“Não sejas incrédulo, mas fiel”, disse Jesus a Tomé.
Jesus veio nos trazer a paz, veio nos dar o Seu Espírito Santo, faz-se presente na Eucaristia para alimentar a nossa fé, porém, nós muitas vezes assim como Tomé, só acreditamos quando tocamos nas feridas de Jesus por meio do sofrimento e da dor de outros irmãos.
É preciso entender que Jesus se faz presente em todos os lugares. As portas fechadas não podem impedir que ele esteja no meio dos que nele acreditam. Ele está em todas as partes, sempre ao nosso lado. Incansavelmente!
Até hoje é assim. Quando estamos reunidos, mesmo com todas as portas fechadas, Jesus continua no meio de nós. E até hoje, a primeira palavra de Jesus é e será sempre: “A paz esteja com vocês!” Ele mostrou os sinais da paixão nas mãos e no lado. O ressuscitado é o crucificado. O Jesus que está conosco não é um Jesus glorioso que não tem mais nada em comum com nossa vida. Mas é o mesmo Jesus que viveu nesta terra, e traz as marcas da sua paixão.
As marcas da paixão estão hoje no sofrimento do povo, na fome, nas marcas de tortura, de injustiça e ingratidão. É nas pessoas que reagem, lutam pela vida e não se deixam abater que Jesus ressuscita e se faz presente no meio de nós.
A propósito, chamamos a atenção para mais um detalhe que não pode passar despercebido neste programa de hoje: diz o evangelista que Tomé era chamado Dídimo, cujo significado é gêmeo. No entanto, o evangelista não apresenta o irmão gêmeo de Tomé, mas deixa-o no anonimato, e os personagens anônimos do Quarto Evangelho têm a função de paradigmas para a comunidade e os leitores. Isso significa um convite aos leitores e discípulos de todos os tempos a tomarem Tomé como irmão gêmeo: questionador, corajoso, atento, perspicaz e convicto.
Muitas ocasiões o importante é ser prudente e saber esperar, principalmente nos tempos atuais, A bem-aventurança proclamada por Jesus: “Bem-aventurados os que creram sem terem visto”, reflete a preocupação do evangelista com as novas gerações de discípulos de nossa época que são chamados e abandonam o barco. Os novos cristãos geralmente são muito questionadores e chegam a duvidar do anúncio, exigindo provas concretas da ressurreição.
Por isso, o evangelista quis em sua época responder a essa realidade, mostrando que não há necessidade de visões e aparições; basta integrar-se verdadeiramente revestido de fé para experimentar a presença do Ressuscitado. A Igreja reunida é o lugar por excelência de manifestação do Ressuscitado. Não importa o tempo e o lugar da adesão à fé; o que importa é acolher a paz que o Ressuscitado oferece e viver animado pelo Espírito que ele transmite, acreditando que ele esta em toda parte. Jesus realizou muitos sinais diante dos seus discípulos, que não estão escritos no santo livro. Mas estes que foram escritos são para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome”.
A vivência que fazemos após a homilia é um acréscimo posterior para responder a outras necessidades: o resgate da imagem de Simão Pedro, questionada devido à negação e outras incoerências apresentadas; e também para mostrar que sempre há a possibilidade de reabilitação e admissão quando o coração amargurado está aberto ao perdão, não obstante deixemos doravante de lado os momentos de infidelidade, de ingratidão e incoerência, perseverando sempre e acreditando na presença do Cristo entre nós.
O Senhor Ressuscitado insiste incansavelmente em recuperar os que estão cansados e oprimidos, para virem também a ele sempre. Que sejamos complacentes como Jesus e Misericordioso como nosso Pai Celestial é. Amém?
Direto da Redação do Programa Palavra de Fé
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