Uma pesquisa realizada pela Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), a pedido da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações) e da farmacêutica Pfizer, divulgada nesta terça-feira (22), mostra que 91% das pessoas acreditam que as vacinas salvam vidas. Mas somente 60% das pessoas com doenças crônicas sabem que fazem parte de grupo de risco e têm direito a um calendário especial de vacinação oferecido pelo SUS (Sistema Único da Saúde).
Pessoas que vivem com HIV, pacientes em tratamento oncológico, cardiopatas, diabéticos, pneumopatas, entre outros grupos que apresentam uma fragilidade imunológica e têm um calendário que atende às necessidades imunológica, que são diferentes das pessoas saudáveis. A pesquisa mostrou que 68% dos imunodeprimidos nunca receberam orientação para se imunizar. Um em cada cinco pacientes desse grupo tem receio de tomar vacinas.
Os dados foram levantados, neste ano, por meio de entrevista com 2 mil pessoas na cidade de São Paulo e nas regiões metropolitanas de Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Salvador e Curitiba. Sendo 47% mulheres e 53% homens.
A pesquisa apontou que diversas condições de saúde que predispõem ao maior risco de contrair infecções evitáveis são desconhecidas. Inclusive as mais comuns, como é o caso das cardiopatias e do diabetes, em ambos os casos, 34% das pessoas não reconhecem o risco maior de pegar doenças infecciosas. Outros grupos que chamam a atenção por não serem reconhecidos como de risco estão pessoas com câncer (31%), as que vivem com HIV (40%) e as que passaram por transplante (50%).
Desde 1993, o Ministério da Saúde oferece atendimento especial nos CRIE (Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais). Lá, os imunossuprimidos podem se vacinar, mas 76% dos entrevistados nunca ouviram falar desses centros.
Com base no estudo, a SBIm lançou segunda fase da campanha “CRIE Mais Proteção”, com a participação do ex-jogador de basquete Oscar, com o objetivo de conscientizar sobre a importância e segurança da vacinação da população consideradas especiais e divulgar os centros especiais.
“O Brasil tem cada vez mais pessoas com comorbidades e que precisam ser cuidadas. O Ministério da Saúde tem de deixar mais claro a ação dos CRIE e a importância dos cuidados especiais que esse grupo tem direito”, afirmou a médica Isabella Ballalai, vice-presidente da SBIm.
Os pacientes imunodeprimidos não podem receber todos os imunizantes disponíveis, principalmente os que têm o vírus vivo no fármaco, como é o caso da tríplice viral, que previne contra sarampo, caxumba e rubéola. Nos casos das doenças com vacinas com vírus ativos, a proteção se dá por meio imunização coletiva.
Mas, vale ressaltar que a cobertura vacinal caiu muito no Brasil desde o começo pandemia. A covid democratizou o assunto vacinação, mas as pessoas não se sentiram estimuladas para acertar a carteira de imunização.
“Esse ano a preocupação em se livrar da Covid, as pessoas estão deixando as outras doenças para trás e o risco é muito grande. Por exemplo, em Influenza estamos com menos de 40% de pessoas vacinadas. A covid-19 não está sozinha, sarampo está por aí, a febre amarela segue tendo casos, precisamos nos vacinar”, ressalta Ballalai.
Fonte: CRIE/R7/JC
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