Estamos no último domingo antes da Ascensão, que encerra a presença humana de Cristo na Terra. A Igreja Veterocatólica Missionária celebra nos próximos dias duas grandes festas: Ascensão e Pentecostes; convida-nos a ter os olhos postos no Céu, a Pátria definitiva a que o Senhor nos chama.
O Evangelho de hoje apresenta o final do discurso da despedida. Cristo promete aos seus discípulos enviar o Espírito Santo: “Ele vos ensinará e recordará tudo o que vos tenho dito.”
Jesus e seu Pai fazem morada na comunidade que acolhe e vive sua palavra: “Se alguém me ama, eu e o Pai faremos nele nossa morada”. O amor e a Palavra de Deus andam de mãos dadas. Jesus parte, mas garante a presença do Espírito Santo, que nos ajudará a entender essas propostas do Mestre Jesus.
A partir de agora, as comunidades e cada fiel são moradas do próprio Deus. Para isso, exige-se a vivência do amor e a acolhida da paz que Ele mesmo nos oferece.
O Senhor prometera aos seus discípulos que, passado um pouco de tempo, estaria com eles para sempre. “Ainda um pouco de tempo e o mundo já não me verá. Vós, porém, tornareis a ver-me…”. O Senhor cumpriu a sua promessa nos dias em que permaneceu junto dos seus após a Ressurreição, mas essa presença não terminou quando subiu com o seu Corpo glorioso ao Pai, pois pela sua Paixão e Morte nos preparou um lugar na casa do Pai, “onde há muitas moradas. Voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estiver, estejais vós também”.
A volta a que Jesus se refere inclui a sua segunda vinda no fim do mundo e o encontro com cada alma quando se separar do corpo. A nossa morte será precisamente o encontro com Cristo, a quem procuramos servir nesta vida e que nos levará à plenitude da glória. Será o encontro com Aquele com quem falamos na nossa oração, com quem dialogamos tantas vezes ao longo do dia.
Da Oração, do trato habitual com Jesus Cristo, nasce o desejo de nos encontrarmos com Ele. A fé purifica muitas das asperezas da morte. O amor ao Senhor muda completamente o sentido desse momento final que chegará para todos.
O pensamento do Céu nos ajudará a superar os momentos difíceis. É muito agradável a Deus que fomentemos a virtude da esperança, que está unida à fé e ao amor, e que em muitas ocasiões nos será necessária. Devemos fomentá-la nos momentos em que a dor e a tribulação se tornarem mais fortes, quando nos for difícil ser fiéis ou perseverar no trabalho ou no apostolado. O prêmio é muito grande! Está no dobrar da esquina, dentro de não muito tempo.
A meditação sobre o Céu deve também estimular-nos a ser mais generosos na nossa luta diária. O pensamento desse encontro definitivo de amor a que fomos chamados nos ajudará a estar mais vigilantes nas nossas tarefas grandes e nas pequenas, realizando-as de um modo acabado, como se fossem as últimas antes de irmos para o Pai.
O pensamento do Céu, agora que estamos próximos da festa da Ascensão, deve levar-nos a uma luta decidida e alegre por tirar os obstáculos que se interpõem entre nós e Cristo, deve estimular-nos a procurar sobretudo os bens que perduram e, a não desejar a todo custo as consolações que acabam. Jesus promete aos discípulos o envio de um defensor, de um intercessor, que irá, animar, a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua história.
Trata-se do Paráclito que é o nosso Consolador enquanto caminhamos neste mundo, no meio de dificuldades e sob a tentação da tristeza. “Por maiores que sejam as nossas limitações, nós, homens, podemos olhar com confiança para os Céus e sentir-nos cheios de alegria: Deus ama-nos e liberta-nos dos nossos pecados. A presença e a ação do Espírito Santo na Igreja são o penhor e a antecipação da felicidade eterna, dessa alegria e dessa paz que Deus nos prepara”. Invoquemos sempre o Espírito Santo! Ele é a força que nos anima e sustenta na caminhada cotidiana e nos revela a verdade do Pai.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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