As personagens que Roberto Gómez Bolaños protagonizou têm feito rir a várias gerações de jovens, adultos e crianças com seus chistes interpretados por diferentes personagens. Desde de “Chaves” até “Chapolin Colorado”, o ator mexicano inundou a televisão com suas piadas. O mais maravilhoso sobre isso é que, mesmo com o passar do tempo, os episódios ainda estão sendo transmitidos e causam furor! Essa mania Chaves que também conquistou o Brasil é a nossa matéria especial de Natal e Fim Ano.
Criado e interpretado pelo mexicano Roberto Gómez Bolaños, Chaves era um esquete dentro do “Programa Chespirito”, da Televisión Independiente de México, que anos depois se tornaria a Televisa. O esquete “El Chavo Del Ocho” (O Chaves do Oito) contava a história de um menino pobre que vivia em um barril, em uma vila cheio de conflitos entre os vizinhos e rendeu brinquedos, livros e até jogos de videogame por dezenas de países espalhados mundo afora.
No México, o programa foi exibido pela primeira vez em 20 de julho de 1971 e não demorou a cair nas graças do público. A fórmula simples, com histórias e piadas repetidas e efeitos especiais toscos (para os dias de hoje viraram nostalgia) conquistou fãs em mais de 50 idiomas inicialmente. Mais de 42 anos de sua estreia, o programa continua na TV de cerca de 30 países, como Japão, França, Itália, Estados Unidos e, ainda bem, aqui no Brasil.
Hoje pesquisando na internet sabemos que não há nada que faça tanto sucesso quanto o antigo e famoso seriado do Chaves. Difícil assistir alguns e não dar gostosas gargalhas, por mais repetitivos que sejam. Criado no México, no início da década de 70, o programa continua contando a história de pessoas simples, que moram em uma vila comum e que levam suas vidinhas da forma mais ingênua possível. Mesmo assim, a trama conseguiu conquistar gerações e, até hoje, quase meio século depois, tem suas temporadas reprisadas em todo o mundo e incrivelmente fazendo sucesso e dando audiência a seus exibidores.
Seguindo sempre uma mesma linha de raciocínio e diversão o enredo é quase sempre o mesmo, a vila seria um lugar qualquer do mundo, onde os personagens ficam repetindo eternamente as mesmas coisas que os levaram até ali. Como fica claro nos textos, é sempre a Chiquinha chutando Kiko e faz seu pai, Seu Madruga, pensar que foi o menino que a agrediu. Enervado, “Seu Madruga belisca Kiko, que chama a mãe, Dona Florinda, que acerta um tapa no vizinho gentalha, que descarrega a raiva no Moleque, que atinge o Seu Barriga quando ele chega para cobrar o aluguel. Enquanto isso, o professor Girafales, carregado de amor e desejo, aceita uma Xícara de café, com um buquê de rosas no colo, sem desconfiar a causa, motivo, razão ou circunstância de tanta repetição e o Chaves sempre a repetir, “Isso, isso, isso”.
O apelido
Pesquisando descobrimos que Roberto Gómez Bolaños, nascido na Cidade do México em 21 de fevereiro de 1929, tinha um apelido singular: “Chespirito”. Bolaños era chamado assim porque era um cruzamento entre William Shakespeare, dramaturgo e o poeta inglês e Chiquito, por causa da sua complexão física. A sua mãe teve uma gravidez muito difícil. Elsa Bolaños, que daria à luz ao humorista talentoso, quase perdeu o bebê depois de ingerir um medicamento contra a gripe que havia sido prescrito pelo seu irmão. Finalmente, a infelicidade foi evitada e em 21 fevereiro de 1929 nasceu Roberto aquele que um dia seria mundialmente conhecido por Chaves e Chapolin Colorado entre outros personagens.
Segundo os dados fornecidos pela prestigiosa revista Forbes, em 1992, quando terminou a produção de seus programas, estes foram vendidos à Televisa, que possui hoje ainda, os seus direitos. Foi 1,7 bilhões de dólares, pagos em royalties pela retransmissão dos episódios em diferentes países, inclusive no Brasil, pelo SBT fazendo sucesso há mais de 20 anos. No total, foram 1.300 episódios de meia hora durante 24 anos.
