Nem sempre as desgraças, são consequências de pecados. Tão pouco são castigos de Deus. Todos nós pecamos de diversas formas e necessitamos da misericórdia de Deus. Jesus deixa claro que não, necessariamente, haja uma relação direta entre culpa e sofrimento. Mas as desgraças públicas são, como sinais dos tempos, oportunidade para reflexão e penitência dos pecados. Jesus adverte que toda nação caminha para a ruína se não se converter. Todos necessitamos de conversão contínua porque erramos constantemente. O mistério sem o espírito de fé esmaga o homem.
O Evangelho de hoje relembra dois acontecimentos que nos mostra a necessidade de conversão e nos esclarece que, os que morreram na época de Jesus não eram mais pecadores que os que sobreviveram. Esses dois episódios, aparecem como sinais dos tempos, dizendo também que a morte pode vir de improviso. Assim também o juízo de Deus pode chegar quando menos esperarmos. Por isso, precisamos e devemos nos arrepender de todos os nossos pecados.
O arrependimento é mais do que um aprimoramento pessoal, é mais do que uma maneira de se controlar a vida. É uma medida profunda, uma decisão séria de abandonar tudo o que é estranho a Deus. Essa medida contribui para uma transformação total, a que Jesus chama novo nascimento (João 3:3).
Arrepender-se não é simplesmente sentir remorso do pecado cometido. Uma pessoa pode sentir remorso de ter pecado devido às complicações que o pecado trouxe à sua vida, ou devido a uma consequência desvantajosa que tenha de sofrer pelo ato pecaminoso. Judas sentiu remorso por ter traído Jesus, mas não se arrependeu (Mateus 27:3). Pedro, que negou Cristo (Mateus 26:34,69–75), arrependeu-se. É possível sentir-se perturbado pelo fato de ter pecado, sem, contudo, arrepender-se. Nem todo aquele que fala Senhor, Senhor! Entrará no reino dos Céus.
No dia de Pentecostes, Pedro expôs o pecado dos judeus que o ouviam. As palavras do apóstolo levaram convicção ao coração deles, a ponto de clamarem: “Que faremos?” (Atos 2:37). Pedro, porém, não considerou essa convicção como arrependimento; pois ao responder à indagação deles, disse: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados…(Atos 2:38).
O arrependimento não deve ser tampouco definido como uma mudança de vida. Se o arrependimento não resultar numa vida transformada, então não houve de fato arrependimento. João Batista advertia o povo que o seguia: “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento”. O arrependimento real precede os frutos de arrependimento, a saber uma vida mudada, voltada para Deus. Envolvendo o intelecto, as emoções e a própria consciência. Essa mudança de atitude em relação ao pecado torna-se tão nítida na personalidade humana, que nos capacita a desistir de algo mau, para um bom procedimento. Aquela árvore que não dá bons frutos deve ser cortada.
É preciso viver no mundo sem ser do mundo, e nele viver conforme o Espírito de Deus. O juízo de Deus sobre nós pode dar-se quando menos esperamos e por isso devemos viver de tal modo que não sejamos surpreendidos. O cristão está em contínua vigilância pela caridade, pela humildade e pela prática da misericórdia, principalmente no seu amor ao próximo. Temos que admitir que houve um forte apelo a conversão neste episódio narrado no Evangelho de Lucas, e, como percebemos, a liturgia deste domingo nos traz também forte chamamento a conversão que é também o apelo deste tempo da Quaresma.
Enfim, conversão quer dizer mudança de direção, de mentalidade e de ação. O tempo presente nos deixa sinais que apontam para a necessidade de sairmos de nossa intolerância e arrogância. O Evangelho que ouvimos hoje nos alerta; Todos somos pecadores e necessitados de conversão. Jesus conta-nos a parábola da figueira estéril, mostrando a infidelidade do povo de Deus que, apesar de não apresentar frutos ela recebe mais uma chance de um ano com adubo a suas raízes. Da mesma forma Deus tem paciência conosco e insiste, por isso, temos que mudar nossa forma de pensar e agir, antes que seja tarde e sejamos podados das graças do Pai Celestial.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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