A Justiça da Alemanha decidiu nesta quarta-feira (29) que Oskar Gröning, 96, ex-contador do campo de concentração nazista de Auschwitz, cumprirá em regime fechado os quatro anos de prisão aos quais foi condenado por cumplicidade no extermínio de 300 mil pessoas, em sua maioria judeus.
O Tribunal de Apelação de Celle, na região central, rejeitou recurso contra a condenação, anunciada em 2015 e ratificada no ano passado. Para a defesa, ele não deveria ser enviado à penitenciária por sua idade avançada.
“Com base na opinião de peritos, o tribunal presume que o condenado está apto a cumprir a sentença, apesar de sua idade”, declarou.
Sua defesa pode apresentar um novo recurso, mas o ex-nazista terá que aguardá-lo em reclusão. Gröning é um dos últimos ex-nazistas a responder por suas ações perante os tribunais. Nenhum dos condenados mais velhos está preso atualmente.
No julgamento em julho de 2015, o ex-contador foi censurado por aceitar “um trabalho de escritório seguro” em uma “máquina destinada a matar pessoas” e “insuportável para o espírito humano”.
Enquanto o homem assumiu uma “falha moral” e se desculpou, a defesa pediu a absolvição, justificando que ele não “contribuiu” de forma direta para o Holocausto.
Muito antes de ser pego pela Justiça, este ex-voluntário no Waffen SS havia contado sua experiência em Auschwitz, de 1942 a 1944, em um livro de memórias para seus familiares e em entrevistas para “lutar contra o negacionismo”. “Auschwitz é um lugar, no qual ninguém deveria ter-se envolvido”, admitiu.
As partes civis comemoraram que, “pela primeira vez depois de meio século de julgamento de crimes nazistas, um acusado reconhece oficialmente sua culpa e pede desculpas por isso”.
Cerca de 1,1 milhão de pessoas, judeus em sua maioria, morreram no campo de Auschwitz entre 1940 e 1945.
Fonte: Folhapress.
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