Este ator, escritor e provocador de risadas, como era o mexicano, foi criticado por estimular a violência psicológica, o machismo e o “bullying” ou abuso com seu personagem Chapolin Colorado. E, foi por isso que, sob pressão, tentou limpar posteriormente seu nome com a criação do Chaves, que promove a prática de exercício do bem, o respeito pelas pessoas e, especialmente, a humildade que o caracteriza em todos os seriados.
Apesar de ter morrido em 2014, sua arte continuou em forma de musical. Uma obra na famosa rua Broadway foi feita com o material que ele havia escrito. O título da apresentação foi “Queen Mother“ (Rainha Mãe), obra que foi supervisionada por Florinda Meza, viúva de Roberto Bolaños. A suspensão temporal é um período que não tem fim, de acordo com o autor do texto e do musical, seria evidência de ser notado de que, o lugar apresenta um problema real que nunca termina, tornando-se um elo vicioso nos temas apresentados. Afinal, por que o senhor Barriga cobraria eternamente os mesmos 14 meses de aluguel? Para alguns especialistas, a resposta está no tempo, que simplesmente não passa para eles.
A Família
O pai de Roberto Bolaños, Francisco Gómez Linares era retratista famoso de políticos e suas famílias de parentes internacionais como Warren Harding cujas obras estão expostas no Hotel Gunter no Texas, Estados Unidos afirma que, Chespirito é sobrinho de Gustavo Díaz Ordaz, que foi presidente do México de 1964 a 1970.
A famosa série do Chapolin Colorado inspirou outra grande série tão grande como a mencionada. Foi vitrina para o cartunista Matt Groening dos Simpsons. O criador da famosa família amarela se apoiou no personagem de Bolaños para criar o homem abelha de Os Simpsons. Uma espécie de herói, o homem e abelha que tem expressões mexicanas como “Ay Chihuahua“. Em 1995, ele comentou a essa passagem no livro O Diário de Chaves. Segundo consta no livro, Chaves nunca conheceu seu pai, mas somente a sua mãe. Quando ela ia trabalhar o deixava em uma creche até que um dia ele foi enviado para o orfanato.
Com seu tio como tutor legal, ele construiu um trem em escala que funcionava a vapor. Ele tornou-se um engenheiro mecânico e elétrico da cidade de Guadalajara. Embora não tenha se formado, ele estudou engenharia na Universidade Nacional Autônoma do México sem concluir o último ano do curso. Sem dúvida, ele influenciou sua infância que se tornaria parte de sua vida, um inventor real do riso.
O Ator Arquiteto boxeador
Roberto Gómez Bolaños deixou então a Universidade Nacional Autônoma do México como arquiteto, mas dados os seus talentos artísticos, nunca atuou como tal. E, menos mal, que não tenha se decidido por este caminho, porque a sociedade teria perdido um dos melhores comediantes de todos os tempos. O que é o tema principal da entrada de outro personagem histórico de Bolaños, Chaves, foi inspirada por Ludwig Van Beethoven. Ainda que não tenha sido diretamente criada por ele, a canção se chama O elefante nunca esquece, do compositor eletrônico Jacques Perrey, que se inspirou no alemão porque sua versão é um plágio de A marcha turca de 1811.
Quem lutava contra a injustiça no personagem de Chapolin Colorado com o seu famoso martelo chamado Marreta Biônica, sempre teve algumas qualidades de combate que também Roberto Bolaños tinham adquirido ainda jovem, quando seus personagens ainda não eram vislumbradas. Outra característica importante é saber que no primeiro ano do ensino médio Roberto foi vice-campeão de box e no segundo ano foi campeão. Sua formação acadêmica percorreu um outro caminho muito afastado da escrita. Ele estudou engenharia até o oitavo período, tinha paixão pelo esporte e foi um boxeador amador durante o ensino médio e acadêmico.
Obra Inacabada
Por motivos de tempo e o seu falecimento posterior em 2014, ele deixou inacabado o filme de animação que estrearia com o nome de “O Chapolín em 3D“. O roteiro em si foi concluído pelo criador do personagem, mas ele nunca o pode ver nem mesmo pré-produzido como está atualmente sendo feito sob a direção de seu filho Roberto Fernández.
