Neste domingo 7 de Outubro, o Brasil foi às urnas no primeiro turno de sua corrida presidencial mais competitiva desde 1989 para votar para presidente e outros cargos políticos. Com 100% das urnas já apuradas, o candidato do PSL Jair Bolsonaro ficou com 46,04% e o petista Fernando Haddad, 29,27%. Ciro Gomes (PDT) ficou fora do segundo turno com 12,47% dos votos, seguido de Geraldo Alckmin(PSDB), com 4,76%. Marina Silva (REDE) teve a maior queda da disputa, fechando o pleito com 1% das intenções de votos. João Amoêdo (Novo) surpreendeu, passando à frente de políticos experientes, com 2,50% dos votos
O resultado do primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil deixa o mercado financeiro eufórico na manhã desta segunda-feira, 8/10. O dólar comercial opera em queda de 3,76% em relação ao real, negociado a 3,716 reais. É a menor cotação da moeda norte-americana desde agosto. As ações de estatais, como a Petrobras, e bancos sustentam a forte alta.
A grande vantagem do candidato da extrema direita Jair Bolsonaro (PSL), que obteve 46% dos votos contra 29% de Fernando Haddad (PT), anima os investidores que torcem por um candidato mais reformista para ocupar o Palácio do Planalto. Segundo a consultoria política Eurasia, a chance de vitória do candidato de extrema direita é de 75% no segundo turno.
Candidatos mais próximos do centro político, com exceção de Ciro Gomes, sofreram uma perda importante nas intenções de voto e não conseguiram unificar suas candidaturas.
Candidatos apoiados pelo militar não só conquistam mandatos no Parlamento como deixam de fora os petistas Dilma Rousseff e Suplicy. Os brasileiros elegeram neste ano uma bancada verdadeiramente bolsonarista. Basta olhar para São Paulo. Os dois candidatos que mais votos receberam são do PSL: Eduardo Bolsonaro, filho do presidenciável, e a ex-repórter Joice Hasselmann. Ele teve mais 1,7 milhão de votos. E ela, conhecida por espalhar boatos na internet, 1 milhão. A lista segue: o terceiro mais votado foi Celso Russomanno (PRB), comunicador ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. Em seguida, vem Kim Kataguiri (DEM), um dos líderes do Movimento Brasil Livre, que mobilizou manifestações de rua pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Depois vêm Tiririca (PR) e Capitão Augusto (PRB), membro destacado da bancada da bala.
Em São Paulo, João Doria (PSDB) anuncia apoio a Bolsonaro
O ex-prefeito e candidato ao Governo de São Paulo João Doria (PSDB) foi às redes sociais anunciar seu apoio a Jair Bolsonaro (PSL) no segundo turno. “Tenho lado. Tenho posição. PT não! A partir de agora apoiarei Bolsonaro e venceremos o segundo turno”, escreveu o tucano.
João Doria disputará o governo paulista no segundo turno com o atual governador, vice de Geraldo Alckmin, Márcio França (PSB). Alckmin, o candidato tucano à presidência, não chegou a 5% dos votos.
Marina Silva no muro
Após 100% das urnas apuradas, Marina Silva (Rede) anunciou que estará na oposição ao próximo governo, independentemente de quem seja o eleito no segundo turno. A candidata teve 1% dos votos.
Marina disse que telefonou a Fernando Haddad e à mulher de Jair Bolsonaro para cumprimentá-los pelo resultado, mas que a Rede e o PV ainda discutirão se apoiarão alguém no segundo turno ou se ficarão neutros. “Vamos discutir partidariamente. A REDE é um partido que trabalha com consenso progressivo. Uma coisa já sabemos: independente de quem seja o vencedor, estaremos na oposição. ” Ela afirmou que o partido não tem identificação com ideias autoritárias – pregadas por Jair Bolsonaro –, mas que a democracia também é prejudicada pela corrupção.
As pesquisas não bateram
“O povo brasileiro deu um recado não só pra classe política, mas a grande mídia. Era visível o nível de constrangimento dos analistas da Globo News. É uma delícia ver que o povo viu que não dava para seguir em direção ao abismo”. Também que os marqueteiros e cientistas políticos, “que previram o derretimento de Bolsonaro com o início da campanha na TV”, terão que rever seus métodos e estudos de pesquisas. O fenômeno Bolsonaro, dizem, deverá ser estudado e revisto com cautela doravante.
