A liturgia hoje, nos convida a contemplar o mistério da comunhão dos santos. Os que viveram antes de nós, redimidos por Cristo, formam uma unidade: são o corpo glorificado de Cristo; a Igreja dos bem-aventurados! A santidade é o rosto mais belo da Igreja. Deus é a fonte da santidade. Celebrar a memória de Todos os Santos é olhar para nossa caminhada eclesial. É identificar e reafirmar as opções que nos comprometem com o Reino de Deus. Como nossa resposta à iniciativa divina, acolhamos este dom do amor de Deus.
Na comunhão com Deus e com a Igreja, reunimos-nos também para fortalecer nosso compromisso com a vida. No Senhor, que enxuga nossas lágrimas, depositamos nossa esperança. Recordemos neste dia que nosso destino é a glória eterna, fruto de uma existência terrena marcada pela misericórdia. A liturgia nos revela que o critério do julgamento final será o amor. Portanto neste mês de novembro nossa intenção do Programa Palavra de Fé será por quem perdeu um filho: Rezemos principalmente para que todos os pais e mães que choram a morte de um filho ou uma filha encontrem apoio na comunidade e obtenham do Espírito Consolador a paz do coração.
Os santos e santas são pessoas que escutaram o chamado de Deus e se colocaram a serviço do Reino. Testemunharam o Senhor com suas vidas. Por isso, celebra-se neste dia algo muito mais profundo: a comunhão dos santos, a qual fazemos referência toda vez que rezamos o Credo. E nesta unidade e misteriosa comunhão que devemos nos espelhar por serem eles bons intercessores e modelos a seguir.
Deus, é santo e fonte de toda santidade e todo o batizado é chamado a mergulhar nesta fonte: “Sede Santos, como o vosso Pai é Santo” (Mt 5,48), pois o Batismo nos comunica esta graça. A santidade é um dom do amor de Deus. Em outras palavras, somos chamados a fazer as opções que nos comprometem com o Reino de Deus, pois delas depende nossa felicidade. A morte e ressurreição de Jesus, celebradas na Eucaristia, e a memória de nossos mártires, nos fortalecem no enfrentamento da grande tribulação, a fim de que possamos permanecer de pé diante do Cordeiro: “Esses são os que vieram da grande tribulação. Lavaram e alvejaram as suas roupas no sangue do Cordeiro”.
Assim, cada um de nós traz dentro de si essa parcela de santidade como nos lembra a leitura do livro do Apocalipse (7 – 9, 14). Todos os santos são marcados com um sinal de Deus, porém, o que ocorre é que muitas vezes deixamos sobressair em nós aquele lado que não condiz com a santidade, o lado das nossas limitações e fraquezas. Principalmente quando colocamos na pauta da vida, nossos próprios interesses e deixamos de ouvir o convite para o servirmos prontamente.
Assim sendo, não podemos nos esquecer que somos consagrados para uma missão. A missão profética de Cristo, a missão de participar do seu reinado e do seu sacerdócio. E essa missão é daqueles 144 mil que ouvimos (12 x 12 x 1000), um número simbólico, que significa grande quantidade. Além disso, o lado de santidade que temos precisa ser exercitado e ampliado, até que todo o nosso ser seja santificado e alcancemos aquilo que muitos de nossos irmãos santos já alcançaram: a vivência definitiva em Deus, por Deus e com Deus.
O Evangelho traz esses procedimentos para a santidade. São indicações dos destinatários à santidade e procedimentos de como fazer para atingi-la. É, na verdade, a promulgação da nova lei. A lei que conduzirá os filhos de Deus à santidade. Antes, porém, é preciso romper com leis opressoras e inverter a ordem das coisas. São, portanto, procedimentos revolucionários. As bem-aventuranças são propostas de felicidade. É preciso um mundo melhor, e esse mundo só será melhor se as pessoas que nele habitam melhorarem.
As bem-aventuranças são recomendações (orientações) que nos ensinam a sermos melhores no mundo rumo à santidade definitiva.
Diante de tudo isso, fica a pergunta: é fácil ser santo? A resposta é não! Não é fácil, mas é possível, diz Jesus.
• As Bem Aventuranças não se limitam a esperanças e consolações futuras, mas representam uma realidade que se refletirá no íntimo de cada um tão logo nos identifiquemos com a humildade, a mansidão, a misericórdia, a brandura, a bondade, e o verdadeiro amor uns pelos outros, etc.
• A verdadeira Bem Aventurança é a integração do Espírito com o Criador. Quem a alcança reflete a Luz e o Amor do Pai Eterno e, pela exemplificação do Amor ao Próximo, terá o seu Tesouro acumulado no Reino dos Céus.
• A Palavra nos ensina que não estamos na Terra para satisfação de nossos desejos, mas para aprender e progredir, para vivermos os exemplos deixados por Jesus que veio ao mundo nos esclarecer que tipo de amor deseja aos seus semelhantes, por isso, mesmo nas circunstâncias mais adversas que se nos apresentam, sejamos gratos, obedientes a palavra, pois somente assim, teremos multiplicadas razões para desfrutar de Paz e Alegria no mundo que desejamos, apanágio constante dos que encontram as Bem-Aventuranças Divinas em seu coração.
E faço minhas as palavras do Padre Antonio Iraildo de Brito: “Quando Jesus declara “Bem aventurados” ele quer dizer Coragem, levantem, caminhem para a frente”. Não somente ele ordena, mas nos pega pela mão e nos ergue. Quer nos ensinar a tomar nossa consciência de nossa pertença ao banquete do céu. Por isso, ninguém tem o direito de nos impedir de levantar e caminhar quantas vezes forem possíveis para retomar o caminho rumo ao querer de Deus. Se muitos de nossos irmãos se encontram encurvados, oprimidos e desanimados é nosso dever animá-los a seguir.
Os bem aventurados constituem um mundo de santos, aqueles que não compactuam com a denominação de uns sobre os outros; que não dão espaço à exploração, à violência, a maldade, a ingratidão desenfreada, tampouco a morte matada. Que somente em nós, sempre mais, o desejo de santidade, para que realizemos neste mundo apenas e tão somente a vontade de Deus!
Direto do Santa Missa em seu Lar
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