Os telejornais falam de uma “batalha equilibradíssima” e de um time que “caiu de pé”. Até aí, tudo bem. No capacho da porta de casa, as letras garrafais de “decisão de igual para igual” e “Fla rompe paradigmas”. Depois de certa estranheza, uma olhada por demais jornais do Brasil chegou a deixar dúvidas se o Liverpool havia mesmo vencido o Flamengo, no último sábado (21), no Mundial de Clubes. Isso pelo festival de “orgulho do tamanho do mundo” e “bicampeonato mundial adiado” de parte da imprensa.
A pedida isenção jornalística deixou a desejar nas bancas e determinados portais de notícias. Não houve esse “glamour da derrota”. Sem torcer contra ou a favor, rever a final do Mundial de Clubes com calma, friamente, longe de fanáticos e fanatismos, seria um tanto mais prudente. Só nos primeiros minutos dos dois tempos regulamentares, Roberto Firmino perdeu chances claras de gol, que poderiam muito bem acabar com as chances do Flamengo. Isso sem falar nos momentos de brilho de Salah e Mané, esses menos inspirados do que de costume.
Outras quatro, cinco chances reais de gol dos ingleses e o bom time rubro-negro desmoronou. As investidas no ataque passaram a ser ainda mais raras e a equipe pareceu esperar o fim da prorrogação. Antes, a posse de bola maior pode ter dado essa falsa impressão de tamanho equilíbrio, já que ninguém se enganou com uma bicicleta de Gabigol e os dribles para a linha de fundo de Bruno Henrique — Lincoln, sim, chutou por cima do gol a chance de empate. Se pesou o número de jogos de um ou de outro, não importava mais quando a bola passou a rolar.
De volta ao âmbito jornalístico, as mesas-redondas foram intermináveis. Tudo estava armado para uma festa que não aconteceu e seria dificílima de acontecer pelas diferenças de valores e competitividade dos elencos. As justificativas em geral recaíram sobre as substituições de Jorge Jesus: Arrascaeta e Everton Ribeiro deram lugar a Vitinho e Diego. E nada mudou. O Liverpool continuou sendo melhor e, pasmem, ganhou com justiça. Não há troféu de consolação. O Flamengo não ensinou como se joga… Nada disso.
Por André Avelar, do R7
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