A primeira Copa do Mundo com o árbitro de vídeo (VAR, como está sendo chamado) não poderia passar sem polêmicas. A Fifa se esforçou em dizer nesta sexta-feira 29/6 que 99,3% das decisões tomadas na Rússia 2018 foram acertadas. Ainda assim, o comitê de arbitragem presente na reunião com os jornalistas no Estádio Luzhniki, em Moscou, se recusou a apontar o 0,7% dos erros. Apenas deixou claro que não viu falta no gol de empate da Suíça contra o Brasil, ainda na rodada de abertura da fase de grupos.
Antes da reunião começar, havia a expectativa de que Pierluigi Collina, presidente do comitê de arbitragem da Fifa, poderia reconhecer erros em três dos 48 jogos da primeira fase. Não foi o que aconteceu. Mais do que isso, o gol de Steven Zuber, em que desloca o zagueiro Miranda, foi usado como exemplo de acerto pela comissão. O áudio da cabine do VAR foi mostrado pela primeira vez e foi possível perceber que os árbitros em princípio ficaram em dúvida, mas decidiram pelo gol.
“Estamos falando de 99,3% de acerto e vocês jornalistas estão interessados nesse 0,7%? Entendo o ponto de vocês, mas se todas as decisões tomadas forem corretas, não teríamos esse percentual”, disse Collina. “O VAR não significa perfeição, ainda poderá haver alguma interpretação errada ou erro de informação.”
Câmera lenta
Na reunião, também ficou claro o protocolo utilizado pelos árbitros, sobretudo, no jogo do Brasil. Collina reconheceu que a imagem em câmera lenta da outra dimensão ao lance acontecido. No lance em questão, o árbitro sueco Jonas Eriksson pede para rever a jogada com a imagem corrida. Só aí, decide por validar o gol que decretou o empate na primeira rodada do Grupo E.
Massimo Busacca, diretor de arbitragem da Fifa, foi além e filosofou sobre a imperfeição do ser humano em pouco mais de 01:45hs de entrevista. “Quem é perfeito nessa vida? Os árbitros não são perfeitos. Vocês cometem erros, às vezes, em suas matérias”, completou Busacca.
A CBF (Confederação Brasileira da Futebol) cobrou a Fifa pelo protocolo utilizado. A entidade respondeu que preferiu não emitir opinião naquele momento porque não gostaria de analisar caso a caso mas, desde início, sabia que a decisão do árbitro estava correta.
O comitê de arbitragem disse que foram 335 incidentes checados, com média de 6,9 em cada jogo da primeira fase. Ao todo, 14 decisões foram alteradas e três confirmadas pelo VAR. O tempo de jogo – com o VAR, mas sem a parada técnica para hidratação da Copa 2014, aumentou de 55:24hs para 54:45hs.
Fonte: R7/JC
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