A reportagem é de Fernanda Rodrigues da EPTV Sul de Minas, o caso aconteceu em Poços de Caldas/MG e ainda repercute com dezenas de comentários de apoio a mãe que passeava com o filho usando uma “coleira” mochila para levar o filho com segurança. Uma rede de solidariedade chegou até a mineira Amanda Massoni, de 27 anos, após uma postagem expor ela e o filho autista na internet.
Uma foto compartilhada nas redes sociais mostra a mãe e o filho Bernardo, de três anos, juntos em uma rua de Poços de Caldas. Na imagem, Bernardo aparece vestindo uma mochila guia de segurança, que foi chamada por um usuário das redes sociais de “coleira”. Na verdade Amanda usava o celular no momento para pedir um motorista de aplicativo.
Na mensagem, compartilhada também em aplicativos de mensagem, o dono da postagem criticou. “Quando você pensa que já viu de tudo, aparece uma mulher com o filho na coleira para mexer no celular. Estamos do avesso mesmo”.
Para rebater a acusação que considerou um abuso, Amanda esclareceu: “Meu filho é autista ele não entende se eu falar que é pra ele ficar perto de mim. Isso é para a proteção e segurança dele. A pessoa me expõe nas redes sem saber de nada da minha vida”, diz parte da mensagem.
Após o recado feito por Amanda ao responsável pela postagem, milhares de pessoas deixaram comentários em apoio a ela. A maioria, elogiando o seu cuidado com o filho e criticando o comportamento de quem tirou a foto e fez julgamentos precipitados. Várias pessoas também postaram fotos dos filhos usando a mesma mochila guia vestida por Bernardo.
Amanda desabafa dizendo que muitas fotos chegaram até lá, com outras mães que utilizam o mesmo artefato, falando que ela fez certo, que segurança nunca é demais, Amanda na reportagem também explica que não se trata de maldade para com o filho, que esse procedimento é para o bem dele. Não machuca, pelo contrário, deixa a criança mais livre com as mãozinhas para brincar. Que o menino não gosta muito de dar as mãos. Ficando livre e seguro, explicou a Amanda mãe do garotinho.
Ataque nas redes
Amanda conta que só tomou conhecimento da foto através de uma conhecida em uma pizzaria da cidade e que o autor da mensagem ainda não foi identificado.
Amanda disse que chorou muito. Que saiu da pizzaria desesperada. Pela exposição do filho e de seu rosto . Que riscou seu rosto na hora de postar pois estava tremendo muito quando postou e escreveu como resposta.
Amanda e o marido acreditam que a foto foi tirada por alguém que passava de carro pelo local. Ela afirma que registrou um Boletim de Ocorrência.
Além da postagem, ela conta que tem pessoas que lhe mandaram mensagens xingando, a ofendendo. Ela tem o print dessas pessoas. Uma moça perguntou a ela se quando chegasse em sua casa se daria comida para seu filho no pote do cachorro. A PM disse que é difícil chegar em quem fez a postagem, mas não impossível. As pessoas que a ofenderam também foram citadas e colocadas no B.O. da polícia.
Amanda diz que se o responsável pela publicação aparecesse e pedisse lhe desculpas, ela aceitaria. Não faria nada. Porque essa foto ficou rodando nas redes sociais, provavelmente um monte de gente a julgou de forma errada.
O Filho
O filho é um garoto encantador, diagnosticado com grau leve de autismo, o menino tem dificuldades para acompanhar a mãe nas ruas. Amanda conta que ele tem autismo e não tem noção nenhuma de perigo. Se ela falar para ele ficar perto dela, ele não fica, porque não entende ainda o que ela fala. Bernardo faz acompanhamento na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Poços de Caldas. Ele tem atendimento de neurologista e terapeuta ocupacional, além de participar de atividades como hidroterapia.
Segundo Amanda, várias pessoas enviaram comentários pelas redes sociais explicando que o uso da mochila guia de segurança é comum em outros países. “É para segurança de crianças. Quantas crianças não são raptadas? Serviria para qualquer criança, porque elas são imprevisíveis, saem correndo, perigo ser atropelada, sumir”, comenta.
“As pessoas têm que saber que é legal, que é permitido. O mundo está sem respeito. A pessoa vê outra na rua, já deduz alguma coisa, tira a foto e posta. As pessoas têm que aprender também a não ficar passando tudo o que vê, expondo os outros. O fato foi desagradável e a expôs, expôs seu filho, que é uma criança. E ainda acompanhada de uma frase maldosa, por causa do achismo. Amanda lamenta o fato e os transtornos que a postagem lhe trouxe e termina a reportagem dizendo: “a gente que faz tudo pelo filho, fica muito triste da pessoa deduzir que você é uma má mãe”.
A matéria merece nossos aplausos, pelo exemplo que esta reportagem traz em seu conteúdo, servido para muitas pessoas que se acham donas da verdade e com direito de julgar o comportamento de outras pessoas, sem saberem na verdade a história de vida que se apresenta diante de fatos que desconhecemos.
Direto da Redação – Fotos: Redes Sociais
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