A noite de sábado mais uma vez foi bastante violenta para moradores do Bairro São Geraldo, em Pouso Alegre/MG. Pouco antes das 22h, dois jovens que, de acordo com testemunhas, estavam reunidos numa calçada da comunidade foram baleados por indivíduos, armados, que passaram pelo local, talvez em busca de acerto de contas ou vingança. Das vítimas, duas foram parar no pronto socorro do Hospital Samuel Libânio, um com ferimento na perna ou outra com ferimento no pescoço.
Antes do tiroteio, segundo testemunhas, o grupo havia conectado um momento de descontração na frente de um bar localizado na rua Luiz Pordenciano Alves, no bairro São Geraldo. Cerca de 10 pessoas estavam no local, na ocasião. Posteriormente, ainda conforme os relatos de quem estava próximo à cena do crime, a maior parte dos jovens, assíduos frequentadores deste bar, em buscar de lazer, lanches e bebidas, os demais continuaram sentados na calçada em divertida conversa de final de semana quando é normal se reunirem para um bate-papo. Ainda falavam da morte recente de Fábio Ricardo, o Bisteca alvejado a tiros e que havia morrido naquele mesmo dia.
Foi nesse momento, contou o dono do bar aos policiais que este grupo de jovens que estavam ali na porta do seu bar, descontraídos, alguns deles como dissemos, sentados no passeio, foram surpreendidos por três homens não identificados que se aproximaram com arma em punho e atiraram a esmo, na direção destes jovens que ali se encontravam. O momento foi de pânico, houve muita correria e gritaria. Segundo ainda informações de terceiros, alguns buscaram se abrigar em casa ali próximas e até dentro do bar, fato que foi confirmado pelo proprietário do estabelecimento.
Após os disparos, o bando teria fugido. Um jovem de 22 anos e outra adolescente de 16 anos foram atingidas. As vítimas são W. P. S, e E. R. P. C. Os dois foram levados para o Hospital Samuel Libânio. O crime pode ter ligação com a morte de Bisteca baleado na sexta-feira próximo ao local deste novo atentado.
Outras informações nos chegam de que, o tiroteio ocorreu por volta das dez da noite na porta deste bar que fica bem próximo a rua Oscar Dantas, onde os moradores já haviam vivido o drama que ceifou a vida de Fábio o Bisteca, no bairro São Geraldo.
As duas pessoas que foram alvejadas um levou um tiro na perna direita e outro no pé esquerdo. Já a adolescente foi atingida por um tiro de raspão na nuca. Os dois após serem atendidos no pronto socorro do hospital foram liberados e não correm risco de morte.
A pergunta que paira no ar segundo informações da PM, é que a ação teria sido motivada pela morte de Fábio Ricardo da Silva. Bisteca, como era conhecido, ele foi baleado na sexta-feira, 2/2 também na porta de um bar na Rua Oscar Dantas, também no São Geraldo bem próximo do local deste novo atentado e morreu no sábado no Hospital Samuel Libânio. Bisteca tinha envolvimento com o tráfico de drogas no bairro e várias passagens pela polícia.
A Perícia da Polícia Civil mais uma vez também esteve no local do tiroteio da noite deste sábado e recolheu projéteis na rua. Um outro site afirmou que havia pelo menos 10 marcas de tiros em paredes, inclusive na mesa de bilhar. A polícia também já tem informações de quem seriam os suspeitos dos disparos. Mas até o momento, ninguém foi preso.
Onde vamos parar
Há, e não resta a menor dúvida que uma parcela da violência infelizmente está relacionada ao tráfico, mas não é o que mais explica o fenômeno da violência que assusta população de Pouso Alegre e cidades vizinhas. Uma pesquisa realizada em 2017 pelo Conselho Nacional do Ministério Público analisou inquéritos de homicídios de 16 unidades federativas para verificar se as causas são fúteis, banais, como ciúme e desavenças, por exemplo, ou se tem a ver com o crime organizado. A pesquisa comprovou que o crime por impulso é minoria. Em outras unidades, 14% ou mais dos inquéritos são provocados por motivos fúteis ou por impulso. Uma outra pesquisa mostra que, se por um lado a droga pode estimular maior agressividade, não explica a maior parte de nossos homicídios que começa 2018 nos colocando de alerta e vigilância constante.
Acreditamos que deva existir uma cultura da violência, sim, que pensa que um conflito, uma desavença se resolve matando, não negociando uma solução. A civilização avança justamente na capacidade de encontrar soluções. Mas ela não avança quando o assunto é acerto de contas ou por mera vingança.
Há formas de enfrentar e a Polícia de nossa cidade tem sido ostensiva e trabalhado corajosamente no sentido de inibir que esse mal cresça na cidade. No Brasil esses problemas costumam ser tomados como um fenômeno natural, algo inevitável como um tsunami. Há muitos programas internacionais de enfrentamento exitosos. Em Pouso Alegre, isso também acontece, com trabalho efetivo da Polícia Civil e Militar, a tendência seja de que, os números continuem caindo. Mas, dois tiroteios em seguida, com certeza deixa a população apreensiva e preocupada com a violência que se segue, se perguntando onde vamos parar com tantos desacertos na criminalidade em um ano que mal começou?
Fonte: Direto da Redação
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