No Festival OTI foi ouvida pela primeira vez a canção contra o aborto que ele escreveu e se chamou Nacer. Interpretada por la cantora Dulce, mas gravada por Florinda Meza, decolou no mundo da música. O mesmo tema foi usado no filme El Chanfle em 1979.
A letra e a música do tema Tengo todo contigo, da novela La Dueña, foi criada por Gómez Bolaños e foi dirigida por seu filho, Roberto Gómez Fernández em 1995. Além disso, foi produzida por sua esposa Florinda Meza e protagonizada pela primeira-dama do México, Angélica Rivera.
Para Chespirito, sua personagem mais importante foi o Chaves, uma vez que não era um programa para crianças, mas para toda a família. Na verdade, ainda hoje, está sendo retransmitindo depois de décadas de sua conclusão. Enquanto o Chapolin Colorado era um verdadeiro super-herói que vencia seus medos em cada programa. O menino Chaves era a representação da gula, por ser insaciável aos sanduíches de presunto. Uma ingenuidade sem procedente, cuja inocência beira o ridículo da incompreensão de uma criança de apenas 8 anos de idade.
Seu primeiro contato com o mundo da televisão aconteceu quando ele foi solicitar o seu primeiro emprego em uma agência de publicidade. Lá, ele foi produtor de rádio e televisão e quando houve necessidade de um escritor ele concordou sem saber ainda como usar uma máquina de escrever, produzir textos irônicos de humor.
Outra explicação dada pelo famoso diário do Chaves sobre sua vida, publicado foi sua chegada na vizinhança. Depois de ser abandonado no orfanato por sua mãe, uma idosa que vivia na casa 8 da vizinhança lhe dá abrigo. É aí que nasceu seu personagem na vizinhança, por ser levado da breca, acabou se acomodando em um barril. Mas os “bons” vizinhos muito pouco parecem perceberem isso!
A volta do Chaves
Quando Roberto Bolaños ainda no México lançou sua conta na rede social Twitter, alcançou 230 mil seguidores em seu primeiro dia. O primeiro tweet enviado foi : “Olá, eu sou Chespirito.” Tenho 82 anos e esta é a primeira vez que eu twitto, estou estreando. Sigam-me os bons!“. Com a frase característica de Chapolin Colorado cativou milhões de pessoas em todo o mundo. Sua conta chegou a ter 600 mil usuários que a apoiaram.
Roberto Gómez Bolaños teve como primeira esposa Graciela Fernández, com quem teve seis filhos. Em seguida, ele se casou com Florinda Meza, a famosa Dona Florinda da vizinhança do Chaves, mãe do Kiko. Em 2004 realizou seu casamento depois de anos de relacionamento. Ela, agora viúva, revelou que após a morte do seu marido ficou muito zangada com Deus.
Ele não foi tocado pela varinha mágica, em 1968 escreveu a primeira série na qual ele também atuou. Foi chamada El Ciudadano Gomez e tratava de um homem que perdeu a memória. Episódios não tiveram um alcance enorme e a série foi interrompida no capítulo 13. E mais tarde, na década de 80, retomaria o personagem com grande sucesso.
Em 20 de junho de 1971 mudou para sempre as tardes dos mexicanos e ao redor do mundo, quando apareceu o Chaves. Este capítulo conseguiu ser exibida na Grécia, Japão, Coreia, Tailândia e Marrocos. Esta série de sucesso conseguiu atingir um pico de audiência média de 350 milhões de pessoas por semana.
De 1968 a 1971 foi exibida a série Os Super Gênios da Mesa Quadrada. Gómez Bolaños apareceu caracterizado como Dr. Chespirito Chapatín, um personagem respondendo cartas de telespectadores, mas de maneira absurda. Dessa atuação e junto com Maria Antonieta de las Nieves, Ramón Valdes e Rubén Aguirre, nasceu o personagem do Chapolin Colorado.
