A notícia do assassinato do general iraniano Qassem Suleimani, em um ataque americano na madrugada de sexta-feira (3), em Bagdá, provocou reações em todo o mundo.
Aqui no Brasil, uma chuva de memes na internet mostrou que a população está dividida entre fazer piada da situação e sentir medo de uma possível terceira guerra mundial. Especialistas em relações internacionais, entretanto, afirmam que ainda é cedo para falar em um conflito mundial.
“No cenário político, o evento ainda está em escala regional. No contexto europeu, os principais aliados dos EUA foram os que apresentaram maior preocupação. No contexto mundial, ainda é um pouco incerto. Ambos os lados demonstraram não ter o desejo de conflito direto”, afirmou o doutor em relações internacionais Pedro Neves.
O consultor em comércio exterior Michel Alaby também disse que ainda é cedo para pensar em guerra. “Acredito que é mais uma guerra de twitters entre o Trump e o 1o. Ministro iraniano. Devemos esperar o desenrolar dos acontecimentos. Rússia, China e os países europeus estão colocando panos tentando apaziguar os ânimos”, disse.
A principal preocupação é o aumento do preço do combustível, tendo em vista que o Iraque é uma das principais regiões petrolíferas do mundo. “Já podemos observar que o preço do petróleo subiu, o real se desvalorizou, as bolsas de valores caíram no mundo. O perigo maior será o Irã fechar a passagem do estreito de Ormuz , onde passa todo o petróleo proveniente do golfo arábico (pérsico) . A consequência principal é aumentar a instabilidade da região já tão conturbada”, alertou Alaby.
Entre especulações e incertezas sobre os próximos eventos após o ataque, a preocupação dos especialistas é sobre a resposta dada pelo Irã que prometeu vingança sobre o assassinato.
“Se a gente observar o padrão de comportamento das retaliações, a gente pode esperar algo vinculado à embaixadas ou representação diplomática dos EUA, tanto na região, quanto fora. Se a gente pensar na representação do EUA, os alvos podem ser executados por aliados iranianos”, afirmou Neves.
Medo da 3ª Guerra Mundial
O ataque norte-americano que matou o comandante da força Quds do Irã, Qassem Soleimani, tem sido o assunto mais comentado nas redes sociais.
O presidente do Irã, Hassam Rouhani, declarou que o ataque foi um “ato covarde” e “outro sinal da frustração e desamparo da América na região” e prometeu retaliação pela morte do general.
Segundo o Pentágono, a ação teve como objetivo impedir futuros planos iranianos de ataques e proteger cidadãos norte-americanos no Oriente Médio. Os usuários nas redes sociais demonstram preocupação sobre a possibilidade de um conflito entre aliados de Washington e Teerã.
As postagens em sua maioria refletem o medo de uma Terceira Guerra Mundial.
Um filho teu não foge a luta
A possibilidade de ocorrer uma terceira guerra mundial está sendo levantada por internautas brasileiros, desde que os Estados Unidos confirmou que um bombardeio matou um general iraniano. O país do Oriente Médio prometeu forte vingança e as retaliações já tiveram início na noite desta terça-feira 07 de janeiro.
Embora haja sensação de medo, as pessoas por outro lado começam a fazer memes com o assunto e o termo ‘Terceira Guerra Mundial’ chegou ao topo dos mais comentados no Twitter no Brasil.
Os brasileiros temem o conflito armado entre Estados Unidos e Irã porque o presidente Jair Bolsonaro sempre declarou apoio a Donald Trump. E pela história das duas grandes guerras anteriores, diversas nações se envolvem nas batalhas para defender seus interesses e de seus aliados.
Por conta disso, outras duas hashtags que ganharam destaque foram #BolsonaroFicaQuieto e #BolsonaroFicaCalado.
O presidente brasileiro se manifestou sobre o caso na segunda-feira(6) para dizer que o ataque terá impacto no preço do combustível no Brasil. Ele afirmou também que se encontrará com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, para avaliar a ação militar dos EUA e só depois irá se posicionar sobre a morte do general iraniano.
Ultimas informações
O mundo reagiu com preocupação ao ataque com 22 mísseis lançado na madrugada de quarta-feira 8 de janeiro pelo Irã contra bases iraquianas utilizadas por tropas americanas, em represália ao assassinato do general iraniano Qassem Soleimani.
“O Irã demonstrou que não retrocede” frente aos Estados Unidos, declarou Rohani no Conselho de Ministros, ressaltando que “se os Estados Unidos quiserem cometer outro crime, devem saber que receberão uma resposta ainda mais firme”. “Mas, se forem cuidadosos, não farão mais nada”, completou.
