Uma denúncia anônima levou a Polícia Civil investigar uma quadrilha especializada em adulteração de cerveja na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O grupo pegava garrafas de marcas da bebida que têm preços mais baixos no mercado, trocavam os rótulos e as tampas por materiais falsificados com emblemas de outras marcas famosas e mais tradicionais. Em média, o ganho por engradado, segundo as investigações, eram de R$ 80,00.
A média era de aproximadamente mil engradados distribuídos por semana. A estimativa é que o grupo faturava cerca de R$ 100 mil no mesmo período.
Policiais do 5º distrito da Polícia Civil de Contagem/MG iniciaram a investigação para checar uma denúncia de uma quadrilha especializada em adulteração das garrafas de cerveja. Diante dos dados repassados, equipes ficaram de prontidão nas proximidades das Fazenda Santa Rita, no Bairro Liberdade, e flagraram a ação do grupo. “Fizeram campana para ver a movimentação. Era uma fazenda, um lugar realmente afastado. Chamou a atenção dos policiais aquela movimentação de carretas, empilhadeiras, e grandes volumes de engradados de cerveja que foram avistados”, afirma o delegado Christiano Augusto Xavier Ferreira .
Diante das evidências, os policiais seguiram até o local e encontraram com nove funcionários trabalhando na fábrica clandestina. Sete pessoas foram presas e outros dois conseguiram fugir.
De acordo ainda com o delegado, os criminosos agiam da seguinte forma. Eles adquiriam engradados de cerveja de uma marca de menor valor de mercado, que custavam em média R$ 36,00. Em seguida, trocavam a tampa e os rótulos por outros falsificados por marcas mais caras, cujo engradado custa em média R$ 100 a R$ 120. “A função era distribuída em três etapas. Primeiro chegavam com o carregamento, que seria dois por semana, aproximadamente mil engradados por semana eram adulterados e distribuídos na região de Contagem. Quando chegava o carregamento, levava as garrafas e retirava os rótulos, depois retirava a tampa e colocavam outra, de marcas diferentes”, explicou Christiano Xavier. As investigações apontaram que o líquido não era adulterado, somente as tampas e os rótulos.
Na fazenda, foi apreendido todo maquinário utilizado na falsificação e na adulteração das garrafas, mais de mil. Além disso, foram encontrados tecidos, roupas, semijoias e outras máquinas que a polícia investiga se é produto de receptação.
A propriedade
Um homem considerado um dos líderes do bando alugou a fazenda para os crimes. Porém, enganou o proprietário. “A fazenda teria sido locada para produzir cerveja artesanal. Criaram uma boa história para transparecer coisa “honesta”, inclusive para o proprietário da fazenda, aquela situação seria lícita”, disse o delegado Pedro Vieira. Os trabalhadores flagrados fazendo a falsificação das bebidas confirmaram que foram contratados para o serviço e que aceitaram porque estavam precisando do dinheiro.
Segundo as investigações da Polícia Civil, eles vivam em situação degradante e ganhavam pouco pelo serviço escravo que realizavam. “Essas pessoas dormiam na fazenda durante a semana em condições bastante precárias. Não tinha geladeira, cozinha, viviam com pão e café. Todos os dias trabalhavam exaustivamente para ganhar um valor irrisório”, comenta o delegado Christiano Xavier. Os funcionários que limpavam a garrafa e retirava as tampas ganhavam um real. Já os que rotulavam recebiam dois reais. Os valores eram pagos pela venda dos engradados.
Fonte: DR/JH com informações de João Henrique do Vale
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