D. Josefina era uma senhora quase cega, muito estimada nos arredores de Pedro Leopoldo, e tinha uma verdadeira adoração pelo Chico. Seu desejo maior era o de que seu conterrâneo, um dia, jantasse com ela.
Tanto pediu, que o filho de D. Maria João de Deus a atendeu. Foi marcado o dia e o Chico compareceu. A mesa estava posta.
Numa ponta, sentou-se o convidado de honra, na outra, sua admiradora e, nos lados, duas amigas, conhecidas de ambos. Por ser pobre, D. Josefina apenas fez uma sopa substanciosa.
No prato fundo, diante de cada convidado, achava-se a sopa, contendo ingredientes apetitosos.
O Médium, emocionado com o tratamento afetuoso, devagar, dando atenção à palavra da dona da casa, foi tomando a sopa, quando de repente, dá com uma barata preta no meio do prato…
Afasta-a para o lado, no momento em que D. Josefina lhe pergunta:
- Então, Chico, está gostando da minha sopa ? Olhe que a fiz com cuidado e carinho em sua homenagem.
Está ótima minha irmã. Sou-lhe grato pela sua bondade. Não mereço tanto, respondeu-lhe o Médium, e, para que ninguém observasse seu achado, foi conversando e tomando a sopa …
D. Josefina ria de contente.
O humilde homenageado sentia-se contrafeito. Mas, diante da alegria da irmã querida, que se sentia tão honrada com sua presença, esqueceu-se da barata e começou a conversar, animadamente, contar casos e a comer.
No fim, quando todos acabaram, olhou para o prato: estava vazio. Havia tomado a sopa e a barata também … Mas concorrera para alegrar o coração de uma velha e sincera admiradora.
Valeu o sacrifício … Assim era o Chico. Um homem que amava a Deus acima de tudo e ao próximo mais que a si mesmo.
Direto da Redação – (Do livro: Lindos casos de Chico Xavier – Ramiro Gama)
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