Segundo a narrativa dos Evangelhos; chegaram a Jerusalém, os sábios do Oriente trouxeram ouro, incenso e mirra para o menino recém-nascido no estábulo. Eles vieram porque viram uma estrela no Oriente. Este é o assunto que o Reverendo Ismael Hultado nos revela no estudo “Conhecendo a sua Bíblia” desta semana.
Desde então muitos astrônomos, estudiosos, exegetas e cientistas continuaram as pesquisas iniciadas por Herodes. Isso gerou muita especulação por parte de cientistas e leigos, afinal, a Estrela de Belém existia mesmo? Se sim, o que exatamente foi ela? Foi um cometa? Uma Super Nova? …
Foi uma Super Nova?
Foi uma nova estrela? O próprio Evangelho chama esse fenômeno de “estrela” (aster), chamado de nova, e dura apenas alguns meses. Heparco de Rodes no século 2 a.C. fala sobre uma nova estrela descoberta por volta de 134 a.C. Em 1572, alguns marinheiros espanhóis re-observaram este fenômeno, onde a estrela brilhou intensamente, mesmo durante o dia, por um mês inteiro até ser extinta. Com base nesses dados, Goodrich um astrônomo do século 18 concluiu que a estrela em questão podia ser vista a cada trezentos anos e que era, em sua opinião, a estrela que surpreendeu os magos com sua aparição.
Foi o cometa Halley?
Orígenes disse que era um cometa, talvez o cometa de Halley. Segundo cálculos de astrônomos ocidentais, o cometa Halley apareceu no final de agosto do ano 12 a.C. o que nos aproxima muito da data do nascimento de Cristo, mas nos obrigaria a voltar no calendário alguns anos em relação o nascimento de Cristo, o que bem sabemos já ser afirmado por muitos historiadores.
A Revista Super Abril no ano de 2012, publicou que por volta de 1286 a.U.c(desde a fundação de Roma), quando um frade chamado Dionísio, o Pequeno, fez alguns cálculos e determinou que aquele era o ano 532 depois do nascimento de Cristo (d.C.). Mas alguns séculos depois os cálculos foram refeitos e levantou-se a questão de que o pequeno grande Dionísio teria errado nos seus cálculos e, portanto, nosso calendário pode estar de quatro a seis anos atrasado.
Foi uma conjunção de planetas?
João Kepler foi quem concebeu a idéia da conjunção de dois planetas muito próximos para explicar o fenômeno estelar que guiava os magos. De acordo com fontes históricas, o rei Herodes morreu em 4 a.C., então Cristo não nasceu em 1, como comumente se acredita, mas em 4 a.C. Neste ponto, você pode adicionar uma diferença de 1 ou 2 anos conforme já explicamos. Lembre-se que Herodes ordenou a matança de bebês de até 2 anos, o que pode justificar a diferença, pois de outra forma ele mataria apenas recém-nascidos. Portanto, o fenômeno celestial que aconteceu (a fusão de dois planetas) em 7 A.C. coincide perfeitamente com o nascimento de um menino. Na verdade, essa hipótese é mais apreciada por aqueles que interpretam literalmente o relato do Evangelho.
Uma análise das cartas celestes:
Depois de analisar e estudar os mapas celestes, percebemos que a estrela Belém é na verdade duas “estrelas”. Curiosamente, em 12 de agosto de 3 A.C. Vênus e Júpiter se encontraram no céu antes do pôr do sol, atingindo uma distância de apenas 0,15 graus (vista do Oriente Médio). De acordo com a descrição original, a estrela de Belém foi vista por pessoas “no Oriente”, o que explica a frase no livro de Mateus.
Vênus e Júpiter não aparecem freqüentemente “juntos” no céu noturno. Além disso, esse evento é de curta duração, pois os planetas estão em constante movimento no céu. Isso significa que parte do mundo pode observar esses dois astros juntos e, algumas horas depois, eles serão “não mais visíveis” de outros observadores de outra região do globo.
Não são apenas Júpiter e Vênus que se encontram. Às vezes, Saturno, Mercúrio e Marte podem ser vistos no céu ao mesmo tempo. Mas, ao contrário de Vênus e Júpiter, eles não são os planetas muito brilhantes. Portanto, as “estrelas” criadas a partir deste encontro não são tão claras quanto a famosa estrela de Belém.
A estrela não será um símbolo da fé? Não seria a primeira vez
Se a estrela da história não foi um fenômeno celestial, então é um símbolo com certo significado. Mateus compôs essa passagem para explicar a tese sobre a universalidade da salvação. Os magos representariam os pagãos; Herodes, os judeus e a estrela é a fé. A estrela dos Magos, no relato de Mateus, é símbolo da luz.
A Estrela de Davi conhecida também como escudo supremo de Davi (David) é um símbolo em forma de estrela formada por dois triângulos sobrepostos, ligada aos judeus desde muito tempo. A possibilidade de um encontro, para o qual envia a luz da fé (estrela), cuja missão é guiar os gentios (magos) até o lugar onde se encontra o Salvador (Jesus). Mas Mateus está consciente que o povo Judeu é o povo eleito e que tem um privilégio acima de todas as demais nações. É assim que no relato a estrela não guia os Magos até Belém, mas até Jerusalém, para que o judaísmo (Herodes) que lhe dê acesso Jesus.
privilégio que foi recusado pelos compatriotas de Jesus
Mas, contudo o judaísmo renuncia voluntariamente a sua posição especial. Não pode ir ao encontro do Messias. Ele o rejeita. Mais ainda, o tem como um usurpador e um perigo. A estrela dos Magos, no relato de Mateus, é símbolo da luz da fé que brilha nas trevas do pecado quando o Salvador aprece no mundo. Mateus cria assim uma tese nova…
A estrela surge e é luz para todos
Em nossa vida acontecem fatos carregados de sentido que reclamam nossa atenção e neste caso não é diferente. O que representa então a narrativa da Estrela e dos Magos? Na vida temos de seguir uma estrela. Um ideal. Um projeto de vida. Um modelo de santidade.
Direto da Redação – Produção: Ramon Gonzales
Editor: Vinícius Domingos
Diretor Geral: Frei José Neilo Machado
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