O Rei do Futebol
Roberto Gómez Bolaños cruzou com um dos atletas mais famosos da história, o brasileiro Pelé . O jogador de futebol do Santos na época, lhe propôs por telefone, levar a série “Chaves” para a tela grande, para o cinema. Naquele momento, o mexicano não estava perfeitamente de acordo e rejeitou a proposta da estrela do futebol. Mais tarde faria. Nunca escondeu que a ideia era do Rei do Futebol brasileiro chamado Pelé.
Em 1988 morreu Ramón Valdés, “Seu Madruga” que fazia também Don Ramón. A Bruxa do 71, Dona Clotilde que foi interpretada por Angelines Fernández deixou este mundo em 1994 ao mesmo tempo que Raul Chato Padilla. Em 1973, María Antonieta de las Nieves decidiu deixar o elenco para conduzir seu próprio programa Pampa Pipitzin, que não fez muito sucesso.
A dimensão do sucesso
Se você somar todas as pessoas do mundo que já viram os programas do Chaves e do Chapolin Colorado, isso dá uma diária de 91 milhões de pessoas. Uma das duas séries mais reconhecidas mundialmente, o Chaves, tem uma média de 91 milhões de espectadores diários se você considerar todos os lugares onde os programas são transmitidos e as 50 línguas em que foi traduzida.
Kico é outro personagem da vizinhança que não tem pai. Em um dos capítulos da série, Dona Florinda confidencia ao Professor Jirafales que é uma viúva e seu marido, que se chamava Federico, morreu quando o navio onde trabalhava afundou.
Chiquinha tem como pai Seu Madruga, mas sua mãe morreu quando ela deu à luz. A primeira obra que escreveu foi em 1967 e se chamou Silêncio, Câmera, Ação! com os comediantes Viruta e Capulina. Seu segundo trabalho, que viria mais tarde, em 1984,o qual foi uma versão livre da história de Pinóquio e se chamou El Títere. Era um musical onde ele dançava e cantava interpretando o boneco, já com 50 anos de idade. A última se chamou 11 e 12 e permaneceu 7 anos em cartaz.
O final que não aconteceu
Chespirito confessou que teve a ideia de que Chaves tivesse um final trágico ao ser atropelado por tentar salvar uma criança. Isso poderia ter leituras ambíguas, a primeira é que ele dava tudo pelos outros, e a segunda foi a que impediu o plano. Sua filha, psicóloga advertiu que isso poderia gerar nas crianças a tentação ao suicídio.
Afinal, qual foi o último episódio de “Chaves”? Essa questão não é tão simples de se responder, especialmente para o público brasileiro, já que o seriado transmitido pelo SBT desde 1984 não teve seus capítulos exibidos na ordem original. Salvo algumas situações de episódios efetivamente ligados entre si – caso da viagem à Acapulco -, a grande maioria dos episódios chegou ao público de maneira completamente aleatória.
Sendo assim, é possível se basear somente na exibição original mexicana. Ao todo, “Chaves” teve 312 episódios, exibidos originalmente entre 26 de fevereiro de 1973 e 7 de janeiro de 1980 – alguns deles não foram transmitidos em outros países além do México. Passado esse período, a Televisa – emissora mexicana que exibia o seriado – decidiu que “Chaves” não teria mais um horário próprio em sua grade, se tornando um mero quadro do programa “Chespirito”.
Ou seja: é possível considerar que, da forma como ficou famoso, “Chaves” teve seu último episódio no início de 1980. A partir dali, o que houve foi uma tentativa de dar uma sobrevida aos personagens da série – o que, no Brasil, acabou se chamando “Clube do Chaves”.
Com sua face!
São poucos os grandes atores no mundo que podem se vangloriar de terem o seu próprio dinheiro, sua própria moeda! Em 2013, por uma iniciativa da Casa da Moeda do México, foram fabricadas nove moedas comemorativas de prata e edição limitada do Chaves.
Em 2000, a Televisa fez-lhe uma homenagem com um programa chamado “Náo contavam com a minha astúcia!“, para o 30º aniversário do primeiro programa Chaves. Os agradecimentos não pararam de chegar e em Novembro de 2013, ele recebeu o Prêmio Ondas Ibero Americano pela carreira de maior destaque na televisão.
