A história do progresso de Pouso Alegre está intimamente ligada as ações da presença da Igreja Católica no município, desde o surgimento do povoado, em meados do século 18, quando aventureiros paulistas trilhavam o Sul de Minas em busca de ouro e encontraram pedras preciosas na região de Santana do Sapucaí, hoje Silvianópolis.
O primeiro posto de fiscalização do ouro da Coroa Portuguesa surgiu em 1746, quando iniciou o povoado do Mandu, hoje Pouso Alegre. Em 1799 foi inaugurada a primeira capela destinada ao Senhor Bom Jesus dos Mártires, titular da cidade. Já em 6 de novembro de 1810, por alvará régio do imperador Dom João VI, era fundada a Freguesia de Pouso Alegre e elevada à condição de Paróquia, sendo a quarta criada no Sul de Minas.
O município se desenvolveu no entorno da Igreja Matriz do Bom Jesus, que passou por algumas reformas até ser elevada à categoria de Catedral, em 4 de agosto de 1900, praticamente 100 anos após a sua implantação. Nascia assim, a Diocese do Sul de Minas, com Sé em Pouso Alegre.
Era impossível imaginar, que 21 anos após a criação da Diocese, seguindo os passos do desenvolvimento, nasceria o maior Hospital da região, o Hospital Regional, como foi intitulado. E que um filho ilustre da cidade, Dr. Samuel Libânio, na época Diretor de Higiene Pública de Minas Gerais seria o grande idealizador e teria como parceiro, o renomado médico Dr. Custódio Ribeiro de Miranda, que seria seu primeiro administrador.
O ano era 1921 e o crescimento populacional da região preocupava as lideranças da época, principalmente Dom Octávio Chagas de Miranda, bispo da Diocese de Pouso Alegre, recém-chegado a região em 1916, quando fora nomeado pelo Papa. Dom Octávio era um grande incentivador da cultura, educação e saúde e teve papel fundamental no progresso e desenvolvimento da cidade, em uma época em que os poderes da Igreja e do Estado se misturavam.
Com a chegada do Hospital Samuel Libânio, e o número de atendimentos crescentes, o diretor do Hospital, Dr. Custódio Ribeiro, pediu apoio ao bispado para auxiliar nos trabalhos de Enfermagem, onde as Irmãs da Divina Providência, instaladas em um Convento na cidade de Itajubá (MG), foram designadas para auxiliar nos trabalhos. “As Irmãs de caridade ficaram por muitos anos no Hospital Samuel Libânio. Elas eram as enfermeiras, cozinheiras, faziam todo o serviço. Tinham um amplo espaço, onde cultivavam hortas e animais. O Hospital era uma extensão do Convento”, conta o médico Dr. Elísio Meirelles de Miranda, filho de Dr. Custódio e vice-presidente da Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí (FUVS).
As Irmãs da Divina Providência cuidaram do Hospital Samuel Libânio até o início da década de 1970, quando a instituição passou a pertencer a FUVS. As imagens sacras pertencentes a atual Capela do Hospital, pertenciam a antiga Capela, que era situada onde hoje está o Pronto-Socorro do HCSL. “Era uma Capela antiga, bonita, tinha alguns afrescos. Lembro que quando tinha missa, as freiras, os pacientes e o povo ficavam do lado de fora para acompanhar, porque era uma capela pequena”, conta Dr. Elísio.
Em 2019, o capelão do Hospital Samuel Libânio, pe. Celso Lélis Diogo conseguiu recuperar a imagem de São Sebastião, peça original que pertenceu a antiga Capela e que foi devolvida. A imagem da Imaculada Conceição também pertenceu a antiga igreja e se encontra na atual hoje. “A Igreja Católica sempre teve presença em nossa instituição, tendo em vista que o seu primeiro presidente e fundador, por mais de 30 anos, foi o arcebispo Dom José D’Ângelo Neto. Sem contar que Dom Octávio também era presença marcante no Hospital Regional”, finaliza Dr. Elísio.
Ascom FUVS
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