Quem não se lembra do programa policial Aqui agora, do SBT, que foi ao ar durante anos? E mais ainda, do jeito único de Gil Gomes narrar as notícias? O repórter policial morreu na manhã desta terça-feira (16), aos 78 anos. Ele estava internado no Hospital São Paulo, na zona sul da capital paulista. De acordo com a assessoria do centro médico, ele morreu em decorrência de um câncer.
Gil era também portador de Mal de Parkinson e desde 2005 lutava para combater a doença degenerativa que o fez perder o equilíbrio, além de ter dificuldades de se mover e sofrer com tremores. Uma de suas últimas aparições foi no Domingo Show, da Record, em 2016. Na ocasião, ele declarou que sofreu muito no período que estava longe do trabalho. “Tanta coisa que vivi, senti, chorei. Sou chorão e quando choro eu me revolto. Passei os últimos seis anos sentado em uma poltrona, esperando a morte, mas agora voltei e estou feliz”, contou.
O jornalista era casado com Eliana Izzo, sua segunda mulher, com quem teve duas filhas — Flávia e Nathalie. Antes dela, Gil ficou por 14 anos com a escritora Ana Vitória Vieira Monteiro. Juntos, eles tiveram três filhos: Daniel, Vilma e Guilherme — que morreu ainda jovem vítima de uma hepatite C. O jornalista também deixou quatro netos.
Gil Gomes se tornou um dos grandes nomes do rádio e da televisão brasileira por seu trabalho no jornalismo investigativo. O ex-repórter iniciou sua carreira na extinta Rádio Marconi, na década de 1960. Entre os anos 1991 e 1997, Gil conquistou o grande público na televisão ao integrar o time de repórteres do extinto Aqui Agora, programa que fez muito sucesso no SBT.
Em entrevista em 2011 ao jornal O Estado de São Paulo, Gil Gomes rememorou com saudosismo os tempos de televisão, em que diz ter trabalhado com “a seleção brasileira de repórteres”. Da equipe do programa, destacam-se os jornalistas César Tralli e Sônia Abrão. “Quando eu falei do PCC pela primeira vez, chamaram de jornalismo lixo. O que eu falava naquela época está acontecendo agora”, disse
O Aqui Agora fez tanto sucesso que passou mais tarde a ter duas edições diárias. Mas com o aparecimento de concorrentes, foi perdendo audiência e saiu do ar em 1997. Em 1998, Gil Gomes foi contratado pela TV Gazeta para ser repórter do Mulheres.
A Escolinha do Barulho foi ao ar pela Rede Record em 1999 quando a Rede Globo deixou de apresentar a Escolinha do Professor Raimundo e dispensou diversos atores cômicos do elenco, os quais a Record TV resolveu contratar para fazer um programa semelhante. Como inovação, em vez de um único professor, a Escolinha da Record TV teve cinco professores fixos: Dedé Santana, Miele, Bemvindo Sequeira, Gugu Liberato e Gil Gomes.
Na época, Gil Gomes trabalhou ao lado do hoje editor do Alterosa Esporte, Leopoldo Siqueira. “Ele era um símbolo do jornalismo falado. Os fatos, minuciosamente apurados, ganhavam um texto e uma interpretação únicos. Se algum crime que precisava ser noticiado carecia de imagens; sem problemas… Lá estava Gil Gomes fazendo uma crônica envolvente e precisa e sem julgamentos parciais. Era inspiração para nós (então, jovens) repórteres que estavam iniciando na TV. Gil Gomes, por vezes, era tachado por alguns de telejornal “sensacionalista”. E não era! Era popular, era cru, era emoção, era real, era de fato verdadeiro. Graças a Gil Gomes” Nomes que fazem sucesso na TV atualmente se serviram de seus programas para se inspirarem. Gil Gomes foi o professor de todos!”
Direto da Redação com informações colhidas na Internet
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