Na próxima legislatura
A Assembleia contará com oito novos partidos, passando de 19 para 27 legendas representadas. O estreante que elegeu mais parlamentares foi o PSL, partido do candidato a presidente Jair Bolsonaro, com seis candidatos matematicamente eleitos. A legenda que mais perdeu representação foi o MDB, que ficou sem 7 das 14 vagas que possui atualmente. O partido com mais representantes será o PT, que passou de 8 para 10 ocupantes.
Segundo a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, serão 26 novos deputados – um índice de 33,77% de renovação. Dos 64 atuais deputados que se candidataram à reeleição, 51 foram eleitos – um índice de 79,69%.
Senadores por Minas
Rodrigo Pacheco, do DEM, e Carlos Viana, do PHS, foram eleitos senadores por Minas Gerais pelos próximos oito anos. Com 72,22% dos votos válidos apurados até por volta das 21h, o candidato do DEM tinha 3.551.957 milhões de votos, o que correspondia a 20,54% dos votos válidos. Já Carlos Viana tinha 3.510.936 milhões, o que correspondia a 20,30% dos votos válidos.
Para governador
Com crescimento expressivo na reta final da campanha, o empresário Romeu Zema Neto (Novo), 53 anos, surpreendeu e terminou o primeiro turno para o governo de Minas Gerais na liderança. Ele vai disputar o segundo turno com o candidato Antonio Anastasia (PSDB), 57 anos.
Esta foi a primeira vez que Zema se candidatou a um cargo eletivo. O governador Fernando Pimentel (PT), 67 anos, candidato à reeleição, acabou em terceiro e ficou fora da disputa.
Com 100% das urnas apuradas, Zema está em primeiro com 42,7% (4,1 milhões de votos), seguido por Anastasia com 29,1% (2,8 milhões) e Pimentel com 23,1% (2,2 milhões).
Após a divulgação do resultado, Zema afirmou que governará o estado de Minas como “uma empresa”, que “não tem rabo preso com ninguém” e que irá governar com “transparência”.
Já Pimentel se pronunciou por meio de nota. Ele disse que fez uma campanha “verdadeira, transparente e propositiva” e agradeceu os 2 milhões de votos recebidos. “O resultado das urnas é soberano. Esperamos que o próximo governador do Estado mantenha os interesses dos mineiros à frente de quaisquer outros”, afirmou.
Já Anastasia apresentou-se como um gestor qualificado para resolver a questão do déficit mineiro. O tucano exigiu da legenda autonomia para tocar sua campanha, sem a incômoda presença no palanque do senador Aécio Neves (PSDB) eleito agora deputado federal que até então era seu padrinho político.
Deputado Federal
Minas Gerais teve mais de 840 candidatos que disputaram uma vaga para deputado federal. Destes, 53 foram eleitos. Vinte e um partidos terão representantes na Câmara a partir de 2019. A bancada do PT terá o maior número de representantes, 8, seguida de 6 do PSL e 5 do PSDB. O MDB elegeu 4; o Avante, o PSD e o PSB, 3; PRB, PROS, PHS, PP, PDT, Patri e Novo, 2 eleitos cada. Os partidos SD, PR, DEM, PSC, Podemos, PMN e PSOL elegeram 1 representante cada.
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) divulgou na noite deste domingo os 77 deputados estaduais eleitos em Minas Gerais. A Assembleia afirmou que a lista dos eleitos ainda precisava ser homologada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Os eleitos assumem a 19ª legislatura em 2019 para mandato até 2023. Conforme a ALMG, serão 31 novos deputados, um índice de 40,25% de renovação. Dos 64 atuais deputados que se candidataram à reeleição, 46 foram eleitos, um índice de 73% dentre eles.
Dos cinco deputados mais votados, três são novatos, entre eles o campeão de votos, Mauro Tramonte (PRB). Bruno Engler (PSL) e Cleitinho (PPS) são outros dois estreantes que ficaram em terceiro e quarto lugar. O segundo colocado foi Sargento Rodrigues (PTB), e o quinto lugar ficou com o também reeleito Noraldino Junior (PSC).
Bolsonaro X Haddad
Em seu pronunciamento após o resultado, o candidato do PSL Jair Bolsonaro questionou a segurança das urnas: “Se tivéssemos confiança no voto eletrônico, já teríamos o voto do futuro presidente da República decidido no dia de hoje”, disse, em vídeo publicado em suas redes sociais.
