O Evangelho de hoje mostra-nos a paixão de Jesus o quanto ele foi fiel à vontade do Pai. Não que o Pai quisesse de antemão a sua morte mas, ele a assumiu como consequência da missão que o Pai lhe confiou: anunciar a Boa Nova do Reino. Por sua fidelidade a esta missão, Jesus foi resgatado da morte com poder e elevado à direita de Deus, nos céus onde permanece. Sua Ressurreição e Ascensão são sinais da aprovação de Deus Pai a tudo o que o Filho fez.
A Jesus foi dada toda a autoridade no Céu e na Terra. Ele está acima de todo principado, potestade, fortaleza e senhorio ou qualquer outro título que se possa nomear. Ele é a plenitude da qual recebemos todo bem e toda graça! Todas estas verdades da nossa fé, nos foram transmitidas através do relato da Ascensão. Celebrar a Ascensão é celebrar a exaltação de Jesus Cristo ressuscitado, vencedor do pecado e da morte. Com Ele, celebramos a certeza da nossa vitória sobre a morte eterna.
Lucas é o único autor do Novo Testamento que narra a exaltação de Jesus como um arrebatamento ante os olhos dos discípulos quarenta dias após a páscoa. Esta é uma catequese solidária de Jesus ressuscitado. Ele pretende responder de modo muito concreto e palpável à Igreja do seu tempo, um problema importante para a plenitude da fé: a crença na segunda vinda de Cristo, que alguns achavam que era imediata.
Diz o texto: “Homens da Galileia, por que estais aí a contemplar o céu?” Com esta frase o autor quer ressaltar que a Páscoa de Jesus não é uma realidade terrena. Pelo contrário, sua força renovadora se espalha em todo o tempo e espaço da vida e missão da Igreja. Pode-se dizer que nesta cena temos o despertar missionário da Igreja. É atitude errada ficar parado, olhando para o céu. Pois a ordem de Jesus é movimento: “Ide e fazei discípulos meus todos os povos”. Ao discípulo compete ser testemunha do Ressuscitado na Igreja e no mundo.
Nesta tarefa, não estamos sozinhos. Ele prometeu estar conosco. Com sua Ascensão, Jesus nos priva de sua presença física na Terra. Mas essa privação tornou-se uma nova forma de presença. Jesus abre para nós, que fomos batizados, a possibilidade de viver com Ele “todos os dias até o fim do mundo”.
O Deus em quem nós cremos não é um Deus distante, mesmo sendo um Deus muito além da natureza humana. Por isso tantas vezes repetimos na liturgia: “Ele está no meio de nós!” – Olhando para o Cristo que sobe aos céus, vemos nele o nosso próprio destino: a vida junto de Deus, na intimidade da Trindade. A solenidade de hoje revela, assim, o verdadeiro sonho de Deus para a humanidade: a vida plena, perfeita e imortal. A ascensão de Jesus é portanto, uma nova presença do Mestre, que se manifesta mediante sinais da missão evangelizadora dos discípulos.
Neste tempo que se iniciou com a ascensão do Senhor e vai até o dia de sua volta, cabe aos cristãos trabalharem incansavelmente pela unidade dos seguidores de Jesus; pela construção da paz e reconciliação dos povos; e tantas outras atividades que nos fazem testemunhas do Cristo. Ele mesmo, através de seu Espírito, é quem nos inspira a promoção e defesa da vida. O projeto divino de salvação e libertação da humanidade passou para as mãos da Igreja. Ela, como comunidade missionária, deverá prosseguir seu caminho conduzindo a humanidade para a eternidade, para a vida plena.
Direto da Santa Missa em Seu Lar
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