Vão a julgamento nesta segunda-feira, 4 de dezembro em Cambuí/MG os acusados de terem participado da morte da universitária Larissa Gonçalves de Souza, na época com 21 anos. A jovem foi encontrada, após ter ficado 11 dias desaparecida, morta com requintes de crueldade em Extrema /MG em outubro de 2015,
São acusados pela morte o ex-comerciante José Roberto Freire, apontado como sendo o mentor do crime, Valdeir Bispo dos Santos e a enfermeira Rosiane Rosa da Silva, que confessaram terem levado a jovem Larissa da rodoviária de Extrema, para a executarem por R$ 1 mil, valor esse combinado com o comerciante José Roberto.
Dos acusados, apenas Rosiane Rosa não será julgada na sessão desta segunda-feira. A defesa alegou problema de saúde.
O ex-namorado de Larissa, Lucas Gamero, chegou a ser preso quando iniciou-se as investigações do caso, ele teria sido funcionário do mentor, mas foi liberado e não é sequer citado no processo, já que as investigações não encontraram evidências de que ele tivesse qualquer participação no crime de Larissa, sua então namorada.
Crueldade
O crime chocou os moradores da cidade e da região próxima a Extrema, especialmente após a perícia ter apontado que Larissa havia sido morta com requintes de crueldade e tortura. Segundo a médica legista responsável pelo caso, Tatiana Telles Koeler de Matos, a jovem teve os punhos amarrados aos tornozelos com fios elétricos, a cabeça envolta com fita adesiva, fraturas em dois pontos do maxilar e apresentava marcas de estrangulamento. Além disso, a legista acredita que um peso de academia foi usado no rosto da jovem.
Após o corpo da universitária ter sido encontrado, abandonado em um matagal, a polícia prendeu Freire, no mesmo dia, centenas de moradores de Extrema foram até a sua loja e atearam fogo, estavam revoltados com o crime bárbaro contra a jovem Larissa. O tumulto só foi controlado com a chegada de policiais, mas, ninguém foi preso ou responsabilizado pelo incêndio praticado no comércio de José Roberto Freire.
Investigações
Após ser preso, Freire confessou ter planejado o crime, mas, mentiu ao acusar o namorado de Larissa, o modelo Lucas Gamero, de ter participação no crime. Diante desta delação o rapaz chegou a ser preso preventivamente, mas foi liberado dias depois e inocentado durante as investigações. O casal suspeito de ter cometido o crime também foi preso, após imagens de uma câmera de segurança mostrarem eles deixando a rodoviária de Extrema em um carro com a universitária.
Em depoimento à polícia, Valdeir Bispo dos Santos acabou confessando ter participado da abordagem à universitária Larissa, mas negou ser o autor do crime. Na oportunidade ele acusou o comerciante Freire de ter sido o autor do crime. A outra suspeita presa é a enfermeira Rosiane Rosa da Silva, apontada como comparsa de Santos.
O Crime
O crime teria sido motivado por causa de ciúmes que Freire tinha do namorado da universitária, Lucas Gamero. Além disso, Freire disse a polícia que mantinha um relacionamento amoroso com o rapaz e eles temiam que Larissa tornasse a história pública. Gamero trabalhava e era modelo na sua loja. O rapaz no entanto, negou que mantivesse qualquer relacionamento com Freire. Mesmo assim ficou onze dias, preso, no mês de novembro de 2015, porém, a polícia e as investigações não encontraram indícios de que Gamero tivesse participado do crime.
O Tempo
Dois anos após esse crime ter abalado toda uma cidade, a família de Larissa ainda luta para superar a morte da jovem. Em uma entrevista recente ao G1 Sul de Minas da EPTV, a mãe da estudante, Maria Nicéia de Oliveira Souza, disse que até hoje mantém o quarto da filha intacto, que não tem coragem de mexer em nada. “A gente tenta esquecer, mas esquecer é impossível” declarou também a uma emissora de rádio.
Nesta segunda-feira, 4 de dezembro, os acusados finalmente sentam no banco dos réus, para saberem a sentença que será conferida pelo ato criminoso contra uma jovem indefesa, universitária, cujos sonhos foram interrompidos de forma cruel e banal. O julgamento está acontecendo em Cambuí/MG, Extrema e demais cidades circunvizinhas esperam que Justiça seja feita, pelo menos, para servir de exemplo, que crime algum compensa, e que nada justifica tirar a vida de uma pessoa que acreditava em seu futuro.
Fonte: G1/ EPTV/ JC Fotos: Internet
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