Já Haddad, em seu comitê em um hotel em São Paulo, reconheceu que o cenário daqui para frente é desafiador. “Os resultados são bastante expressivos e me fazem atentar para os riscos que a democracia corre”, disse.
Bolsonaro obteve 46% dos votos, enquanto Haddad obteve 29%.
Fracasso e pesadelo
Quando a derrota foi sacramentada pela apuração do TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais), Dilma Rousseff agradeceu à equipe e deixou o local despistando a reportagem de cabeça baixa reconhecendo que o sonho havia virado um pesadelo. “O PT sempre teve dificuldades em trabalhar com os indecisos. E nesta eleição para o Senado, as pesquisas demonstravam cerca de 20% de indecisos para a primeira vaga e 25% para a segunda. Esses votos migraram para os concorrentes”, avalia o cientista político Rudá Ricci.
“Essa derrota de Dilma pode representar a aposentadoria da ex-presidente. É muito difícil imaginar que ela vá concorrer novamente a um cargo eletivo”, diz o cientista político Bruno Reis, vice-diretor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais.
Em Pouso Alegre
O candidato à presidência da República, Jair Bolsonaro (PSL), venceu o 1º turno das eleições nas seis maiores cidades do Sul de Minas.
A maior diferença de votos foi registrada em Itajubá (MG), onde o candidato obteve 66,87% dos votos válidos. Já a menor diferença foi registrada em Passos (MG), onde o candidato obteve 53,65% dos votos válidos.
Itajubá também foi a única cidade onde o candidato Ciro Gomes (PDT) ficou em 2º lugar. Nas outras cinco maiores da região, Fernando Hadad (PT) ficou em 2º. Em Pouso Alegre Jair Bolsonaro – 60,13%, Fernando Hadad – 13,55% e Ciro Gomes foram os mais votados.
Pelo menos 55 urnas tiveram que ser substituídas desde a manhã deste domingo (7) em seções eleitorais no Sul de Minas. Varginha é a cidade com o maior número de urnas substituídas: sete.
Veja abaixo as cidades onde mais urnas foram trocadas:
- Varginha – 7; Poços de Caldas – 6; Pouso Alegre – 5; Alfenas – 4; São Sebastião do Paraíso – 3.
- O Sul de Minas elegeu nove deputados estaduais e cinco deputados federais nas eleições deste domingo 8/10. Em relação às últimas eleições, em 2014, a região tem agora um federal a menos. Pouso Alegre volta a ter o seu deputado estadual Dr. Paulo obteve 48.927 votos como reconhecimento do que vem sendo feito na cidade. Ele foi vereador e atualmente é o vice-prefeito de Rafael Simões.
Confira os nomes:
Deputado Estadual
- Mauro Tramonte – PRB (Poços de Caldas)
- Mário Henrique Caixa – PV (Três Pontas)
- Antônio Carlos Arantes – PSDB (Jacuí)
- Cássio Soares – PSD (Passos)
- Dalmo Ribeiro – PSDB (Ouro Fino)
- Ulysses Gomes – PT (Itajubá)
- Duarte Bechir – PSD (Cristais)
- Cleiton Oliveira – DC (Boa Esperança)
- Dr. Paulo – Patriota – (Pouso Alegre)
Deputado Federal
- Reginaldo Lopes – PT (Bom Sucesso)
- Emidinho Madeira – PSB (Nova Resende)
- Odair Cunha – PT (Boa Esperança)
- Bilac Pinto – DEM (Santa Rita do Sapucaí)
- Dimas Fabiano – PP (Macaé/RJ, mas tem domicílio eleitoral em Varginha)
Em relação à última eleição, não se elegeram Dilzon Melo (PTB), Carlos Melles (PSDB) e Dâmina Pereira (PMN). Fábio Cherem (PSD), que foi eleito deputado estadual em 2014, foi candidato neste ano ao Senado e não se elegeu. Geisa Teixeira (PT) que assumiu uma vaga na Assembleia como suplente, também não se elegeu para a próxima legislatura.
Apenas o deputado reeleito Dimas Fabiano (PP) tem naturalidade fora do Sul de Minas, mas possui domicílio eleitoral na região.
Direto da Redação com informações colhidas na internet (TRE)
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