As mortes por coronavírus na América Latina, a região do mundo mais afetada pela pandemia, ultrapassaram a marca de 250 mil nesta quinta-feira, enquanto as taxas de contágio permanecem perto de máximas. Do total de óbitos na região, 112.304 foram no Brasil.
Os governos da América Latina e do Caribe reportaram 250.330 mortes e 6,45 milhões de casos desde o primeiro caso confirmado na região, em 26 de fevereiro. Ambos são os totais mais elevados do mundo para uma única região. Dos infectados, mais de metade (3,5 milhões) são no Brasil.
Na última semana, foram notificados, em média, mais de 3 mil óbitos por dia e cerca de 83 mil novos casos a cada 24 horas, no momento em que a maior parte da população abandonou as quarentenas com as quais se buscava evitar a propagação da doença.
“Vimos muitos países sul-americanos com número de casos aumentando, e claramente há preocupação em muitos desses países, mas certamente o mais afetado é o Brasil a esta altura”, afirmou Michael Ryan, diretor do programa de emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS) em uma coletiva de imprensa virtual. O representante da entidade internacional também disse que a maioria dos casos se concentra na região de São Paulo e Minas Gerais, mas também os estados do Rio de Janeiro, Ceará, Amazonas, Pernambuco, Tocantins estão sendo afetados. “Mas em termos de taxas de ataque, as mais altas estão, na verdade, em Tocantins e Minas Gerais, com cerca de 490 pessoas infectadas para cada 100 mil habitantes, o que é uma taxa de ataque bem alta”, destacou Michael Ryan.
Com isso, o continente sul-americano assume o lugar que era até então dos Estados Unidos e já coube antes à Europa e à China como a região do mundo mais preocupante por causa do grande número de novos casos de Covid-19 registrados diariamente.
Qual a gravidade da pandemia na América do Sul?
O total de infecções e óbitos da América do Sul ainda está muito abaixo da Europa, dos Estados Unidos e da Ásia, porém a testagem nos países da região não é tão abrangente quanto em outros lugares do mundo. Por isso, especialistas acreditam que os números estejam sendo substantificados e que a epidemia seja ainda mais grave do que os números divulgados.
Brasil
O Brasil é a nação sul-americana que está na pior situação. O aumento exponencial do total de casos nos últimos dias fez o país superar Espanha, Itália e Reino Unido, se tornando o segundo do mundo com mais infecções, que têm 318 mil e 1,58 milhão de casos respectivamente.
A OPAS também manifestou preocupação com a propagação do vírus na tríplice fronteira da região amazônica entre Brasil, Peru e Colômbia, onde a população indígena é particularmente vulnerável.
Pico da pandemia
Muitos países da América do Sul ainda estão registrando um aumento do número de casos e de óbitos diários. O número de óbitos no Brasil e no Peru, por exemplo, está dobrando aproximadamente a cada duas semanas, em comparação a outros continentes.
Por essas razões, especialistas de diferentes entidades internacionais concordam que o pico da epidemia em alguns países da região ainda está a algumas semanas de distância. À medida que os casos diários continuam a aumentar, há preocupações de que os sistemas de saúde possam ser sobrecarregados, como já ocorreu no Equador, que tem o quarto maior número de casos até agora no continente, com mais de 35,8 mil infecções confirmadas e 8 mil mortes.
Prevê-se que esses números acentuados piorem nas próximas semanas. Especialistas da OPAS calculam que o Brasil terá 1.020 óbitos por dia até o final de agosto, culminando em um total de 120.300 mortos até o final do mês. Já um estudo da Universidade de Washington alerta que o número de óbitos no Brasil pode subir ainda mais no início de setembro – um aumento de cinco vezes em relação ao registro atual.
“Não há dúvida de que nossa região se tornou o epicentro da pandemia de Covid-19. Agora não é hora de relaxar as restrições ou reduzir as estratégias preventivas; agora é a hora de permanecer forte, permanecer vigilante e implementar agressivamente medidas comprovadas de saúde pública”, disse Carissa Etienne, diretora do escritório regional da OMS, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Atualização
A América Latina e o Caribe superaram neste sábado dois milhões de casos de coronavírus, mais da metade deles registrados no Brasil, que totaliza quase 49.976 mortes por pandemia, segundo um balanço da AFP com base em dados oficiais. A propagação do vírus está se acelerando na região, que totaliza 2.007.621 casos, com o Brasil e o México como os países mais afetados, embora o Peru e o Chile também registrem um grande número de casos.
Neste sábado, 22 de agosto, o Brasil acumulou 1.067.579 casos confirmados e 1.022 novos falecidos por covid-19, e continua sendo o segundo país mais punido no mundo pela pandemia, atrás apenas dos Estados Unidos. O México tem um total de mais de 170.000 casos e é o segundo mais afetado na região, com 20.349 falecimentos. Com a disseminação dos contágios, as autoridades da Cidade do México – onde os mercados, restaurantes e outras empresas estavam programadas para reabrir na segunda-feira – mantiveram seu fechamento por mais uma semana. Enquanto isso, o Chile informou no sábado que a covid-19 matou 7.144 pessoas no país, 75% a mais do que as registradas até agora, depois de adicionar cerca de 3.000 mortes prováveis pelo coronavírus. O governo chileno também adiciona 236.748 casos confirmados. E o Peru ultrapassou 250.000 casos de coronavírus no dia, com 7.861 mortes. O país registrou 201 vítimas fatais nas últimas 24 horas, o segundo maior número de mortos por dia desde que a emergência de saúde foi declarada em março.
Pouso Alegre
Completando aqui a matéria, com informações locais, a prefeitura informou que, na sexta-feira, 21 de agosto, Pouso Alegre teve a confirmação de outros dois óbitos por coronavírus. As duas vítimas são do sexo masculino, tinham comorbidades e estavam internadas. A primeira vítima tinha 90 anos e a segunda, 78 anos. Totalizando agora 25 óbitos no município.
Fonte: OMS, ECOC, Universidade Johns Hopkins/JC
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