O motivo do por quê a série foi chamada Chaves era um mistério e continua sendo para muitos até hoje. O fato é que era transmitida pelo canal 8 do México às 8 da noite. Essa foi a principal razão. Logo, ao mudar para o canal 10, Bolaños justificou o “8” como referência ao apartamento número 8 da vizinhança onde ele morava e que nunca foi mostrada nas séries que viriam posteriormente, a sua única casa era e continuará sendo o famoso barril.
Um dos personagens criados por Bolaños foi Chiquinha, interpretada por María Antonieta de las Nieves. A razão para seu nome teve origem na definição real. Chiquinha é um tipo de pão no México que tem diferentes pontos ou cores. Como o personagem Nieves tinha muitas sardas, está aí a razão para o seu nome.
O começo do final
Em 2010, Bolaños já tinha certas doenças que o afligiam, mas mantinha uma atitude positiva como a que fez brilhar na televisão e confidenciou: “A morte não me preocupa.” Só me deixa curioso. Ela chega para todos. “Penso nela todos os dias“, declarou aos 81 anos. Ele acrescentou: “É o grande mistério, saber o que vai acontecer. Me angústia, mas não muito, acho que nada terrível acontece“. O ator não deixou tudo ao acaso, mas foi muito aberto sobre o seu futuro e o que aconteceria com seus parentes mais próximos após seu falecimento: “É impossível saber o que vai acontecer com eles, eu só lhes disse que oxalá seguissem atuando bem. Eu não serei responsável pelo que acontecer com eles depois da minha morte”.
Uma rua que leva aos principais estúdios de cadeia mexicana Televisa foi renomeada com o seu nome após a sua morte. Nessa mesma rua se encontram hoje os seus restos mortais em um altar. Ao mesmo tempo, em outra rua no Estado mexicano de Durango, onde há uma colônia muito humilde, esta recebeu também o nome de Roberto Gómez Bolaños.
Depois que sua morte foi anunciada, em 28 de novembro de 2014, quando estava em sua casa em Cancún, no México, foi levado em voo privado para Televisa San Angel, onde todas as suas criações tinham ganhado vida. Lá, foi realizada uma grande missa privada para a família e as pessoas mais próximas. Com transmissões ao vivo para mais de 70 países simultaneamente.
Obsessão, Curiosidades e Mistérios
Vários nomes que ele escolheu durante toda a sua vida tinham estas duas letras juntas, o C e o H. De seu pseudônimo (Chespirito) para personagens que desempenhou e deu vida (Chaparrón Bonaparte, Dr. Chapatín, Chimoltrufa, Chiquinha, Chapolin Colorado, Chaves e Chómpiras). Os filmes que ele criou também não ficaram para trás: El Chanfle, El Charrito e o repórter Vicente Chambón. Finalmente, os termos que utilizava: Chanfle, Chiripioca, Chipote Chillon, Pastillas de Chiquitolina e Chicharra Paralizadora.
Embora não tenha sido uma afirmação do próprio Roberto Gómez Bolaños, críticos e analistas de mídia concordam que o sucesso do programa do Chaves reside em que ela é uma representação da América Latina. Onde seus personagens com carências e contrastes entre eles gera uma discussão sobre a consciência de classe e comportamentos e não apenas um cenário cômico e simples de uma pobre vila.
Apesar de todas estas razões, segredos e explicações que deram os personagens de Roberto Gómez Bolaños, através de seus shows ou dele mesmo sem ser caracterizado como um, há outros mistérios que nunca saberemos, tais como: A medida que foi envelhecendo e engordando, não mais permitia closes em seu personagem Chaves, a obesidade de Bolaños tirou Chaves e Chapolin Colorado do ar: “Chegou um momento que não dava mais, o menino que mau comia, engordar tanto” teria dito ao um jornalista na época. Outra curiosidade que chamais saberemos: Qual foi o verdadeiro nome do Chaves? Por que Chapolin Colorado? Que trazia em sua bolsa o Dr. Chapatín?
