O tema de hoje é o matrimônio, porém não sob o ângulo da casuística, mas sob o ângulo da vontade de Deus. O encontro “catequético” se desenvolve em forma de diálogo. O plano de Deus sob o matrimônio se situa no amor, em uma relação de reciprocidade, de complementaridade do homem e da mulher que se transforma em unidade de vida (“uma só carne”) quando um homem e uma mulher optam um pelo outro, Deus se faz presente e sonda seu coração.
O mês de outubro é tradicionalmente celebrado pela IVCM como mês missionário. Embora nos outros meses do ano também se fale de missão, este é um mês de campanha missionária, ou seja, período em que se intensificam as iniciativas de animação e orações em prol das missões em todo o mundo.
A liturgia deste domingo reflete sobre a família e o matrimônio cristão. Celebramos o Deus da aliança e o dom da união matrimonial dos casais que procuram viver missionariamente. O tema, portanto, é o matrimônio sob a vontade de Deus desde o namoro. Jesus veio fazer presente em nosso meio, o Reino de Deus. O Sacramento do Matrimônio: tem necessidade que seja entendido que Deus concebeu desde o início da criação do mundo.
É Preciso cada um de nós entender o sentido do matrimônio, vejamos: Preocupado com a felicidade de Adão, Deus lhe procura uma companheira, e a cria a partir de sua “costela”. Isto significa a complementação do homem e da mulher, que se transforma numa unidade de vida, numa única carne. Quando o homem se casa com uma mulher, deixa sua família e a segurança da casa dos pais para dar início a uma nova família. Assumindo um compromisso perante Deus e a comunidade em que vive. A Sagrada Escritura coloca o matrimônio não como um contrato que pode ser dissolvido a qualquer momento pelo divórcio, pela separação de ambos. Ao contrário, o matrimônio é uma comunhão de amor e de vida entre o homem e a mulher, com vínculos indissolúveis, para toda a vida, tendo por fim a edificação de uma família com a concepção de filhos que enriqueça o lar. O que Deus uniu que o homem não separe é uma das regras.
No livro do Gênesis o Senhor Deus disse: “Não é bom que o homem esteja só”. Por isso a realização plena do homem acontece na relação a dois e não na solidão. O homem que vive fechado em si próprio, no seu egoísmo e autossuficiência, recusa o diálogo e a comunhão e tem o coração fechado ao amor e à partilha, é um homem infeliz. Paulo assegura que é melhor ao homem ser solteiro, porém se vive se abrasando é melhor que se case. A Palavra de Deus é assertiva e direta: a vocação do homem é também o amor a dois. A solidão, mesmo quando compensada pela abundância de bens materiais ou amigos, é um caminho de infelicidade.
Deus não diz nada sobre “namoro” na Bíblia, mas fala muito sobre relacionamento e como as pessoas devem se comportar antes do casamento. A Bíblia também não fala nada sobre namoro por uma razão muito simples: o “namoro” é um conceito muito recente e não existia na forma como conhecemos hoje. Não fala sobre namoro conforme o modelo dos nossos dias, mas fala a respeito de um período antes do casamento em que os dois (homem e mulher) se comprometiam a esperar um pelo outro. Um exemplo disso é o caso de José e Maria. Portanto, Se sua vida espiritual e a comunhão com Deus são suas prioridades, certamente, você vai zelar por tudo que pode afetá-las de alguma forma, e isto inclui sua vida amorosa sem atrapalhar sua vida religiosa.
O amor entre homem e mulher aparece como algo que está, desde sempre, inscrito no projeto de Deus e que é querido por Deus. Ele criou o homem e a mulher para se ajudarem mutuamente e para partilharem, no amor, as suas vidas. É no amor e não na solidão que o homem encontra a sua realização plena e o sentido para a sua existência.
Assim, homem e mulher são iguais em dignidade. Eles são “da mesma carne”, em igualdade de ser, participantes do mesmo destino; completam-se um ao outro e ajudam-se mutuamente a atingir a realização. Esta realidade exige que homem e mulher se respeitem absolutamente e construam juntos em lar de harmonia e prosperidade e exclui qualquer atitude de dominação, escravidão, possessismo, prepotência e uso egoísta um do outro.
O Evangelho nos mostra dois grandes momentos. O primeiro momento é a fidelidade do ser humano a Deus. Ser fiel é condição primeira para ser discípulo, para o servir plenamente, para responder ao seu chamado vocacional. Fidelidade que se manifesta nas pequenas e nas grandes coisas e obras que constroem o Reino de Deus entre nós.
O segundo momento é muito nítido: a fidelidade matrimonial como uma expressão de fidelidade ao Senhor Deus. Em tempos em que as pessoas experimentam o verbo “ficar”, sem nenhum compromisso de vida a dois, de cumplicidade para solidificar a Igreja doméstica, é necessário anunciar a verdade sempre nova e sempre atual: o matrimônio cristão e católico, querido por Cristo e por Ele instituído, foi elevado à condição de Sacramento. O matrimônio entre o homem e a mulher, tem por finalidade a comunhão de amor e de vida. O relacionamento abençoado entre um homem e uma mulher é o lugar próprio para se exercer a renúncia a si mesmo e aos próprios interesses. Por isso, é necessário refletir algumas realidades: O que é ser fiel?
A fidelidade meus irmãos e minhas irmãs, começa com o nosso Batismo que é exteriorizada por uma autêntica vida de fé. É possível um divórcio para os católicos? Evidentemente que Não.
