Estamos celebrando o 3° Domingo do Advento, também conhecido como o Domingo “Gaudete”, o domingo da Alegria. Nosso coração se rejubila, pois o Senhor está próximo! Devemos preparar bem os caminhos de nossa vida para acolher o Menino Deus que há de nascer. A alegria do cristão tem a sua fonte: Deus está no meio de nós, ama-nos e, apesar de nossas faltas, insiste em caminhar conosco.
A alegria de que tanto estamos falando na liturgia de hoje, é a de saber que o Senhor Jesus está para nascer. Sua vinda inunda nossos corações de alegria e os faz transbordar de amor. Mas e nós, o que devemos fazer para receber o Emanuel? Precisamos preparar o caminho por onde o Senhor vem, questionar os nossos limites, superar o nosso egoísmo e comodismo e operar uma verdadeira transformação da nossa vida no sentido de Deus.
É preciso, meus irmãos, insistir nas atitudes corretas que devem marcar a vida de todos os que querem acolher o Senhor: alegria, bondade, gratidão e oração. Paulo escreve à comunidade de Filipos enquanto estava preso, perseguido por causa do Evangelho. Só então já teria todos os motivos para estar abatido, mas, no entanto, sua carta volta, como um refrão, um convite para a alegria. Por que será que ele insiste tanto na alegria? O motivo não é o sucesso na sua vida, a saúde em perfeito estado, a abundância de bens materiais, a falta de preocupações, mas a certeza de que “o Senhor está próximo”.
Este é o pensamento que deve acompanhar permanentemente o verdadeiro cristão e que deve torná-lo afável, dedicado e generoso para todos. A fé comunica a certeza de que tudo o que acontece não está fora do plano de Deus e que a vida de cada um de nós terá um final feliz se soubermos corresponder a esse amor de Deus, que as vezes tarda, mas não falha.
Esta intimidade com Deus só pode lhe comunicar a paz. Também nós, às vezes, nos sentimos prisioneiros: escravos dos nossos pecados e das condições de vida que enfrentamos, pagamos pesadamente pelas consequências dos erros cometidos, ficamos tristes e imaginamos que nunca mais conseguiremos nos libertar da opressão e dos rumos que a vida nos levou. Talvez nos encontremos em situações das quais não conseguimos nos esquivar e pensamos que fugir é o melhor caminho a seguir. Pode ser que nos sintamos oprimidos por fardos insuportáveis. Ou quem sabe, estejamos sendo vítimas de injustiças e de afrontas, que nos privam da alegria de viver. Paulo nos repete: “Alegrai-vos, porque o Senhor está próximo!”
O Evangelho de hoje sugere três aspectos necessários para nossa transformação: é preciso sair do nosso egoísmo e aprender a partilhar; é preciso quebrar os esquemas de exploração e de imoralidade e proceder com justiça; é preciso renunciar à violência e à prepotência e respeitar a dignidade dos nossos irmãos.
O Evangelho avisa-nos, ainda, que o cristão é “batizado no Espírito”, recebe de Deus vida nova e tem de viver a altura dessa dignidade. O batismo de João é, apenas, uma proposta de conversão; mas o batismo de Jesus consiste em receber a vida de Deus que atua no coração do homem; transforma o homem velho em homem novo; faz do homem egoísta e fechado em si um homem novo, capaz de partilhar a vida e amar como Jesus amou.
Tais palavras, leva-nos a refletir: O que devemos fazer? Os bens que temos à nossa disposição são sempre um dom de Deus, mas muitas vezes não somos capazes de partilhar com alegria os frutos dados pelo Senhor. Como consequência, temos as desigualdades chocantes, a indiferença que nos leva a fechar o coração aos gritos de quem vive abaixo do limiar da dignidade humana, o egoísmo que nos impede de partilhar com quem nada tem. A proximidade com o Senhor nos faz usar de forma madura os bens que dele recebemos para a justiça e a fraternidade. Celebrar o Natal com verdadeira alegria é promover gestos de partilha, inclusão e solidariedade. O que será que falta ao homem para ser de fato feliz?
Direto do Santa Missa em Seu Lar
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