Episódios famosos da turma do Chaves
O primeiro episódio exibido no Brasil pelo SBT foi “O caçador de Lagartixas”, mas dentre os 1000 programas de Chaves produzidos alguns são mais famosos do que outros. Em 1977 foi gravado o “Vamos todos a Acapulco”, dividido em 3 partes. Nos episódios, a turma toda embarca para uma viagem de férias na praia de Acapulco, que aqui recebeu a tradução de Guarujá. Na última parte da saga, Chaves canta a música “Boa Noite, Vizinhança” para homenagear Carlos Villagrán, o Kiko, que sairia da série logo após o episódio, de acordo com boatos de fãs. Chaves em Acapulco foi feito para promover um hotel do grupo Televisa.
Outro episódio famoso é o Festival da Boa Vizinhança, dividido em 4 partes. Nele, os personagens participam de um show de talentos na vila, com muitos figurantes convidados. Chaves declama o clássico “O Cão Arrependido” (Volta o Cão Arrependido / com suas orelhas tão fartas / com seu osso roído / e com o rabo entre as patas) e Kiko homenageia a sua mãe com “Mamãe querida” (Mamãe querida, meu coração por ti bate…) que ele não consegue terminar, graças aos amigos.
Os bastidores
Dos 1000 episódios produzidos de Chaves, centenas são inéditos para nós, brasileiros. Quando a série veio para o Brasil, o SBT, na época TVS, comprou apenas 13 episódios. Com o sucesso, comprou outros três lotes, mas nunca chegou a adquirir todos os programas. Muitos deles ainda não foram exibidos pela emissora e nem foram comprados.
Em alguns deles, as moças da vila são apaixonadas por Héctor Bonilla, um ator mexicano que aparece em um dos episódios em que visita a vila. Héctor é mesmo um ator de novelas no México e nasceu em 1939. Chaves é recheado dessas curiosidades acumuladas ao longo desses 40 anos. Uma delas é que Tangamandápio, a cidade do carteiro Jaiminho realmente existe e se situa no estado de Michoacán. Mas ela fica muito longe, então é melhor evitar a fadiga.
A Dona Florinda, que tem o mesmo nome da atriz, é casada com Roberto Bolaños, mas nem sempre foi assim. Antes do relacionamento dos dois, ela namorou Carlos Villagrán e muitos atribuem a saída de Kico do seriado à troca de pares.
Quando Dona Florinda e o Professor Girafales se encontram, sempre toca uma música, que é o tema do filme “E o Vento Levou” em outro arranjo. Todas as outras canções que tocam no programa foram compostas pelo próprio Roberto Bolaños. Inclusive, no começo da série, ele mesmo teve que economizar dinheiro para investir no cenário. A Televisa apostou recursos somente depois do sucesso e dá para entender porque a vila era toda feita toda de papelão e isopor.
Chaves sempre recebe o Seu Barriga (Edgar Vívar), dono das casas da vila e credor do aluguel, com pancadas. Seus melhores amigos são a Chiquinha (Maria Antonieta de Las Nieves) e Kiko (Carlos Villagran). Chiquinha é filha do Seu Madruga (Ramón Valdés), um desempregado que sempre está devendo o aluguel, e neta de Dona Neves (interpretada, também, por Maria Antonieta de Las Nieves). Já Kiko é filho de Dona Florinda (Florinda Meza), uma senhora ranzinza que sempre encerra suas discussões com Seu Madruga na base da pancada. Dona Florinda é apaixonada pelo Professor Girafales (Rubén Aguirre), que dá aulas em uma escola próxima à vila para toda a garotada. Todos eles são vizinhos de Dona Clotilde (Angelines Fernández), mais conhecida como Bruxa do 71.
Além dos personagens principais, há outros que aparecem periodicamente e foram sendo integrados ao elenco ao longo do programa: o carteiro Jaiminho (Raúl Padilla), o filho do Seu Barriga, chamado Nhonho (Edgar Vívar), a sobrinha da Dona Florinda batizada de Pópis (Florinda Meza), e Godines (Horácio Gómez Bolaños), irmão de Roberto Bolaños na vida real.
O fim da série
Chaves parou de ser gravado em 1992 e o cenário utilizado nas gravações já não existe mais. Ao longo dos anos, ainda com o programa no ar, alguns atores morreram. Foram eles: Ramón Valdés (Seu Madruga), Angelines Fernandez (Dona Clotilde), Raul Padilla (Jaiminho) e Horácio Gómez Bolaños (Godines). Foi a morte de Ramón Valdés que fez a série perder o ritmo e o encanto. Seu Madruga era um dos personagens mais marcantes de Chaves e, para o elenco, a perda foi irreparável.
