O acusado de ter matado um casal em Bauru/SP, no mês de abril do ano passado, Alexander Ferreira da Siva, de 39 anos, foi preso nessa terça-feira, pela Polícia Civil. O homem estava no sítio de sua família, localizado em Munhoz, bem próximo a Pouso Alegre, em Minas Gerais.
Titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), Cledson Nascimento conta que, logo depois da morte de Josué Alves de Souza, de 47, e Rafaela Cristina Urbano dos Santos, de 21, no dia 28 de abril de 2017, o irmão de Alexander, Alex Ferreira da Silva, desapareceu.
Segundo o delegado, tanto os irmãos quanto Josué viviam no já extinto acampamento “Morada da Lua”, na região do Jardim Mary, em Bauru. “O casal que foi assassinado estaria cometendo pequenos furtos dentro do acampamento e Josué teria ameaçado um dos irmãos, que aproveitaram o corretivo do ‘Tribunal do Crime’ para matá-lo”, explica.
De acordo com Cledson, a organização criminosa ligada ao tráfico de drogas não consentiu com o duplo homicídio e determinou o cárcere privado, o julgamento, além da morte de Alex. “Possivelmente, ele ficou ‘preso’ três dias na região do Fortunato Rocha Lima e, em 2 de maio, poucos dias após o crime, Alex foi morto”, detalha o delegado.
Entretanto, as investigações dão conta de que Alexander conseguiu fugir do “Tribunal do Crime” e da própria polícia, que o procurava desde então. “O casal foi agredido por aproximadamente dez pessoas, mas tudo indica que os irmãos, que integravam o grupo, teriam sido os seus executores”, acrescenta. Inclusive, a Polícia Civil ainda investiga a identidade dos agressores do casal e dos assassinos de Alex.
Os agressores poderão responder até por homicídio ou lesão corporal seguida de morte. Outro detalhe é que a namorada de Josué morreu após alguns dias do ataque, mas em decorrência do mesmo. Já os assassinos de Alex serão indiciados por cárcere privado e homicídio. Alexander, acusado de duplo homicídio, seria encaminhado até a Cadeia Pública de Avaí.
Segundo informações junto à liderança do Movimento Social de Luta dos Trabalhadores (MSLT), o acampamento Morada da Lua já não existe mais, uma vez que o espaço foi reintegrado. A maioria das famílias passou a viver no assentamento Nova Canaã, na região do Jardim Marabá e Jardim Mary. Além disso, a liderança alega desconhecer que havia um “Tribunal do Crime” dentro do acampamento e que Alexander tenha sido morador do local.
O CASO
Josué Alves de Souza teria sido apedrejado até a morte e a sua companheira, Rafaela Cristina Urbano dos Santos, teria sido socorrida em estado grave com ferimentos na cabeça, mas morreu alguns dias após o crime.
Instaurado inquérito para apurar o caso e chegar aos possíveis autores. As primeiras informações divulgadas pela Polícia Civil deram conta de que o crime poderia ter ocorrido por vingança ou acerto de contas com o tráfico de drogas. O homicídio foi registrado na madrugada do dia 28 de abril de 2017. O casal foi encontrado, por volta das 13:30hs, por um grupo de pessoas que passavam de carro pelas imediações em uma estrada de terra nas proximidades do Centro de Meteorologia de Bauru (IPMet).
Segundo o boletim de ocorrência da PM, o grupo teria parado o carro após ver uma mulher agonizando em meio a roupas espalhadas na lateral da estrada. Ao se aproximarem, eles notaram caído, em um morro de terra atrás da mulher, o corpo de um homem com a face desfigurada.
A Polícia Militar e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionados em seguida. A jovem foi levada para o Pronto-Socorro Central (PSC) e a cena do crime preservada pela perícia técnica. No local foi encontrado um bloco de concreto ensanguentado. Na época, tudo indicava que o crime teria ocorrido no mesmo local onde as vítimas foram encontradas.
Fonte: JCNet
DEIXE SEU COMENTÁRIO | Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site.