É da essência do casamento católico a constituição de uma união indissolúvel, constituindo-se comunidade de vida e de amor. O divórcio no tempo de Jesus era uma questão recorrente. Herodes vivia em adultério com a sua cunhada Herodíades. Jesus não entrou diretamente nessa questão. Entretanto, falou de Moisés e reafirma que é indissolúvel o matrimônio recordando que “desde o começo da criação Deus os fez homem e mulher”.
Portanto, filhos e filhas como povo escolhido de Deus, santo e amado, em Colossenses 3: 12 a 15 encontramos: “revistam-se de profunda compaixão, bondade, humildade, mansidão e paciência. Suportem-se uns aos outros e perdoem as queixas que tiverem uns contra os outros. Perdoem como o Senhor lhes perdoou. Acima de tudo, porém, revistam-se do amor, que é o elo perfeito. Que a paz de Cristo seja o juiz em seu coração, visto que vocês foram chamados para viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos sempre.
Marcos segue apresentando à sua comunidade diferentes ensinamentos catequéticos. Aos poucos, a catequese mostra aos que iniciam o caminho da fé quem é Jesus e o que significa comprometer-se com ele.
Jesus veio para fazer possível o sonho de Deus referente ao amor humano. Em outra passagem evangélica, vemos como ele mesmo se coloca no meio da festa de bodas de Canã para cuidar que o vinho do amor não se acabe, oferecendo-se ele mesmo como a fonte do Amor (Jo 2,1-12).
Na atualidade, o casamento pode ser definido como sendo a relação jurídica constituída pela união estável e formal entre um homem e uma mulher, que estabelecem entre si o compromisso de mutuamente, ampararem-se e satisfazerem, formando, assim, uma nova família. Visto como uma ação, contrato, formalidade ou cerimônia que deve ser realizado para estabelecer uma união conjugal, em que os envolvidos têm como propósito a vida em conjunto. Essa vida comum envolve o compartilhamento de interesses, atividades e responsabilidades entre as partes envolvidas e a educação dos filhos.
Quantas vezes temos escutado o ditado popular: “O amor é bom enquanto dura” expressão de uma mentalidade atual que tem banalizado o amor de forma perversa, que promove qualquer dificuldade a separação, considerando quase impossível a fidelidade entre duas pessoas que se gostam.
A proposta evangélica não é para “super-homens ou supermulheres”, mas para aqueles que, querendo abraçar o ideal cristão de vida, e sendo conhecedores de suas limitações e fraquezas, buscam em Jesus a fonte para viverem o caminho do amor e do seu chamado para com Cristo.
Falo de caminho porque fomos feitos por amor e para o amor e, vivê-lo é um processo, uma arte que se aprende na família, com os amigos, na comunidade… Muitas moças e rapazes que tomam a sério a sua condição de cristãos encontram dificuldades crescentes para relacionar-se com alguém que sintonize com os seus princípios e estilo de vida. É difícil, sim, encontrar a pessoa certa, mas é preciso contar com duas coisas, que são motivo de confiança e otimismo. Primeiro, é preciso contar com Deus, que está tão interessado como nós, e até mais, para que cada um encontre a pessoa apropriada: afinal, não foi Ele quem instituiu a família como célula da sociedade e como meio de ter e educar filhos que contribuam para o crescimento da Igreja?
Depois, é necessário buscar ambientes sadios, em que haja alguma garantia de vir a conhecer pessoas que – além de simpatizarem uma com a outra! – tenham os mesmos princípios e pontos de vista cristãos a respeito de um vínculo que é para sempre! É interessante que o evangelho coloque logo a seguir da explicação de Jesus sobre o matrimônio, um novo desentendimento dele com seus discípulos.
Jesus já lhes tinha explicado a centralidade das crianças no Reino de seu Pai, mas eles continuavam sem entender: Os discípulos continuavam repreendendo alguns atos do mestre poque eles não entendiam a comparação feita”.
Jesus então reprova, não gosta da atitude dos seus discípulos. Podemos, então, nos perguntar por que Jesus não aprovou? Sabemos que as crianças eram descriminadas em sua época pelos adultos. E, o que tem isso a ver com a primeira parte do evangelho de hoje? As crianças nos falam de fragilidade, de dependência, de um ser humano em crescimento, em aprendizagem, descobrindo suas reais vocações para enfrentar o mundo com um futuro brilhante pela frente, pois quem não vive para servir, não serve para viver, palavras de Jesus.
Jesus não só quer que as crianças fossem a Ele, mas ainda acrescenta uma sentença muito importante: “quem não receber como criança não entrará no Reino de Deus”.
Isso meus irmãos. É um convite que o Senhor nos faz para reconhecer nossa realidade humana mais profunda, somos finitos, limitados, mas com sede de plenitude Universal! A vida é o presente que recebemos de Deus para percorrer esse caminho entre o finito e o infinito, entre o amor limitado e a plenitude do amor. Repito: Presente de Deus!
Nesta Liturgia continuemos em oração pela fidelidade de todos os batizados ao projeto de Deus e de todos os casais ao Sacramento que celebram. Se recebermos o reino como crianças, aprendendo as atitudes de Jesus, o amor fiel que une pessoas quando adultos faz parte também deste reino, perdoar e se doar será sempre a regra fundamental do amor e poderemos apostar que tudo dará certo, sem exceção para alcançarmos a real felicidade.
Direto da Redação da Santa Missa em seu Lar
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