“Condenamos o bombardeio com mísseis iranianos que atingiu instalações militares em território iraquiano e repetimos nossa rejeição à violação reiterada da soberania estatal e a que o Iraque se transforme em um campo de batalha para os lados em guerra” disse o presidente do Iraque, Barham Saleh.
Al-Khazali ameaçou os Estados Unidos com uma “resposta” tão “importante quanto a iraniana” e disse, no Twitter, que “a primeira resposta iraniana ao assassinato do comandante mártir (Qassem) Soleimani aconteceu”.
“Chegou a hora da primeira resposta iraquiana ao assassinato do comandante mártir (iraniano Abu Mehdi) Al-Muhandis”, líder dos paramilitares pró-Irã, morto junto com Soleimani, completou.
“O último ataque (…) é um exemplo a mais da escalada e do aumento da confrontação”, afirmou Borrell, que pediu o fim da “espiral de violência”. Disse o Chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell Para ele, os “recentes acontecimentos” são “muito preocupantes”, já que “põem em risco os esforços dos últimos anos” e o “trabalho” da coalizão contra o EI.
O Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen assim pronunciou: “A crise atual não afeta apenas a região, mas todos nós. O uso das armas deve cessar para dar espaço ao diálogo”
“O Irã não deve repetir estes imprudentes e perigosos ataques, e sim buscar uma desescalada urgente”, disse Johnson na Câmara dos Comuns declarou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson
O Ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab disse: “Condenamos este ataque contra bases militares iraquianas usadas pelas forças da coalizão, entre elas as britânicas”, declarou Raab, que manifestou sua “preocupação” com “informações que dão conta de feridos” e “da utilização de mísseis balísticos”. “Uma guerra no Oriente Médio apenas beneficiaria o Daesh [acrônimo em árabe para ‘Estado Islâmico’] e outros grupos terroristas”, completou.
Ministra
“Posso dizer apenas, em nome do governo, que condenamos firmemente este ataque”, disse a ministra alemã da Defesa, Annegret Kramp-Karrenbauer, ressaltando que “agora é decisivo que não permitamos que esta espiral cresça mais”. “Cabe aos iranianos, antes de mais nada, não provocar uma nova escalada”, afirmou, antecipando que a Alemanha prevê “uma retirada parcial eventual” de seus soldados estacionados em Erbil, no Curdistão iraquiano.
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O ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian por sua vez opinou que: “A França condena os ataques conduzidos pelo Irã no Iraque contra bases da Coalizão contra o Daesh”, defendendo que “a prioridade é, mais do que nunca, a desescalada. O ciclo de violência deve parar”.
Ja o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu afirmou categoricamente: “Quem quer que nos ataque receberá uma resposta retumbante”
“A Itália segue com grande preocupação os últimos acontecimentos no Iraque e condena o ataque de Teerã a duas bases que abrigam soldados da coalizão. Trata-se de um ato grave que aumenta a tensão em um contexto já crítico e muito delicado”, afirmou o governo da Italia. No comunicado oficial, também se pede que “sejam redobrados os esforços políticos e diplomáticos para normalizar a situação e restaurar a segurança na região”.
E o Chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Jens Stoltenberg assim declarou: “Condeno os ataques com mísseis iranianos contra as forças americanas e da coalizão no Iraque. A OTAN pede ao Irã que se abstenha de mais violência”
Bolsonaro
Aqui no Brasil o presidente Jair Bolsonaro voltou a comentar, nesta terça-feira 7, sobre a crise entre os EUA e o Irã. O capitão se alinhou ao discurso de Donald Trump e afirmou que o general iraniano Qassem Soleimani, morto pelos EUA, na verdade não era um general. A justificativa dos EUA para matar o militar foi que Soleimani era um terrorista. A declaração foi feita na saída do Palácio da Alvorada quando Bolsonaro foi questionado pelos jornalistas sobre o preço do combustível.
E não foi só Bolsonaro que se alinhou a Trump. O Ministério das Relações Exteriores defendeu uma luta global contra o terrorismo e disse, por meio de uma nota, que o Brasil está “pronto a participar de esforços internacionais que contribuam para evitar uma escalada de conflitos”.
Ainda segundo a nota do Itamaraty, o país “acompanha com atenção os desdobramentos da ação no Iraque, inclusive seu impacto sobre os preços do petróleo”, preocupação também demonstrada pelo presidente Jair Bolsonaro em entrevista e mostrada exaustivamente pelos noticiários televisivos brasileiros.
Direto da Redação com informações colhidas na Internet/Fontes: MSN/AB/CNT/JC
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