Os outros atores continuam vivos e muitos ainda recebem homenagens por conta do programa em diversos países onde o seriado é reapresentado. Constantemente, Edgar Vívar e Carlos Villagrán vem ao Brasil e participaram de diversos shows de Televisão. No dia 28 de novembro de 2014 o mestre Roberto Bolaños disse adeus definitivamente com sua morte, mas a obra de quem fez rir e chorar nunca será esquecida. Pipipipipi….
Vale ressaltar nesta matéria especial de Natal que o último episódio gravado por Bolaños foi “A máquina de lavar” (também chamado de “Antes um tanque funcionando do que uma lavadora encrencada” no Brasil, em sua redublagem), que fechou a sétima temporada do seriado no México e também no Brasil. É um episódio como qualquer outro e, curiosamente, foi exibido no Brasil durante o primeiro ano de “Chaves” por aqui. Nele, Dona Florinda resolve comprar uma máquina de lavar roupas para não precisar disputar o tanque da vila com Dona Clotilde e Dona Neves – a bisavó da Chiquinha. O eletrodoméstico desperta a curiosidade os moradores e, claro, Chaves dá um jeito de causar problemas ao tentar mexer nela, incluindo transformar o chapéu do Professor Girafales em uma “panqueca”. Além dos personagens citados, também participaram do episódio Chiquinha e Jaiminho.
Série em declínio
A sétima temporada de “Chaves”, exibida entre 1979 e 1980, teve 50 episódios, sendo o primeiro o famoso “Vamos ao Cinema?”, que originou bordões como “Seria melhor ter ido ver o filme do Pelé”. Nesse período, porém, a série já se encontrava em declínio. Um desentendimento entre Roberto Gómez Bolaños e Carlos Villagrán no final de 1978 fez com que toda a temporada não tivesse a presença do icônico personagem – a desculpa usada na série era de que Kiko teria ido morar com uma parente rica. Em seguida, outra baixa sentida foi a de Ramón Valdés, o Seu Madruga. Ele abandonou o seriado para trabalhar ao lado de Villagrán. Sem Kiko e Seu Madruga, Bolaños acabou criando outras situações e cenários, como o restaurante da Dona Florinda. De quebra, Maria Antonieta de las Nieves, a Chiquinha, acabou acumulando um outro papel: a de Dona Neves, sua própria bisavó, criada para evitar que Chiquinha ficasse morando sozinha após seu pai “viajar para encontrar um emprego e só voltar quando estivesse rico”.
Ironicamente, os episódios que antecederam esse último acabaram tendo um ar de despedida muito mais convincente. Trata-se das quatro partes de “Os Hóspedes do Sr. Barriga”, um especial natalino no qual os personagens passam juntos as festas de final de ano. Outras passagens do seriado, como a visita a Acapulco e o “Festival da Boa Vizinhança” também cumpririam bem esse papel. O fato de “Chaves” ter sido transmitido no Brasil de maneira aleatória (e infinita) também acabou diminuindo o impacto e a melancolia desse último episódio, fazendo com que ele ficasse “camuflado” entre os demais da série. A partir de agora, porém, quando você estiver assistindo a alguma reprise e se deparar com esse capítulo derradeiro já poderá ter certeza de que “Chaves”, da forma com a qual foi concebido – com episódios independentes de outros programas -, acabou ali para tristeza de muitos que até então era só alegria e risadas.
Uma escolinha do professor Girafales
O primeiro dia de aula é aquele em que os pais acompanham os filhos até a escola e foi gravado no dia 29 de setembro de 1975. Após um bate-boca épico com a Dona Florinda, Seu Madruga – que, atrevido, diz que o Kiko seria reprovado numa escola para retardados mentais – foge e se esconde na escola do Professor Girafales, alegando muita vontade de voltar a estudar.
