O programa de hoje apresentado pelo Reverendo Ismael Hultado nos mostra um homem de quem todos falam com desprezo, símbolo da traição. Judas Iscariotes, um dos doze apóstolos escolhido por Jesus. Mas há algo que devemos descartar: que Cristo o tenha escolhido para atraiçoá-lo, que o escolheu sabendo que iria entregá-lo. Supor isto seria uma blasfêmia.
A partir do momento em que Judas Iscariotes dá um beijo em Jesus de Nazaré no Jardim do Getsêmani selou seu próprio destino: ser lembrado como o traidor mais famoso da história. Mas, ao identificar Jesus às autoridades judaicas, Judas pôs em movimento a série de eventos que se tornaram os fundamentos da fé cristã: a prisão de Jesus, seu julgamento, sua morte por crucificação e, por fim, sua ressurreição, conhecida coletivamente como a Paixão de Cristo.
Dado o quão pouco sabemos sobre ele pela Bíblia, Judas Iscariotes continua sendo uma das figuras mais enigmáticas – e importantes – da história de Jesus. Nos últimos anos, a descoberta do perdido Evangelho de Judas, um texto gnóstico originalmente datado do segundo século, levou alguns estudiosos a reconsiderar seu papel, e até mesmo a perguntar se ele poderia ter sido injustamente culpado por trair Jesus.
Escolheu para que estivesse com ele
Embora a Bíblia ofereça poucos detalhes sobre a formação de Judas, todos os quatro evangelhos canônicos do Novo Testamento o citam entre os 12 discípulos mais próximos de Jesus, ou apóstolos. Curiosamente, Judas Iscariotes é o único dos apóstolos que a Bíblia (potencialmente) identifica por sua cidade de origem.
O Evangelho diz claramente por que Jesus escolheu Judas. Escolheu-o assim como os demais apóstolos, para que estivessem com ele e para enviá-lo a pregar. Suas qualidades e seu afeto para com Jesus e seu interesse para com os colegas eram tais que o nomearam tesoureiro do grupo. Que levou, então, o discípulo a entregar Jesus nas mãos de seus inimigos para que o matassem?
O homem que quis mudar Deus
Judas era um homem nacionalista e também violento, com sonhos de poder e de grandeza. Não alimentava a menor dúvida de que Jesus poderia transformar este sonho em realidade. Jesus para Judas era um líder divino, por isto durante muito tempo se comportou como um apóstolo fiel e correto.
O primeiro sinal de tempestade interior aparece quando Jesus, em seu discurso na sinagoga de Cafarnaum, rejeita a homenagem do povo que quer fazê-lo rei. A partir daí Judas resolve entregá-lo. Judas achava que Jesus se movia com demasiada lentidão e então quis obrigá-lo a agir. Pensava em criar uma situação em que Jesus se visse forçado a usar o seu poder e então faria um magnífico milagre, acabaria com a ocupação estrangeira, e por fim, instalaria o tão sonhado reino.
Com um beijo de amor
Muito se tem falado sobre o beijo da traição. O texto original grego do Evangelho parece dizer outra coisa. Senha para Judas entregar Jesus seria o beijo, usa-se o verbo filein para designar beijar (Mt. 26,48). É neste momento que começa a tragédia de Judas. Se mestre não se defendia, não exercia a violência, não agia da forma que ele esperava. Tardiamente havia se enganado. Prova disto é que desesperado, foi até os sacerdotes e devolveu-lhe as moedas dizendo: “Pequei, entregando sangue inocente”
Judas se condenou?
Orígenes afirma que quando Judas se deu conta do que acabara de fazer apressou-se em suicidar-se, esperando encontra-se com Jesus no mundo dos mortos e ali implorar-lhe o perdão. A vida de todo homem tem suas luzes e sombras e só pertence a Deus saber quem pecou mais.
O que aprendemos com a história de Judas?
A grande ironia, claro, é que “sem a traição de Judas”, Jesus não seria entregue aos romanos e sentenciado a morrer crucificado. Sem Judas, não teríamos o componente central do Cristianismo – a Ressurreição. Judas foi um dos doze discípulos que esteve com Jesus por mais de três anos. Sua vida é um aviso para nós de várias maneiras.
• É possível seguir Jesus exteriormente, para que todos pensem que somos cristãos. Se não amarmos Jesus de coração, não herdaremos a vida eterna. Precisamos vestir a armadura de Deus e permanecer firmes contra os esquemas do diabo.
Direto da Redação – Produção: TVJC
Imagens e Iluminação: Ramon Gonzales
Editor Chefe: Vinícius Domingos
Diretor Geral: Frei José Neilo Machado
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