Na Liturgia de hoje temos a imagem do casamento. Ele exprime de forma privilegiada a relação de amor que Deus estabeleceu com o seu Povo.
Nosso egoísmo e afastamento não quebram o amor de Deus. Ele sempre nos espera de volta e estar de volta é muito importante. Esse amor gera vida nova, alegria, festa e felicidade como aconteceu com as bodas de Caná. Viver a relação com o Deus implica também dar testemunho, sermos profetas do amor e amar nossos semelhantes sem ódio ou rancor fazendo tudo que o Senhor nos mandar. Para entender a Palavra de Fé deste domingo, É essencial que na comunidade cristã se manifeste o amor que une as pessoas num grande evento, para além das diversidades de membros e de carismas. Todos nós somos graça de Deus se manifestando na Igreja de alguma forma para o bem do povo tendo Maria como nossa intercessora.
No Evangelho, João narra as Bodas de Caná da Galileia. Alí Jesus transforma água em vinho. Com este sinal Jesus nos mostra um novo relacionamento com Deus pela alegria, amor e festa. O cenário do casamento reflete o contexto da “aliança” entre Israel e o seu Deus, tudo é uma simbologia. Em certo momento falta o vinho, símbolo do amor entre o esposo e a esposa, da alegria e da festa. Constata-se que a antiga “aliança” tornou-se uma relação desgastada, que já não proporciona o encontro amoroso entre Israel e o seu Deus. As Bodas de Caná – sem vinho – representam a situação do povo: desiludido e insatisfeito.
O amor foi substituído pela observância cega da Lei. As Bodas de Caná – com vinho – revelam a vida nova que Jesus veio trazer pela vivência da justiça, da fraternidade, do amor e da paz. Maria aponta para Aquele que é capaz de realizar a mudança necessária: “Fazei o que Ele vos disser”. Jesus faz a passagem do Antigo para o Novo. Sua missão não será preservar as instituições antigas, mas realizar uma profunda transformação.
Somos convidados a participar das Bodas e a viver as alegrias da nova aliança, o amor do Pai em nossa vida de família e comunidade. Jesus nos revela Deus como um Pai bondoso e terno, que fica feliz quando pode amar os seus filhos. É esse o “vinho” que Ele veio trazer para alegrar a “aliança”. Podemos pensar: a nossa fé é um encontro com Jesus, que nos dá o vinho do amor? Fomos todos convidados. Aceitemos o convite e façamos tudo o que Ele nos disser.
No segundo domingo do Tempo Comum, a Igreja oferece-nos um texto do evangelho de João. Situado no capítulo dois este texto apresenta-nos uma realidade muito bonita e também tem um grande sentido simbólico e espiritual: uma boda.
Jesus é convidado para participar dessa festa junto com seus discípulos e discípulas e também aparece uma presença muito importante que o acompanha, é Maria. Situado depois da passagem de Jesus pelo deserto, do encontro com o Batista e seus primeiros discípulos, o evangelista apresenta-nos uma festa de casamento em Caná de Galileia. Caná é uma aldeia muito simples, situada a poucos quilômetros e rodeada de pequenas colinas cobertas de oliveiras.
Para os discípulos de Jesus, participar de uma festa de casamento com seu Mestre era sem dúvida uma situação muito diferente daquela que eles estavam acostumados. Possivelmente para eles não era muito fácil pensar num Messias tão próximo que celebra, junto com eles e todo o povo, suas alegrias como vemos neste relato de uma festa de Nupcias.
Desta maneira, o evangelista, desde o início da vida pública de Jesus, mostra o essencial que Ele veio nos revelar. Uma nova imagem de Deus. Não é um Deus preso à lei dos fariseus, pelo contrário, o Deus que Jesus revela é um Deus que celebra a vida, que partilha com o povo porque está a seu lado, nas alegrias, nas dores, nos diferentes momentos de sua vida.
Entra em cena Maria, trazendo no meio da festa a necessidade dos noivos: “Eles não têm mais vinho!”. Se olharmos ao nosso redor, nosso país, nosso mundo podemos perguntar-nos quais são as necessidades que neste momento Maria está sinalizando: “Há crianças que morrem de fome”, “Existem vítimas do tráfico humano”, “Eles não têm moradia digna”, “Eles não encontram sentido para sua vida”…Cada um/a de nós pode se sensibilizar e solidarizar com Maria olhando para a realidade na qual vivemos, e como apresentá-la a Jesus. Que diríamos para Ele?
Maria confia no seu Filho. Ela simboliza todos aqueles que, em Israel, esperam a realização das promessas messiânicas. Representa aqueles que, conscientes da realidade aguardam algo novo. Eles não se conformam porque esperam algo mais! Aparece uma característica nova de Jesus. Ele se deixa tocar e comover pelo sofrimento dos outros, era uma festa, sinal de alegria para todos.
Ele se apresenta como um Deus sensível e próximo. Jesus não age sozinho, precisa da comunidade para fazer acontecer o novo, e se mostra obediente aos apelos da Mãe: “Jesus disse aos que serviam: «Encham de água esses potes»”.
Os potes de pedra, de barro, não importa, serviam para a purificação dos judeus, segundo a sua tradição. O evangelista disse que eram seis, representando neles o Antigo Testamento, a Antiga Aliança. Mas eles já nos servem mais, ao transformar a água em vinho, Jesus inaugura um tempo novo, uma nova festa caracterizada pela generosidade e gratuidade de Deus que a faz possível.
Direto do Santa Missa em Seu Lar
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