atrás da matriz há uma estátua do explorador e outra moção: “Fernão Dias Pais Leme, fundador de Ibituruna, primeiro povoado mineiro”. A tropa permaneceu no lugar, à espera do fim da temporada de chuvas, por seis meses. Nesse período, os homens plantaram milho, mandioca e outros.
O trabalho era em conjunto. Ainda é assim: agricultores de baixa renda dividem um terreno na entrada da cidade para plantar tomate, alface, repolho e outros legumes e verduras. “Nossa agricultura é herança dos bandeirantes”. Tanto que o nome da cidade, que já foi Santa Quitéria, homenageia a pedra que Fernão Dias tanto procurou.
A 70 quilômetros da cidade que recebeu o nome de Esmeraldas, uma vanguarda da bandeirantes chefiada por Fernão Dias fundou o segundo lugarejo, conhecido hoje como Piedade do Paraopeba, distrito de Brumadinho e onde vivem cerca de 1 mil habitantes.
De lá, os exploradores seguiram para a margem direita do Rio das Velhas, onde fundaram Roça Grande, berço de Sabará, cidade com cerca de 130 mil moradores. Na praça principal, uma placa: “Nesta Roça Grande, planta-se a semente de um povo valoroso e guerreiro. Aqui nasceu Sabará”. A cidade lucra com o turismo, o artesanato, a gastronomia e a mineração. É uma homenagem à lendária serra onde Fernão Dias perdeu a vida tentando, em vão, encontrar as famosas esmeraldas.
O CAÇADOR DE ESMERALDAS
Célebre bandeirante brasileiro nascido na vila de São Paulo de Piratininga, conhecido como o caçador de esmeraldas. Descendente dos primeiros povoadores da capitania de São Vicente, começou a projetar-se como bandeirante após o desbravamento dos sertões que hoje constituem os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (1638). Participou da expedição que expulsou os holandeses das vilas do litoral, ameaçando desembarcar em São Vicente (1640). Exerceu várias funções na Câmara de São Paulo e teve papel saliente na reintegração dos jesuítas que, expulsos (1640), permaneceram durante 13 anos afastados da vila.
Na bandeira das esmeraldas, a grande expedição associada a seu nome, partiu de São Paulo (1674) e da qual participaram seu genro, Manuel de Borba Gato, e os filhos Garcia Rodrigues Pais e José Dias Pais. Este último, José Dias Pais, seu filho caçula conspirou contra o pai, e Fernão Dias deu ordem para que o enforcassem a título de exemplo para seus comandados.
Durante sete anos o bandeirante explorou extensa área do território das Minas Gerais, a partir das cabeceiras do rio das Velhas, seguindo sempre rumo ao norte até a zona do Serro Frio, onde jazia o ouro, logo depois descoberto pelos paulistas. Não descobriu as cobiçadas pedras verdes, pois verificou-se que eram turmalinas as amostras de seu achado em Vupabuçu, no entanto, abriu o caminho para a segunda e grande etapa do bandeirismo, a da conquista do ouro e do diamante. Vitimado pela malária, morreu no arraial de Sumidouro, próximo a Sabará, MG.
A ESTATUA
A estatua do bandeirante Fernão Dias foi trazido por um carioca da qual não se tem dados sobre seu nome, mantido até hoje no anonimato. Ele tem 20 metros de altura, e foi transportada até o local onde se encontra em três partes: cabeça, troco e membros inferiores. Ela foi inaugurada em 1962 e na época era chamada de “Bonecão”.
Com o tempo e sempre com seu olhar voltado ao horizonte em busca de esmeraldas, o trevo que já se chamou de ‘brasilinha” ficou conhecido como o Trevo do Fernandão, devido ao seu tamanho. Ela tombada como patrimônio cultural do município e durante muitos anos foi ponto turístico de Pouso Alegre e milhares de fotos foram tiradas por visitantes que pareciam diminutas devido ao seu tamanho.
Com a ampliação da Rodovia que leva o seu nome, e melhoramento de um novo trevo, uma rotatória compatível abrigando a entrada e saída do município como principal acesso de veículos. A Estatua de Fernão Dias, o famoso caçador de esmeraldas e praticamente o descobridor dos caminhos das Minas Gerais foi conservada, mas o novo paisagismo a distanciou da população, tornando-se apenas um monumento de orgulho e ostentação de uma população pungente e curiosa, tal qual, quem sabe, um dia, o famoso bandeirante Fernão Dias, ali parado, tivesse perpetuado sua passagem ao caminhas com sua tropa pelas soberbas terras do Mandu!
Fonte: Direto da Redação com pesquisas na Internet
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