O caso da estudante Vitória Gabrielly Guimarães Vaz, 12 anos, encontrada morta depois de ficar oito dias desaparecida, passou a seguir uma nova linha de investigação no domingo 17/6.
O advogado da família, Roberto Guastelli, diz que a polícia passou a suspeitar que ela possa ter sido alvo de vingança de alguém próximo dos próprios parentes da menina. Vitória foi enterrada na manhã de domingo em Araçariguama (53 km de São Paulo), em cerimônia acompanhada por cerca de 1.500 pessoas e sob forte comoção, principalmente dos pais da menina.
Segundo Guastelli, que esteve no começo da tarde de sábado 16/6 com a delegada responsável pelas investigações do caso, Bruna Madureira, a hipótese de vingança cometida por alguém ligado à vítima passou a ser considerada de imediato.
“Novas imagens chegaram, a polícia já investiga outros suspeitos e outras linhas da investigação estão sendo apuradas”, afirmou Guastelli. O advogado da família afirmou também que a delegada passou a ele informações do IML (Instituto Médico Legal).
“Ela [Vitória] foi asfixiada, encontrada no chão, de bruços, com braços e pernas amarrados, marcas nos braços e uma das meias na boca. Para fazer tudo isso, trabalhamos com a hipótese de terem sido duas pessoas que estavam com ela, porque a Vitória foi segurada e levada ao local”, disse Guastelli.
O laudo só ficará pronto em 30 dias, mas ele adiantou que está atestado que o corpo estava por sete ou oito dias no local onde foi encontrado no sábado por um catador de latinhas e seu cachorro.
“Por isso, praticamente descartamos a hipótese de que Vitória tenha saído de Araçariguama e ido para Mairinque, como consta em um dos depoimentos dado por suspeito.”
A Justiça decretou a prisão do pedreiro Júlio César Lima Ergesse, 24 anos, que deu versões desencontradas à polícia. Um casal foi ouvido e liberado por falta de provas.
O caso
Vitória Gabrielly Guimarães Vaz saiu de casa para ir a um ginásio de esportes andar de patins com uma amiga da escola, que acabou desistindo do passeio. Imagens de câmera de segurança captaram o momento em que ela parou na esquina da escola onde estudava, que fica no caminho para o ginásio.
Segundo a polícia, testemunhas contaram que a menina foi abordada por um homem que estava em um carro preto, assim que chegou ao ginásio. Entretanto, elas não viram se Vitória entrou no veículo. O carro descrito pelas testemunhas também foi apreendido e passou por perícia, mas nada foi achado nele. O dono do veículo também foi ouvido e liberado.
Familiares
Vestindo uma camiseta com a foto da filha, Rosana relatou que passou as orientações para a menina Vitória em um domingo, depois que saíram da igreja. Na conversa, a garota ainda ouviu da mãe orientações de como agir caso fosse abordada por um desconhecido. “Você vai em um lugar público, tenta ligar pra mamãe, nem que seja a cobrar. Filha, cuidado na hora se te abordarem, se (alguém) te chamar na porta de um carro, você não vai. Se tentarem te pegar, você corre, você grita. Mas se ainda te pegarem, filha, você clama a Deus, que Deus vai cuidar de você. Você pede ajuda de policiais, falei tudo isso pra ela. Sem nem saber o que estava pra acontecer”.
Vitória Gabrielly foi vista pela última vez andando de patins na Rua Espírito Santo. Câmeras de segurança registraram ela passando pela via. Segundo a PM, a menina estava com a mesma roupa que vestia no dia do desaparecimento. O corpo foi localizado em uma trilha, ao lado dos patins, a cerca de 15 metros de distância do trecho onde passam veículos. O delegado disse que a menina pode ter sido levada por engano, mas não explicou o motivo. A Justiça também determinou que a investigação siga sob sigilo.
No entanto advogado da família, Roberto Guastelli, disse que a polícia passou a suspeitar que ela possa ter sido alvo de vingança de alguém muito próximo, talvez dos próprios parentes da menina. Mas ele ressalta que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) deve comprovar ou não a suspeita. Vitória foi enterrada na manhã de domingo em Araçariguama – São Paulo, em cerimônia acompanhada por cerca de 1.500 pessoas segundo estimativa da PM e sob forte comoção que abalou todo o país.
Fonte: Jéssica Lima – Folha de São Paulo – TVJC / Foto: Reprodução Internet
DEIXE SEU COMENTÁRIO | Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site.