Seu Madruga tentará intimidar as crianças para não ser incomodado, mas ele só conseguirá distraí-las (ou melhor, prender a atenção delas de fato) quando o Professor Girafales precisar se ausentar da sala de aula por alguns minutos eis que ele toma o seu lugar por ser adulto entre as crianças e o momento deste quadro se torna marcante porque nunca, na história da humanidade, houve uma aula tão envolvente e bem ministrada quanto a do Seu Madruga sobre o cuidado que se deve ter ao ver sinais de perigo.
Epilogo
Ninguém tem paciência com ele, mas isso não é bem verdade. Chaves conquistou milhões de fãs em todo o mundo, principalmente na América Latina, e se mantém no ar como um dos programas de maior audiência do SBT desde 1984, quando teve seu primeiro episódio exibido no Brasil no programa do Bozo. Nesse mês o SBT optou por retirar a série da programação diária da emissora. – Dá zero pra eles!
O texto original analisa até os personagens secundários, mas hoje vamos nos restringir aos mais expressivos para a trama. Veja:
Chaves: O menino seria a representação da gula, por ser insaciável e amar os sanduíches de presunto. É um menino pobre, ingenuo que tem pretenções de possuir o que nunca tem. Uma criança criada pelo próprio criador que foi moldado em sua infância.
Senhor Barriga: representa a ganância, pois somente alguém muito ganancioso cobraria os 14 meses de aluguel todos os dias; apesar de seus apelos intermináveis, de coração bom, acaba sempre perdoando no momento, mas no próximo episódio ele voltará com as mesmas cobranças.
Kiko ou (Quico): o personagem estaria ligado à inveja, uma vez que para ele os brinquedos alheios sempre são os mais interessantes; desmiolado e robotizado por suas bochechas, ele representa a criança que vive em cada um de nós.
Seu Madruga: esse seria é a preguiça e o cara folgado. Isso porque ele sempre acha uma desculpa para se livrar dos empregos que consegue e não pagar o aluguel; na trama é viúva e cria a filha de forma que só Deus sabe como.
Professor Girafales e Dona Florinda: os dois seriam, literalmente, a representação da luxúria. Isso porque os amantes demonstram desejos incontroláveis, apesar de jamais passarem da famosa xícara de café e dos buquês; como professor passa seus apuros tentando ensinar o inexplicável. Inclusive, a mania do professor Girafales de fumar seu charuto a todo momento representa um hábito ligado ao pós-sexo. Como não há relações com a namorada, só resta a ele fumar para sempre; enquanto dona Florinda como mãe, só vê o que deseja ver, um filho perfeito e que merece respeito de todos, principalmente do seu Madruga. Coitado!
Chiquinha: a personagem seria a representação da ira e da ganância. Isso porque, apesar dos seus esforços, ela não consegue se expressar da maneira que gostaria. Logo, ela tem como recursos o choro e a maldade que faz com seus amigos; está sempre aprontando uma maldade com alguém.
Dona Clotilde: não parece, mas essa seria a vaidade. Ela mora no 71 (7+ 1 é 8, o infinito) e tem como companhia um cachorro chamado “Satanás”, que ora é um cachorro, ora é um gato. Isso, aliás, seria uma alusão às possibilidades de transformação do demônio oculto em cada ser humano. Dona Clotilde sonha em um dia poder casar com Seu Madruga, sua grande paixão na trama.
Jaiminho, o carteiro: esse seria o único personagem representando do mundo dos que trabalham para viver. Segundo o texto, Jaiminho se trata de um médium e suas cartas seriam, na verdade, psicografias. Ele vive cansado e isso seria a prova de seu esforço ao vagar entre os planos terrenos e espirituais. Assim, sua amada Tangamandápio, se torna uma representação da própria Terra.
Fonte: Antes de ler, lembre-se que esse texto não representa uma versão oficial da história da série Chaves, é apenas um resumo encontrado nas páginas da internet (não oficial) divulgada por vários canais, blogs e sites. Apesar disso, é muito interessante e vale a leitura. É a nossa forma de desejar a todos um Feliz Natal, Boas Festas e um Feliz Ano Novo. Continuem conosco no próximo ano, bem informados afinal nada existe por acaso! E obrigado a aqueles que nos elegeram o melhor portal de notícias de 2017. A todos o nosso profundo agradecimento.
Pesquisa na Internet e fotos reprodução TV Jornal da Cidade – Especial de Natal
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